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Hayden Grayford.

Ou você está comigo, ou está contra mim, mas nós estamos contra o mundo. Bom...esse era o pacto que fizemos aos seis anos, nós estaríamos um com o outro quando o mundo estivesse contra e tudo estivesse acabado. Sempre e para sempre, esse era o nosso dilema, apenas nós três contra tudo, mas ao sentir a faca em meu pescoço, soube que isso havia mudado. Nós mudamos. Nossos princípios já não eram os mesmos.

O som do tiro ecoa por toda a cozinha e eu encho meus pulmões de ar, vendo o rosto todo ensanguentado de um dos meus melhores amigos. Aperto a arma e jogo longe, irritado.

Spenser abre os olhos inchados e eu aperto a gola da sua camisa, o puxando para perto.

— Nunca mais olhe na minha cara! — digo friamente e então seus olhos se abaixam, em quem entendeu. Me levanto, e olho bem para Quira com os olhos marejados, mas firmes, ela solta Liz e então eu me aproximo dela.

— Allan quem colocou fogo na casa dela? — pergunto e ela dá um passo para trás, assentindo — onde está os ossos do seu pai? — pergunto e ela nega, prenso seu corpo na parede sentindo o ódio irradiar meu corpo — você queria conversar comigo, não é? Não fique calada.

— Para você me matar de qualquer jeito? Não. Spenser eu entendo a falta de coragem, mas eu? Você não tem nada além do sangue em comum comigo — dou lhe um sorriso cruel e puxo-a pelo pescoço, levando em direção ao meu quarto.

— Hayden...— Quira.

— reunião de família, Quira, se quiser não me agradeça por apagar sua sombra. Enquanto isso cuida da minha, ele não está nada bem, se preciso, mate para acabar com o sofrimento! — aviso saindo do cômodo, mas antes passo a mão em uma faca, a trazendo comigo. Puxo ela feito bicho, Liz grunhi em dor, abro a porta do quarto e a jogo lá dentro. Fecho a porta e ela me olha, se levantando — seu teatro esse tempo todo foi convincente, quase me enganou, sabia? Mas tem uma coisa na qual nunca me enganou, os olhos, seus olhos são como os meus, tão filhos da puta quanto.

— É, infelizmente, mas não te acho tão filho da puta mais, tô achando que é mais eu mesmo no momento, mas enfim — diz revirando os olhos e passando as mãos nos cabelos ruivos.

Cerro os olhos, sempre tive curiosidade de saber como ela é naturalmente. Puta.

— você ficou com dó foi? — debocho, rodando a faca em minha mão. Ela arqueia a sobrancelha e dá uma risada ácida.

— de você? Não, acho que fiquei dele, morreu tão injustamente...ah, fala sério. Eu não fazia a mínima ideia, eu não sabia Hayden! — muda no quê? Nada.

— eu não me importo se sabia ou não, sua puta. Eu quero saber sobre o que você sabe agora, aí quem escolhe é você, se quer ser uma boa irmã e contar de bom grado, ou que eu arranque de você o que preciso. Acho que você já sacou que não sou um bom irmão, né? — ameaço e ela cruza os braços, me olhando em deboche.

— ainda bem que me avisou, tinha percebido ainda não — dou um passo a frente e agarro sua mão, para arrancar um dedo, só como primeiro aviso — não, calma — diz e eu a olho friamente — eu não me opus, já ia lhe falar de qualquer forma! — disso eu duvido — mas me prometa que não irá me matar em seguida.

Faço um corte de fora a fora em seu braço e ela grita.

— não está em posição de exigir nada, maninha! — ela me olha com pura raiva e eu retribuo — onde está o seu papai?

— ele não é mais meu pai, também deserdei e ele está na casa do Spenser — grunhi em dor, aperto sua ferida em sinal de que ela não deve parar — Ravenna, Sofia e Allan estão querendo vingança, eu disse que era para eles lhes deixar em paz, não tive culpa do incêndio e graças a mim Aquira não foi sequestrada aquele dia...para, está doendo — implora e mesmo assim não largo — filho da puta...eu te odeio, não sei como Spenser ama você — a raiva queima em meu peito e eu a largo.

— Eu irei te falar apenas uma vez e eu acho bom você nunca se esquecer, Elisabeth! — ela me olha friamente — você...— a porta se abre em um estrondo, desvio meus olhos vendo Aquira entrar com o celular na mão, desesperada e Spenser atrás. O que houve?

— Hayden, Mel e o As, Allan os pegou — diz e meus olhos se arregalaram ao ver a foto de minha irmã e meu filho presos na linha do trem, desmaiados. Solto Liz e ela corre para Spenser, o abraçando.

Olho as horas, vendo que são 20:20, daqui dez minutos o trem passa no leste e daqui 15 no sul. A ferrovia mais perto da minha casa é há meia hora, se eu for rápido. Porra, Allan.

— o papo com vocês não acabou, então recomendo que sumam, porque se eu os ver novamente, eu não esitarei em matá-los!

— Hayden...— Spenser tenta dizer, mas eu o interrompi.

— disse para não olhar na minha cara! — falo, saindo correndo em direção ao carro e Quira vem junto.

— Lado Leste! — Liz grita me dando a provável coordenada, eu não iria acreditar, mas também acho que é para lá que ele os levou, o trem passa primeiro.

A voz de Asafe soa em minha cabeça e meu peito dispara, tem que dar tempo, eu tô indo filho.

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Aí gente...🥹🥹

Não me taquem hate, pliss. Entendam que algumas coisas são necessárias, para o desenvolvimento da história.

Tá interessante? Estão gostando?

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora