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Posso sentir o olhar intenso de minha mãe, se em algum momento ela não sabia de fato quem era o assassino de meu pai, agora sabe. Graças a Deus isso já acabou, tem malditas duas horas que todos estamos mantendo uma falsa simpatia e só não saímos em consideração a sua doença e ao jantar que estava bom, inclusive o pudim maravilhoso que me foi servido de sobremesa. Hayden insistiu que pagasse a conta e em seguida saímos do restaurante, todos paramos em frente ao carro de Rary conversando e se despedindo.

— me acompanha, filha? — dou uma olhada rápida para Hayden e assinto me afastando com ela, até seu carro. Sem delongas ou rodeios, ela diz: — sabe que ele será pego uma hora, né?! — mordo os lábios — vai ter uma hora em que as jogadas dele vai acabar, você não conseguirá mentir para sempre. Ele não ama você, só está lhe mantendo por perto porque é uma ponta solta — paramos em frente a porta, me viro olhando-o de longe — até onde está disposta a ir por ele?

Sorri de canto virando-me para ela.

— você não muda nunca né mãe, procurando culpados para uma coisa inevitável, ele se matou, supera — ela me olha fixamente, me inclino até ela — cuidado para não ficar muito triste e acabar...desistindo da vida, repentinamente também — abro a porta do seu carro para ela — boa noite mãe, até mais! — dou lhe as costas e sigo firme para perto de Hayden novamente. Seja forte Quira, nenhum deles pode lhe afetar mais.

O carro de minha mãe sai disparado e nem sequer olho, forço um sorriso para os demais.

— vamos, estou com sono e isso foi... cansativo — reviro os olhos.

— foi melhor do que pensei na real — Rary diz e eu assinto em até que é verdade — vamos, maninha?!

— sinto muito, ela fica comigo esta noite! — Hayden rodeia meu corpo e beija meu pescoço, isso é relaxante.

— uiii — Morgana dá pulinhos e eu dou risada — hoje tem galera! — roda a bolsa risonha.

— Como irmão, vou fingir que não sei o que rolaria como homem. Ok, meu bebê ainda é um bebê e não faz essas coisas! — Rary diz apavorado com a ideia e olha para Hayden mortalmente — nós ainda teremos aqueles papos de irmão para cunhado, com uma pistola na mesa! — ameaça e Hayden me solta.

— sim senhor! — finge medo e Rary bufa uma risada — Rary, prometo não fazer nada que você não faria com Morgana — provoca e meu irmão arqueia a sobrancelha.

— tá, agora me assustou. Quira, para casa agora! — diz sério, mas saco que não é uma ordem verdadeira. Meu irmão sorri de canto entrelaçando a mão com Morgana — boa noite, gente!

— boa noite! — respondemos.

— tchau casalll — Morgana quase grita saindo pulando. Dou risada acenando.

Vamos para o carro de Hayden e o mesmo abre a porta para mim, em seguida dá a volta e entra também. Ele sempre irá fazer isso?

Bufamos reencostando no banco, olhando para o teto. Hayden acaricia minha coxa — está tudo bem com você? — faço biquinho pensativa.

— É, está sim — digo a meia verdade — desculpa, minha família não é tão receptiva feito a sua!

— ah para, eu achei ela um amor — dou risada olhando-o, me encostando no banco, ambos focando um no outro, seus olhos azuis me analisam tranquilos — independente da situação, gostei de ter sido apresentado para sua família. Mesmo que tenha sido um pouco assustador, nunca fiz isso — Franzo o nariz.

— sério? — ele me olha tranquilo em que sim — caramba, e as mil meninas que você já pegou? dúvido nenhuma querer te apresentar pros pais — ele franze o nariz.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora