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Penteio meu cabelo com cara de toba, louca para dormir. São duas da tarde e eu tô morrendo de sono. Depois da quase briga de soco entre Morgana e melissa, todos entramos para a casa, para tomar banho e o pessoal quer assistir filmes de terror. Mas eu não quero não, vou dormir um pouco, depois vou. Abro meu notebook vendo o que o sistema foi excluído de vez, meu sistema era bem complexo, então demorou um pouco.

A porta do banheiro se abre e Hayden sai com calça moletom preta, sem camisa, secando os fios de cabelo com a toalha. Jesus Cristo.

— está fazendo o que? — questiona e cerro o maxilar com seu tom cansado. Sua fisionomia está cansada, ele está há quanto tempo sem dormir?

— meu sistema, finalizou! — aviso e ele pendura a toalha junto com a minha.
Volto meu olhar para a tela analisando os dados, tentando rastrear o IP que se conectou.

— ok, conseguiu rastrear? — questiona se deitando ao meu lado e olhando a tela também.

— não, está mostrando que veio o sinal de todos esses lugares — analisamos as localizações diversas, 46 no total — está mostrando que pode ter vindo de qualquer lugar desses.

— mas então é só fazer uma pesquisa do que exatamente é esses lugares, o que chegarmos em alguma pista é o nosso stalker.

— pensei o mesmo, mas é aí que tá, olha isso — Clico nos pontos de acesso e ele franze o nariz.

— minha casa? — questiona em choque.

— e essa é a minha — ele cerra o maxilar.

— isso são as localizações de acesso? — confirma e eu assinto — tem alguma coisa de errado então.

— exatamente, os outros locais são cafeterias, parques, lugares aleatórios e públicos, qualquer um pode ir, então julguei como um descuido deixar-nos saber de onde tentou entrar no meu sistema, mas nossa casa?

— está me dizendo que essa pessoa esteve dentro da nossa casa? — pergunta e penso seriamente.

— pode ser uma distração, talvez apenas um erro, não tem como, na minha até pode ser, mas a sua é uma fortaleza, tem câmera e segurança avançada, acho difícil, ele me parece amador, não conseguir encobrir as localizações me parece burrice.

— mas e se não for? — penso sentindo um medo se instalar — onde você escondeu Quira?

— escondeu o que? — ele cerra os olhos — não temos nada a esconder — me comunico com ele através do olhar e ele assente.

Não podemos permitir alguém nos ouvir por trás da porta. Fecho o notebook.

— certo, precisamos aguardar o próximo contato, se ele está mesmo atrás de nós, irá se comunicar novamente. Não sei o que esse cara quer, mas vai se fuder na minha mão se eu o pegar — rosna afundando a cara no travesseiro parecendo cansado demais para pensar nisso agora e sendo bem sincera, eu também.

Coloco o notebook na cômoda ao lado da cama e volto meu olhar para ele que me olha sonolento, os olhos azuis carregados de sono. Sorri acariciando seus cabelos pretos, tão macios e lisos quanto seda.

— quem diria que estaríamos desta mesma forma cinco anos depois? — confesso e ele pisca sonolento.

— eu confesso que sabia — diz e eu olho-o fixamente — sabia que de uma forma ou de outra você voltaria para minha vida. Você não consegue ficar longe do perigo e confusão, adivinha, essa é minha definição. Sou sua maior loucura — sorri de canto.

— pior que é verdade, você é uma loucura. Meu malvado favorito — acaricio seus cabelos e seus olhos sonolentos se curvam em um sorriso sutil. Seus olhos pesam se fechando involuntariamente, demonstrando o quanto de sono ele está. Sorri fechando meus olhos um instante, mas abro novamente, sentindo ele se mexer, apoiando o braço para levantar, mas o mantenho deitado — pode ficar comigo, cabe nós dois! — digo e ele para olhando-me, carícia meu cabelo e suspira.

Silênt nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora