45 - A Entrevista.

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Continuei deitada no colo da Tay, ouvi Karlie falar sobre suas viagens e sobre como os homens tem medo de mulheres altas.

- Eu tenho uma teoria... – Eu levantei a mão – Sabem Kaylor? É o shipp de vocês.

Elas se espantaram e começaram a rir como crianças.

- No Brasil, existem várias fics sobre isso.

- E sobre mim? – Selena parecia curiosa.

- Eu nunca procurei, mas quem sabe agora que você e o Niall...

- Ah! Ele é tipo... Fofo. Está bem no começo, mas parece que está tudo indo bem.

- E o Justin?

Taylor e Karlie pareciam reprovar minha pergunta.

- Eu não quero mais falar dele... A gente fica tentando e tentando, está na hora de deixar isso para trás. Já você... Me conta tudo, agora!

- Ah! Eu não sei, ele falou que ia me explicar, mas não explicou nada. Quer que eu vá a casa dele. Não sei se ele quer me enrolar, ficar com as duas ou ficar com ela e me enrolar. Eu já falei me enrolar?

Taylor riu.

- Pelo que eu conheço do Ed, eu acho difícil... Se ele quisesse te enrolar, ele não ia querer explicar nada. Não estou te falando que ele não ficou com ela, mas se ele quer conversar...

- O que você acha que ele faria se...

- Se ele quisesse ficar com ela? Ele ia te pedir desculpas, ia dizer que gosta de você e que as coisas não saíram como ele imaginava.

- Você já sabe se vai? – Selena me perguntou.

- Não sei Sel, acho que a única coisa que eu sei é que eu vou dormir.

Selena protestou, mas entendeu o porquê: A entrevista. E eu? Eu estava com medo.

Acordei cedo, a entrevista era ás 09h00. Me arrumei, coloquei um vestido acinturado, meias calças grossas e um casado grande por cima de tudo, as meninas ainda dormiam quando eu saí. Desci e peguei o táxi. Meu destino: New York University Law School.

Cheguei ás 08h30 e esperei. Pontualmente ás 09h00, uma moça morena, com saia até o joelho e coque no cabelo, veio até mim:

- Senhorita Lancaster? Me acompanhe.

Era um longo corredor, eu entrei na sexta ou sétima porta. Era exatamente como nos filmes, uma sala grande, cheia de livros e um senhor, quer dizer, um homem que aparentava ter uns quarenta e cinco anos no máximo, cabelos loiro escuro, olhos azuis, os dele não tinha como não erar, parecia ser pintado á lápis de cor. Seu nome era Daniel.

- Bom dia Senhorita... Lancaster?

- Sim, Lancaster. Júlia Lancaster.

- Ok. – Ele fez um risco no papel que estava em sua mesa – Qual é seu país de origem, Doutora?

Eram saudades do Ed ou os olhos azuis dele eram hipnóticos.

- Brasil.

- Brasil? Lá as leis são um tanto...

- Diferentes e ineficazes?

Daniel riu, contido.

- Sim. Diferentes. Primeiramente, caso não tenham vagas no campus, como a Senhorita pretende se instalar?

- Eu tenho amigos aqui, ficarei hospedada com eles.

- Ok. E no Brasil, como era a sua vida acadêmica?

- Eu cursei direito, tenho seis meses de comprovação de atividade, trabalho na área há dez anos...

- Dez anos? Uau! A Senhorita me parece nova... Vinte e cinco anos, certo?

- Vinte e seis.

- Ah! Sim. E o que fez a Senhorita se inscrever para uma vaga em nossa instituição.

- Bem, no Brasil as leis são boas, mas ineficientes, então eu trouxe uma monografia e vim buscar respostas. Quero entender porque os americanos não precisam de uma lei específica para tudo, mas mesmo assim as coisas aqui funcionam.

- Então não pretende fixar residência no nosso país?

- Por enquanto não. Depois que acabar o curso, quero voltar ao Brasil e apresentar novas técnicas para o mundo do direito, quero fazer história no meu país.

- Boa sorte! – Ele sorriu sincero – Gostei da sua ambição, isso é ótimo para uma jovem Doutora.

Ele me fez mais algumas perguntas sobre Direito Brasileiro e Internacional, e quando eu apresentei minha monografia ele ficou um tanto espantado.

- No seu país não há previsão legal de Testamento Vital?

- Não. Muitos advogados nem sabem o que é isso. Mas há alguns projetos de lei para que saia do papel essa ideia. Eu quero descobrir como não precisar de uma lei para que isso seja reconhecido no Brasil, e assim encontrar solução para muitas outras coisas, tentando preencher as chamadas Lacunas da Lei.

Daniel anotava a maior parte das coisas que eu dizia. Depois seus olhos azuis recaíram sobre mim.

- Tudo certo Senhorita Lancaster. Vamos avaliar e em breve retornaremos.

Ele me acompanhou até a porta.

- Até Logo Doutora.

Será que isso era uma aprovação?

Me despedi e ao sair tirei o celular do modo avião. Havia uma mensagem:

Ed: Estou te esperando. Você vem?


Photograph - Memórias Vazias [Ed Sheeran] !REVISANDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora