*Essa parte em especial carinho dedico, a alguém cujos comentários estou amando, amando, amaaaaandoooo rsrsrsrs, bjokas a todos e bom entretenimento!
Zarcon tomou forma do lado de fora ao corredor e bateu na porta do quarto, com os nós dos dedos da mão fechada em punho, como Dërhon explicou ser comum no mundo de onde ela veio. E como a fêmea não respondeu, decidiu enfiar a cabeça no vão semiaberto a dar uma espiada. Imaginou que ela estava dormindo quando viu o pequeno corpo deitado de lado, coberto até o pescoço no quarto escuro, e já ia saindo e fechando a porta, quando ouve um soluço baixo e arrisca-se em chamá-la.
— Kassia? — ele limpou a garganta estranhando a voz que saiu mais rouca do que achava possível e entrou no cômodo como se tivesse pisando em ovos.
Um pé na frente do outro, sem emitir som.
☼
Kassia passou a mão no rosto no intuito de secar as lágrimas e logo outras tomaram o lugar respingando no travesseiro e colchão e ela continua deitada de lado, indiferente ao visitante. Não achou que precisava ser educada e convidá-lo a entrar, afinal, além de ele ser o rei e dono da casa, já estava dentro mesmo.
Pelo menos ele bateu na porta antes. Tão parecido e tão diferente do irmão. Ela o fitou de soslaio e viu o quanto estava preocupado, fungou e droga... Fungou de novo sem querer, e quando deu por si, estava encolhida como uma bola, a chorar copiosamente e tremendo feito uma desvairada.
Escutou um murmúrio rouco indistinguível e em pouco tempo estava sendo erguida, gentilmente abraçada e acarinhada nas costas por mãos grandes gentis, e envolvida nos braços fortes sentiu-se tão confortável, tão pequena e protegida, que suspirou agradecida.
Ela olhou pra cima e dentro dos olhos incríveis daquele homem. Daquele espécime lindo de macho que a consolava, e ele olhou pra baixo. Seus olhares ficaram presos um no outro por um instante e... Caramba! Suas bocas se fundiram!
Eles se beijaram! Estavam se beijando...
Ela não conseguia pensar!
Suas bocas encontraram-se no meio do caminho e podia jurar que mesmo de olho fechado ela estava vendo estrelas! Ele era guloso, e fazia barulhos sensuais absorvendo dela tudo que podia e beijava bem demais para sua sanidade! Quente e colante, úmido e faminto, mas na medida certa, e que gosto, que língua deliciosa!
O sabor dele era incrível e ela não conseguia parar de saboreá-lo da mesma forma que estava sendo consumida por ele!
Eles não conseguiam parar de saborear um ao outro!
A mão grande e quente desceu pela sua coluna e espalmou bem na altura da sua cintura apertando-a contra o corpo dele e os nervos dela explodiram como fogos de artifício no natal, parecendo com formigas desesperadas em movimento frenético sobre o formigueiro recém-pisoteado.
Ela não conseguia respirar. Mas quem precisava respirar quando tudo que se quer é absorver mais do estímulo extasiante que chega a provocar dores gostosas em todo corpo por dentro?
Sabe? Quando alguém pisa em um formigueiro; suas habitantes espalham nervosas pela superfície e é uma verdadeira confusão! E era desse jeito que estavam suas células nervosas, em total frenesi, mas ambos separam de estalo e pedem desculpa ao outro ao mesmo tempo.
Beleza! Fantástico!
Ela quase gritou...
Quase, mas manteve a expressão neutra e desconfiava que tivesse soltado um gemido ou grunhido de insatisfação quando suas bocas separaram em protesto. Era como se estivesse dividida em duas pessoas e uma das metades quisesse esbofeteá-lo pelo que fez e a outra alegava que ele não a beijou sozinho.
Ela queria esbofetear a si mesma também.
'Ela' o beijou de volta, e por Deus!... Aos poucos as formiguinhas dentro de si começaram a se acalmar.
Ainda estavam um bocado nervosas e caminhavam frenéticas sobre as ruínas do seu pequeno mundinho e... Merda.
Quem é que pisa em formigueiro e espera para ver o que acontece depois?
Zarcon é que não foi!
Virou fumaça? Nem isso! Sumiu. Escafedeu-se. Desapareceu.
Bem na sua frente! E as formiguinhas ainda vagavam perdidas sobre o caos que se instalou na sua moradia.
Apesar da consciência coletiva que deveriam reconstruir sozinhas o seu pequeno mundo. As pobrezinhas ainda nem sabiam por onde começar, fazendo grande reboliço dentro dela e sobre a superfície da sua pele, lhe causando calafrios e pontadas internas.
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Zarcon caminhava de um lado ao outro dentro do seu quarto e ainda não acreditava no que havia feito. Está bem, aconteceu! Mas não devia ter acontecido! E o que foi aquela de sair do quarto da fêmea como um adolescente virgem e apavorado? Ok. Ela retribuiu o beijo, mas não era o certo, não estava certo!...
Nunca tinha passado das necessidades básicas com Aleesha, eles se alimentavam um do outro sim, mas só isso e, nas poucas vezes que tentaram ir além ela sofria. Uma vez até chorou, deixando-o precariamente desarrumado.
Foi a partir daí que deixou de insistir em algo mais com ela.
Não chegou a ser celibatário como Dërhon. Com o consentimento e até por incentivo de Aleesha, que interagia com as Miellens como algo mais do que simples fonte de alimentação, mas sexo com elas nunca envolvia beijo!
Era algo mais para a liberação física de ambos e muito convinha a Guardiã que fosse dessa forma, já que as almas condenadas a viver pra sempre em seus domínios também precisavam de certa dose de distração, e ele estava ativo e disponível.
Não queria ficar lembrando-se de Aleesha com tanta intensidade, não que não tenha feito por merecer ser recordada, sempre, só que... Oh caralho.
Ele havia criado tantas expectativas ao longo dos milênios que ficaram juntos, mas no fundo, sempre soube que o coração dela não era seu. Não como queria que fosse e, temia ter que passar por tudo isso de novo. Era isso...
Não estava nem um pouco a fim de viver em estado de excitação e preocupação constante e, puta merda viu. Caralho! Foram seus antepassados mais que distantes que subjugaram e mataram suas fêmeas como se elas fossem um fardo indesejado e só as mantinham vivas em seus domínios, porque dependiam delas para a produção dos novos soldados, mas era ele e seus iguais que vinham ao longo de todos esses malditos milênios, pagando o preço pelos atos dos seus ancestrais!
Zarcon olha para o volume extra abaixo trincando os dentes.
Tinha se alimentado em menos de duas semanas, mas parecia que não se alimentava havia meses! O aroma inebriante da Kade ainda existente no seu quarto invadiu suas narinas logo que tomou forma como se fosse a porra de uma avalanche de pedras sobre a sua cabeça e a lembrança do gosto dela na sua boca fez uma conexão direta com sua virilha, deixando-o em ponto de furar até parede, se não fosse um cara racional.
Com um suspiro de desgosto compreende que não pode ficar no quarto. Ao menos não antes que dissipe o aroma da fêmea que vinha mexendo com todos os seus sentidos e arrasando o resto da razão que ainda possuía.
Ele se desmaterializa do seu quarto e segue em direção ao quarto de seu irmão Dërhon, já pensando com impaciência que teria que invocar mais uma vez uma Miellen e assim que toma forma, para a sua surpresa já havia uma Miellen no quarto do seu irmão à sua espera, e grunhiu baixo ao compreender com um quê de desanimo, que não estariam sozinhos...
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Karina_Altobelli hehehehe me lembrei de ti rsrsrsrsrs...
Carol Sales.

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Vale dos Aehmons
Paranormal®Todos os direitos reservados. Liberado por período indeterminado. (design de capa Debby Scar). Kassia é uma jovem comum, que sempre batalhou para ter seu espaço e sua liberdade no mundo. Não sabia ela que sua vida tomaria rumos sem volta quando...