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Elizabeth Grayford.

Ele abraça meu corpo e apenas se mantém alí, sem me julgar, como ninguém nunca fez. Dói ainda mais saber que meti um inocente nisso, ele não tinha culpa de nada e agora é um cúmplice.

— Por que o matou? — pergunta e eu soluço, vendo que já não adianta esconder, ele sabe.

— ele tentou me forçar...— não consigo completar a frase.

— aí meu Deus! — preocupação em seu tom.

— desculpa, eu menti para você e te fiz ser complice de quem nem sabe o nome.

— shii tudo bem, pequena — me abraça mais forte.

— não Spenser, não está tudo bem, você não está entendendo — me afasto e ele me olha fixamente — tudo é uma mentira, eu realmente sou irmã do Hayden, mas eu odeio ele, odeio muito. Ele matou meu pai, a única pessoa na qual gostava de mim, num mundo onde todos me odeiam e eu quero vingança. Então não se dê o trabalho de " cuidar " de uma pessoa que quer fazer da vida do seu melhor amigo um inferno e te usou para se livrar de um crime. Então, me deixe ir! — peço. Seu olhar abaixa, pensativo e triste.

— O Hayden...

— O Hayden nem sabe que eu existo, a primeira vez que vi meu irmão pessoalmente, ele estava esfaqueando meu pai — ele cerra o maxilar.

— Ele teve motivo...

— motivo? — digo Incrédula — me dá licença! — tento passar, mas ele não deixa.

— calma, vem cá — se abaixa e me pega no colo, rodeio sua cintura com as pernas, para não cair.

— o que está fazendo? Me solta...para! — ele me coloca na cama e me agarra, mas não igual o outro cara...ele tá me abraçando? — o que é isso, você é louco?

— sim, e isso é uma conchinha, nunca recebeu uma? — pergunta e eu franzo o nariz.

— claro que não, me solta...— ele faz cócegas em minha barriga.

— quando você estiver melhor sim pestinha, agora relaxa aí — me contorço rindo, isso faz cócegas.

— paraaa — ele ri.

— não! — tento sair, mas ele não deixa.

— eu vou chutar seu saco! — ameaço e ele para.

— sabe nem brincar, que agressividade — para as cócegas, mas continua a tal conchinha — você sorrindo é mais legal! — diz e eu apago meu sorriso, sentindo meu rosto queimar. Rolo para frente, ficando ainda deitada, mas olhando para ele. Ele me dá um sorriso de canto e apoia a cabeça num braço — então você é irmã do Hayden, mas nem ele sabe? Isso é estranho, mas não dá para negar, cara de um, focinho do outro.

— não me compare com ele! — digo — não gosto dele — ele sorri de canto, em vez de defendê-lo.

— entra para a fila, muita gente não gosta — Claro que não gostam — acho que eu, Kai, Sam e o pai dele somos os únicos que o amamos...pera aí, ele matou o pai de vocês? Como assim? — pergunta sem entender.

— longa história — digo tentando encerrar o assunto, mas ele me olha em quem não vai desistir.

— tô com tempo, aproveita, poucas meninas tem minha atenção por tanto tempo — brinca e eu arqueio a sobrancelha, mas dou risada.

— que galinha! — digo e ele ri — não rola, eu não vou te contar tudo, você vai me manter presa aqui e contar tudo para Hayden.

— eu devo fidelidade a ele — diz decidido — mas se você for legal o suficiente comigo, posso te liberar antes que ele dê sinal de vida, mas não garanto que não vá contar.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora