capítulo 6 - Hi stalker.

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A ideia de Quira foi como uma luz no fim do túnel, mas como eu sempre digo " cuidado, pode ser um trem e passar por cima de você". Se der certo será um xeque-mate perfeito, mas se der errado é fim de jogo para nós.

Confio em suas habilidades, mas sei que Allan é esperto. Não tem como ele saber o que estamos planejando, mas ao sinal de coisa errada fudeu. Olho para os notebooks em minha mão e o pendrive, cerrando o maxilar.

As portas do elevador se abrem e eu franzo o nariz vendo o quarto meio escuro, parece que estou entrando embaixo daquelas cachoeiras, devido ao som de água, não, um rio correndo e os pássaros cantando no fundo. Olho para cama onde está Aquira somente de roupão em posição de meditação, com uma xícara de café, tomando calmamente de olhos fechados. Olho para a máquina de café e capuccino toda suja, uma xícara quebrada no chão e arquei a sobrancelha.

— foi sem querer, eu juro — diz ainda de olhos fechados, assinto para mim mesmo, achando um pouco engraçado.

— o que é isso tudo? — questiono.

— eu literalmente estou indo fazer a coisa mais arriscada da minha vida, por que não isso tudo? — penso. Faz total sentido.

— acho que vou colocar roupão também e pegar café, ainda tem xícara? — brinco e ela sorri abrindo os lindos olhos e estendendo a mão, que eu reparo algo bem chamativo em seu dedo, o anel que a dei. Deixei em cima da mesa, justamente para ela ver e parece que funcionou.

— quebrei a segunda. Vá colocar, não quero ser a única estranha! — sorri de canto indo para o banheiro, pegar um. Elimino minhas roupas e coloco um roupão, bem mais confortável. Volto subindo na cama, onde ela está com os dois notebooks abertos em espécies de códigos — você quem fará o desconect — diz calma e eu a olho, vendo-a digitar com calma.

— por quê? — questiono.

— Demoro três segundos de delay, somente para raciocinar, não parece muito grande o tempo, mas não teremos isso. Você resolve um cubo mágico nesse tempo, preciso de você — assinto — quando eu estiver quase lá, você fica atento, assim que der 4 segundos você desconecta, não podemos ter atrasos. Você quem cuidará de Allan, não consigo fazer essas duas coisas ao mesmo tempo.

— certo! — pego sua xícara colocando na mesa ao lado, analiso ela prender os cabelos pretos e longos em um coque firme. Ela me parece muito calma, mas quando olho para sua mão tenho a certeza do contrário. Rolo meus olhos para as telas que são realmente como espelhos, já que o que faz em um, segue para o outro mostrando seu sistema. É como uma grande galeria de fotos, armazenando tudo em imagens e vídeos. Analiso as pequenas imagens não abertas, sentindo meu sangue congelar, está realmente tudo ali, eu carregando o corpo e até a montagem do vídeo porno. Somente no notebook da direita, que é o que irei mexer, ela abre uma pequena tela de WhatsApp conectado ao seu celular, um cronômetro e o pendrive inserido.

Ela termina de aprontar tudo e suspira pesadamente — pronto? — assinto receoso. Ela afasta o notebook e se deita, colocando um travesseiro para escorar o pescoço e se acomodar, faço o mesmo, relaxando e mantendo o foco — Sr Solhov, inicia! — estralo os dedos e pego o notebook, seguindo direto para a conversa de Allan, enquanto ela abre o maldito vídeo — foco, Hayden! — ela diz me advertindo, pisco saindo de meu transe e suspiro, esfriando minha cabeça.

Ok, foco.

Mensagem onn

Quira: você tem razão.

* Segundos depois...*

Allan: Mensagem de amor essas horas? Está tarde, querida.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora