Capítulo 35 parte lll

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    Kassia banhou os bebês com o auxilio de Ores e deu maior atenção aos seus umbigos temendo que em seu desespero para salvá-los os tenha infectado de alguma forma. Ela os cercou com travesseiros no centro da enorme cama e desceu as escadas para o primeiro piso encontrando Jarel esparramado na poltrona branca, como quase toda decoração da mansão. Ele estava reflexivo e um tanto abatido e ela até chegou a pensar em perguntar se os guardiões superiores se oporiam que ela zelasse pelos bebês que havia salvado, mas ele se antecipou a questão.

— Foi a mãe deles que os entregou a você. Nesse caso não há nada que os guardiões possam fazer para intervir.

    Jarel aponta com o queixo para a sala onde foi montado o escritório e ela escuta Ricco esbravejando no telefone.

— Você não teve escolha, teve? Claro que você sabe do que estou falando! Você nos salvou naquele dia! Teria salvado ela também, se já não estivesse com o pescoço quebrado. E me deixou acreditar... Korine, você é uma desgraçada! Como pode deixar que a acusasse daquele jeito? Como pode ser capaz... Eu não vou discutir com você pela porra de um telefone, eu vou... Não vou? Pode contar que eu encontro você!

    Ricco ruge e mostra dentes brancos ameaçadores, mas seus olhos negros suavizam quando vê Kassia assustada a observá-lo da sala.

— Eu não vou, mas tem que me prometer que, Korine, por favor. Se cuide está bem? Sim, ela está, e a viagem ocorreu tranquilamente. Ela está aqui.

    Ricco estende o telefone para Kassia e ela balbucia um 'obrigada' sem graça antes de levar ao ouvido, ele se afasta e fecha a porta do escritório indo se sentar ao lado de Jarel.

— Eu não podia imaginar que, ela nunca me disse nada e eu achava que, que merda. Eu, amaldiçoei a única mulher que sempre amei mais que tudo e ela...

— E agora você está se sentindo culpado. Seja bem vindo ao clube.

    Ricco olha pra Jarel com desconfiança justificada e Jarel joga as mãos ao alto sem paciência alguma e se levanta.

— Eu caí por ela, se é que não percebeu. Ainda devo estar fe­dendo a enxofre por conta disso. Falando nisso, aqui ao menos os banheiros são fechados para garantir alguma privacidade ao sujeito, não?

    Ricco assente devagar e com um comando mental aciona as cortinas metalizadas que começam a descer por todas as paredes de vidro da mansão.

— Tem três banheiros aqui no primeiro piso. — ele informa apontando o largo e iluminado corredor e Jarel assente a perguntar;

— Toalhas?

— Você é mesmo um anjo caído?

— Alguma dúvida com relação a isso?

    Jarel retira a camisa num único movimento e se vira de costas para Ricco que silva baixinho em ver o V invertido e engole em seco.

— Não era para sermos inimigos mortais?

— Ainda não sei se sou seu amigo, mas é possível que me veja obrigado a ser, se ela assim quiser.

— A nossa Kassi cativou o coração de um anjo a ponto dele cair por ela?

— Toalhas?

    Ceeerto. O cara não ia soltar mais nada e não havia por que insistir.

— Em todos os armários.

    Jarel assente e lhe da às costas a rumar pelo corredor e o escuta resmungar.

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