Aquira Garden não planejava viver sua vida como um eterno segredo, mas foi inevitável. Aquela noite tudo mudou bruscamente, não somente sua vida diária, mas seu ponto de vista também. Se existir mesmo anjo da guarda com certeza é ele, mas suas armad...
Me olho no espelho da grande loja chique que cheira a riqueza e luxo, analisando a roupa em meu corpo. Não vou usar isso, muito amostra!
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Estamos há horas aqui dentro, fomos em outras três, o dia está há escurecer e nunca vi tanta roupa. Estamos repletas de sacolas, quis ir em alguns blusões e calças largas, mas elas quase me puxaram pelos cabelos e me enfiaram em saias curtas e vestidos elegantes, ok, eu me sinto bonita...porém, muito exposta.
Temo o valor, me deixei levar pela emoção e sai passando o cartão sem nem pensar, às roupas são caras, estou ciente disso. Merda, ele vai me matar.
— ficou linda, Quira! — Mel diz empolgada, saindo do provador com seu vestido longo e de bom gosto.
— verdade, mó gatinha — Sam me analisa, coro diante de seus olhares críticos. Será que Hayden também irá gostar? Não importa, ele não tem que achar nada, não se iluda.
— meninas, já está bom, eu tenho roupa para usar em cada dia do ano, sem nem precisar repetir — frustração em meu tom, nunca comprei tanta coisa.
— É, eu estou cansada, vamos comer algo antes? Peço para Pedro e os outros deixarem às sacolas lá nos carros — Sam se refere aos seus seguranças que nos seguiram.
Assinto, pagamos pelas roupas e saimos completando meu novo estilo. Andamos pela calçada iluminada pelas lâmpadas dos grandes postes rústicos, o cheiro de terra úmida indicando que talvez mais tarde haverá uma chuva forte e a brisa acaricia meu rosto, bagunçando meus cabelos presos em um rabo de cavalo.
— me diz, Mel, você tem irmãos? Você me parece familiar — Sam questiona e a mesma me olha apavorada.
— N-não, sou filha única. Deve ser impressão — diz e Sam pensa.
— É, pode ser, mas digo que é sorte sua, eu tenho e eles são umas pestes — brinca.
— não tem irmã né, queria ter? — Mel questiona curiosa e a mesma sorri largamente.
— lógico, imagina só poder dividir roupas e fazer noite das meninas com uma irmã? Sonho. Meus irmãos não são muito... femininos — ri e Mel cora — eu adoraria atormentar minha irmã, tipo assim — olha-a encapetada e pula nas costas da mesma — irra! — balança seus cabelos como se fosse redias e dou risada, Sam faz isso com nós o tempo todo, mas a cara de Mel de " para com isso, sua estranha " é impagável, até que a mesma caia na gargalhada.
— É, seria legal — concorda.
— meninas, tem gente olhando...— Paraliso no lugar, parando de falar ao ver a figura familiar à minha frente, parada do outro lado da rua me observando fixamente. Engulo em seco, olho ao meu redor, vendo se há uma possível loja ou escapatória rápida, mas nada adianta, já havia sido vista. Mãe, minha mãe está do outro lado da rua.
Ela sorri largamente e vem até nós, atravessando a rua, seus passos são calmos, mas rápidos o suficiente para que eu sinta-me encurralada por seus olhos de julgamento e análise.
