Chego na delegacia, vendo Aquira sentada, de perna cruzada e boa postura, mexendo no celular. Ao notar minha presença sorri e acena para mim, ignoro me sentando distante a ela, mas me arrependo de, mesmo distante, ser em frente. Ela me olha fixamente, descruzando as pernas e as abrindo para mim, revelando tudo que está escondido debaixo do vestido tubinho preto. Ela apenas mexe no celular, sem me olhar, fingindo não está me provocando sutilmente.Ela sabe que eu estou olhando, eu sei que não deveria olhar, mas mesmo assim, meus olhos estão fixos no triângulo entre suas pernas, a pequena calcinha branca.
Viro meus olhos para a porta que se abre e uma mulher de terno preto, surge. Lubrifico minha garganta, e me ergo.
— Sr Grayford, bom dia! — estende a mão para mim e eu aperto.
— bom dia!
— Srta Garden, por favor, nos acompanhe! — Quira nos segue para dentro da sala de interrogatório padrão, ou pelo menos foi isto que eu pensei.
A porta se abre e meu ar se perde no caminho, vendo uma televisão enorme, duas cadeiras de frente para a outra e poligrafos ao lado. Oh, merda.
Poligrafos? Por que detectores de mentira? A polícia não costuma ter esses tipos de coisas, em depoimentos.
A porta se fecha atrás de nós, olho para a mulher toda de branco e o homem de preto.
— perdão, o que é isso? — Quira pergunta e eu a olho, um pouco desesperado.
— bom dia, Srta. Isto é um poligrafo, em palavras mais simples, um detector de mentiras. Claro, não é lhes chamando de mentirosos, apenas faz parte da investigação padrão — não, não faz! — por favor, sentem-se.
Ela me olha fixamente, em desespero, mas força um sorriso e assente, indo até sua cadeira. Me direciono até a minha.
As duas mulheres vem colocar toda a aparelhagem em nós, meu coração dispara, respiro fundo e solto relaxando. Não posso descontrolar meus batimentos, é assinar embaixo minha culpa.
— polígrafo é um detector de mentiras fisiológico. Ele monitora a condutividade da corrente elétrica na pele, a pulsação cardíaca e a respiração do participante durante uma série de questões. Tudo perguntado ou mostrado será devidamente relacionado ao atentado contra a vida de Paulo Grayford, Frederick Simon e Arthur Garden. Estão de acordo e ciência disso? — o homem questiona. Ligando o poligrafo e fazendo sinal de que podemos responder.
— sim! — Aquira diz e a pequena luz verde acende no seu, eles monitoram os nossos batimentos por um computador, mas não consigo ver a tela.
— sim! — respondo.
— para teste, peço que me digam uma resposta correta e outra errada, coerente as devidas perguntas. Srta Garden, qual é a cor do seu cabelo?
— preto! — a luz verde acende.
— qual o seu nome?
— Vanessa! — o vermelho se acende, imediatamente. Cerro o maxilar. Fudeu.
— Sr Grayford, qual a cor do seu cabelo?
— azul! — minto descaradamente e a luz vermelha se acende. Eles assentem, ajustando algo.
— seu nome?
— Hayden! — o verde aparece.
— obrigado. Podemos começar! — todos se sentam e nos olham — respondam com a mais sincera verdade, que não haverá problemas — assentimos. Ele pega um prancheta e lê as perguntas — há cinco anos atrás, houve três desaparecimentos, nomeados crimes por testemunhas oculares e provas confidenciais da polícia. Onde estavam naquela noite?

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Silênt nigth
Misteri / ThrillerAquira Garden não planejava viver sua vida como um eterno segredo, mas foi inevitável. Aquela noite tudo mudou bruscamente, não somente sua vida diária, mas seu ponto de vista também. Se existir mesmo anjo da guarda com certeza é ele, mas suas armad...