58 - Delegacia.

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Almoçamos em clima descontraído enquanto Kevin contava histórias sobre fãs. Ed nem sempre teve guarda costas ou segurança, mas um dia ele perdeu uma conexão e quase perdeu o show porque a quantidade de fãs no aeroporto o deixou preso entre um portão e outro.

E por falar em aeroporto... Lá estava eu de novo, voltando para casa e deixando o Ed lá. Ele me levou ao aeroporto com Kevin.

- Tudo bem se eu ficar no carro?

- Claro. Tudo bem. - Ele percebeu que apesar de entender eu fiquei um pouco insatisfeita.

- Desculpa. Eu só quero te pedir um pouco de paciência, tudo bem?

Eu assenti com a cabeça.

- Logo a gente vai se ver de novo.

Ed me deu um beijo demorado e Kevin já me esperava do lado de fora do carro.

Fiquei o dia todo no avião e cheguei ao Brasil já era noite. Busquei as meninas na casa do pai e ficamos assistindo filme até dormir.

Segunda-feira.

Acordei cedo, levei as meninas para a escola. Quando voltei chequei as redes sociais e nada do Ed. Eu fiquei preocupada, confiava nele, mas como eu não sabia nada além do que ele me falou sobre Cherry, tinha medo da presença dela.

Trabalhei. Busquei as crianças na escola. Trabalhei. Fomos jantar no MC Donald's que era perto da minha casa. Quando eu estava prestes a sentar e começar a comer, recebi uma mensagem.

Ed: Estou em NY. Daqui a pouco vou entrar no show. Te ligo mais tarde?

Júlia: Tudo bem. Estou jantando. Bom show.

Ed: Vamos combinar para o final de semana?

Como assim final de semana??? Eu havia acabado de voltar de lá. Quando eu ia responder, meu pai me ligou.

- Filha, tem um conhecido do meu amigo que está na delegacia, você vai lá, vê o que é e me liga?

- Tudo bem, já estou indo. - Desliguei o celular. - Gente, depois de comer vocês vão ficar com a vovó e eu vou trabalhar.

Lembrei da mensagem do Ed.

Júlia: Não sei se posso. Meu final de semana com as meninas. Minha mãe me mata. Tenho que ir trabalhar.

Terminamos e eu levei Ana e Catarina para casa. Tomei um banho e fui rumo ao 12º Distrito Policial do Pari. Foram aproximadamente trinta minutos dirigindo. Ed me mandou outra mensagem.

Ed: Trabalhando ainda?

Júlia: Sim, estou na Delegacia. Se eu demorar para responder é por isso.

Ed: Tudo bem, vou entrar. Até mais tarde.

Assim que cheguei a Delegacia, falei com os Policiais e fui direto à sala da Delegada, me apresentei a ela e esta me entregou o boletim de ocorrência para que eu lesse. Após ler, vi que um deles foi flagrado em curso de falsificação de documentos e pedi para a Delegada deixar eu vê-los.

Ao entrar na carceragem, dentre outros presos, havia um loiro, alto e outro moreno, baixo, mais baixo do que eu inclusive. O loiro me disse que ele já estava respondendo a um processo e que já tinha um advogado, já o moreno disse não saber porque estava detido, pois ninguém havia dito nada contra ele.

Voltei a Delegada e essa me explicou que, como não foi encontrada a materialidade do delito, nenhum dos dois ficaria preso em decorrência daquele boletim de ocorrência, mas o loiro estava em liberdade provisória e deixou de comparecer ao fórum para assinar a ata, constando assim como foragido.

Fui até eles novamente para dizer ao loiro que se chamava Sandro que ele deveria entrar em contato com o advogado do seu primeiro processo. Já o moreno, Douglas, estava liberado.

Estava saindo com Douglas, quando passando por uma das celas, alguém segura no meu braço.

- Júlia?

Era Ricardo.

Photograph - Memórias Vazias [Ed Sheeran] !REVISANDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora