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Injeto a insulina em minha barriga sentindo o pequeno ardume de costume, suspiro fundo guardando tudo. Ouço batidas na porta e a mesma se abre me dando a visão de Liz atrás dela.

— flor, está tudo bem com você? — questiona vindo me abraçar, suspiro envolvendo seu corpo.

— É, digamos, que sim. Tô tomando agora para poder comer sem morrer, vantagens de ser diabética — reviro os olhos.

— sei que não é só isso, o que está acontecendo Quira? Você está bem? Sei que todo aquele negócio da briga te afetou, conversou com Hayden? Se arrependeu da escolha? — nego.

— não, eu faria novamente. Meu lance com ele não é tão raso quanto parece, nunca o trocaria — ela assente acariciando meus cabelos, ouvindo-me sem questionar — eu só estou preocupada.

— a intimação que chegou no seu e-mail tem haver? — suspiro me lembrando que ela tem a segunda chave de acesso. Assinto — só dizer a verdade flor, não tem o que contestar. Sei que ele não foi um bom pai, mas ele se foi, não voltará! — uma lágrima escorre pelo meu rosto, enxugo imediatamente e fungo o nariz me recuperando. Não posso deixar isso me dominar, sem sofrer mais por aquilo que se dizia meu pai. Estamos livres.

— é só dizer a verdade, não é difícil — forço um sorriso e ela me olha preocupada — vamos voltar, o Spenser irá sentir sua falta e eu quero comer — brinco e ela sorri tímida — ei, o que foi? O problema não é só comigo pelo jeito — cerro os olhos e faço cócegas nela — conta, o que foi? — ela ri.

— tá, para com às cócegas — ergo às mãos em rendimento e pronta para ouvir. Um suspiro apavorado sai dela — acho que estou apaixonada — sorri com a notícia nada surpresa, mas boa.

— e qual o problema nisso? — ela morde os lábios.

— não sei, eu tenho medo. E se ele quiser só me usar, jogar fora depois que eu me entregar? — suspiro, não tem como dar uma certeza à ela de que não, eu não tenho certeza até hoje sobre Hayden comigo, quem dirá sobre Spenser.

— olha amiga, tenta deixar rolar, não se deixe levar por pressão, só faça o que achar que está certo. Riscos todos corremos, mas tem que tentar, ele não me parece ruim e tenta dizer a ele seu medo, se ele realmente gostar de você lhe respeitará e espera — ela assente pensativa.

— ok, eu tentarei. Não posso ser paranoica como Sam e Morgana dizem — tenta esconder sua preocupação e eu abraço-a.

— vai dar certo, eu mato ele qualquer coisa — brinco e ela ri — vem, vamos comer — seguro sua mão e saímos do quarto rumo a sala, onde Kai está sentado no sofá tomando uma cerveja acompanhado de Rary, Spenser deitado em um colchão, Morgana em outro com Summer e Mel.

— seguinte, nós podemos sequestrar uma idosa — Spenser diz e Franzo o nariz me sentando com meu irmão.

— não mano, uma coisa mais louca! — Rary.

— bater numa idosa? — pergunta assustado — meio pesado, não?

— que isso gente, tadinha — Liz faz voz de choro — ela pode morrer, você vai machucar uma senhorinha?

— claro que não princesa, só suposição — diz rindo.

— enfim, uma loucura tipo trocar tiro com a polícia, correr de moto com uma gata na garupa em velocidade máxima, chapadão, sentindo a adrenalina sabe!? — Kai.

— da hora, mas ninguém toparia, eu por exemplo não morreria por uma adrenalina — Morgana.

— eu tenho medo — Liz.

— eu também não! — Mel.

— qual é, sério? — Sam pergunta confusa — detesto concordar com o noia alí, mas super faria — ele inclina a cabeça em quem parece impressionado.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora