Silênt nigth

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Já iniciamos essa página com o poema da Juh, que sequestrei e fiz minha poeta pessoal. Um arraso, gata 🫶

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Saudades?

Saudades eu tenho de quando te conheci, da nossa primeira conversa, dos seus "bom dia" até o "boa noite". Saudades eu tenho de sentir um frio na barriga quando você estava perto, ou quando me olhava. Saudades eu tenho de ficar horas conversando com você, e dos nossos infinitos assuntos. Saudades eu tenho de quando você me mandava mensagens fofas, que alegravam meu coração. Saudades eu tenho dos sorrisos bobos que eu dava só de pensar em você.
Saudades eu tenho de você, dos momentos que vivíamos juntas e nunca faltava carinho e amor nesses momentos, saudades de quando você me falava "eu te amo" toda hora e sempre ganhava um sorriso mais verdadeiro possível, de quando você falava que nunca ninguém me substituiria. Falta eu sinto de quando a gente se abraçava e confiava uma na outra. Saudades eu sinto da gente e do nosso amor sincero.

Eu sinto saudades da minha amiga, a melhor delas, não a que eu amava mais, já que amo todas por igual e cada uma de um jeito bem especial, mas sua doçura me completava. Saudades eu tenho de te olhar e não me perguntar se era realmente tudo uma verdade, ou se apenas não passava de uma ilusão. Eu quero realmente saber. Sempre fomos algo muito mais do que amigas para mim, como irmãs e não importa o que acontecer, estaríamos juntas, de fato, eu estarei aqui. Não ligo para o que ou quem você realmente é, só preciso ter você.

Abraço seu corpo, sentindo a culpa martelar minha mente, sabendo o quanto tudo é culpa minha.

— Você foi lá por mim, me defendeu e protegeu de passar por aquilo de novo, por que você fez isso, Liz? — pergunto, afundando o rosto em seu corpo — você perdeu seu filho por conta minha, poderia ter me deixado lá, qual é o seu problema, sua vadia mentirosa? Por que tem que continuar cuidando de mim, mesmo depois de ter me atormentado e mentido...por quê, Liz? — choro descompassadamente, sentindo seu carinho em meus cabelos — acorda sua maldita, eu tenho que te esculachar três vezes antes do café, todo santo dia, como Morgana diz, até eu te perdoar. Eu tenho o direito de ser a porra da sua madrinha de casamento e ouvir um pedido de desculpas seus...acorda, meu amor.

— Três vezes antes do café é tortura, me deixa matar a fome primeiro, depois do café você esculacha — ouço um sussurro rouco e ergo minha cabeça rapidamente, vendo os olhos azuis claros e sonolentos me olhar, um sorriso sútil se forma em seus lábios, ela acaricia meus cabelos — para que chorar tanto?

— vai cagar, sua cadela mal amada — abraço ela, enchendo eu rosto de beijos, ela dá risada, retribuindo.

— você está bem, flor? — pergunta e eu assinto, fungando o nariz.

— e você, está sentindo dor? Vou chamar os médicos...

— não, por favor, não precisa! — tosse levando a mão na barriga — cadê o Spenser? — pergunta olhando para todos os lados e eu sorri.

— ele vai ficar uma fera em você ter acordado, justamente quando ele sai por vinte minutos — ela sorri.

— eu finjo um coma, quando ele voltar —brinca tentando se sentar, me aproximo clicando no botão e a cama automaticamente levanta — Own...— olha confusa.

— coisa de rico, hospital particular — damos de ombros e me sento na poltrona ao seu lado. Suspiramos, cansadas e com dor.

— Quira? — me chama, seu tom é triste — nossos filhos, estão bem? — pergunta, mas seu tom é angustiado, ela já sabe a resposta.

— eu sinto muito! — as lágrimas despencam de seus olhos, banhando seu rosto, mas ela apenas chora em silêncio, como sempre fez — foi culpa minha.

— não, não foi. O único culpado foi...quem atirou? — questiona perdida.

— Ryle! — ela bufa.

— maldito seja — ela me olha — sinto muito por você também, Quira. Você seria uma mãe incrível! — choramos em silêncio, por um bom tempo.

— Me desculpa? — pergunto e ela me olha, sem entender — fui injusta com você. Não julgo você por defender o que acreditava e nem Spenser por ter feito por amor, eu também menti e faria pior por Hayden. Não queria que você morresse, sem eu poder lhe dizer isso! — ela me olha, mordendo os lábios e sussurra.

— eu quem peço perdão. No começo de tudo isso, eu não vou mentir, me aproximei de você por interesse e manipulação, mas quanto mais eu passava ao seu lado, mais eu amava você, eu não queria lhe causar dor, nem lhe trair. Nada do que eu sempre disse sobre você ser importante para mim foi mentira, eu nunca menti para você sobre amar ser sua amiga! — fungo o nariz, sabendo que algo nisso tudo é verdadeiro. Isso que importa — Eu...— ela para, olhando para porta, na qual Hayden aparece, com seu olhar frio.

— atrapalho. Volto outra hora! — diz se virando, mas Liz o para.

— não, o pedido de desculpas também é destinado à você! — diz, ele se vira novamente, cerrando o maxilar e entra no quarto — Hayden, eu sinto muito por tudo que fiz, falei e te julguei. Fui tonta de não ver tudo que estava na minha frente, eu nunca quis defender um filho da puta e realmente não queria morrer sem ao menos dizer que me arrependo de cada segundo — diz.

— vai ter que ajoelhar! — Hayden diz, contornando a cama.

— não exagera! — dá risada, enxugando as lágrimas.

— eu ainda amo você! — assumo.

— eu ainda te suporto! — ele diz e ela se inclina, abraçando ele — não é para tanto Elisabeth, sou fácil assim não! — ela sorri dando-lhe um beijo na bochecha e eu dou risada da cara de Hayden, em quem está sendo convencido.

— desculpa por atormentar sua vida, maninho, mas você sabe que irmãos nascem para isso — brinca. Hayden sorri de canto, retribuindo o abraço e dando-lhe um beijo na testa.

— eu sei, maninha! — Liz deixa uma lágrima escapar, juntamente com um sorriso enorme em ser reconhecida, o que realmente aquece meu coração.

— ai meu Deus — ouvimos a voz de Spenser e Mel, vindo da porta, em uníssono. Olho vendo o buquê de flores na mão de Sam cair, seus lábios se separam em choque.

— A piranha acordou? — Morgana berra do corredor.

Hayden sai da cama, Spenser vai até ela a dando um abraço e um beijo, lindo de se ver.

— você tinha que acordar quando eu saio para tomar um banho? — diz e ela ri — te amo tanto, minha gatinha.

Sorri vendo todos reunidos no quarto, mesmo que todos com o brilho apagado.