*Dedicado à você que lê, que permite-se entrar na história, que comenta, que vibra, que chora, que faz valer a pena estar do lado de cá a cada dia ou noite compondo, estudando, muitas das vezes enfrentando complicações mil até que enfim esteja no ar.
Zarcon praguejou alto e rapidamente interagiu em defesa do irmão e dos demais, afastando-se de Aleesha, concentrando-se nos elementais da natureza, reordenando-os à sua vontade, invocando a tempestade.
O rei era energia em seu princípio mais básico e primitivo quando o vento zuniu ruidosamente e nuvens carregadas e sombrias se uniram no céu a encobrir o astro mortífero para ele e para os demais do seu mundo.
Trovões ribombaram ao alto prenunciando a tempestade e logo em seguida a chuva começou a cair com estrondo, encharcando a terra consagrada que fora berço dele e de seus ancestrais. Todos os seus se levantaram do solo que os acolhia e tal como ele, estavam igualmente indignados e furiosos. O vento e a chuva zuniam e açoitavam inclementes aos corpos enquanto raios ricocheteavam nas árvores e nas pedras, fulminando e destruindo a tudo o que tocavam, os animais corriam e se escondiam desorientados e o volume lamacento das águas nos rios próximos subia rapidamente.
Sob seu comando, as terras encharcadas das montanhas próximas desprenderam-se e desceram em avalanche cercando os mortais por todos os lados, deixando-os sem alternativa de fuga e assombrados com a súbita e repentina tempestade, e a besta colossal, em toda sua monstruosa fúria galopava velozmente na direção da fêmea com a promessa manifesta de destruição e vingança estampada em seus movimentos e rugidos.
Um dos seus algozes a levantava da terra úmida e a segurava como escudo, mas a deixou cair aterrorizado com o que via à sua frente entre uma trovoada e outra, e antes que o covarde pudesse emitir qualquer som foi mordido na cabeça, sacodido no ar como um pedaço de pano e ferozmente destroçado pela besta enquanto seu sangue imundo se misturava à terra encharcada sob seus pés.
Os outros machos tentaram fugir, mas foram abatidos com a mesma falta de piedade que tiveram para com a fêmea pelos outros guerreiros do seu mundo, já a fêmea que covardemente a tinha esfaqueado, foi poupada. Mas só porque era assim que deveria ser.
Nenhum Aehmon em sã consciência matava seres fêmeos de qualquer espécie sob qualquer circunstância há muito tempo. E as fêmeas humanas estavam no topo dessa lista de prioridade, elas que principalmente deveriam ser poupadas.
Mesmo quando eram treinadas e induzidas pelos seus inimigos a entrar no seu mundo com intenção de matar um dos seus, elas eram rendidas e entregues aos seus respectivos guardiões, e cabia a eles decidir sobre o destino delas. Salvo se conseguissem seu intento, aí eles tinham o direito pelo tratado entre os guardiões superiores de fazer com elas o que lhe aprouvessem, mas não era o caso ali, e se não pelo que elas já representaram para todo o seu povo há muito tempo. Eles as deveriam preservar em respeito à Mahren Mäi.
Guardiã da sua raça perante os superiores.
Mas Xstrauss pensou em abrir uma exceção para a fêmea de cabelos prateados. Ah sim!
Ele pensou seriamente nisso emitindo um rosnado carregado de desejo de vingança! Ele podia farejar as intenções da fêmea imunda de forma inequívoca claramente, e a falsa postura de submissão da fêmea estava deixando-o enojado. A víbora peçonhenta acreditava que seria poupada se mostrasse respeito e subserviência a ele e até ousou imaginar como seria, lançando imagens luxuriosas para a mente dele, mas Xstrauss pretendia mostra-lhe o quanto ela estava enganada.
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Vale dos Aehmons
Paranormal®Todos os direitos reservados. Liberado por período indeterminado. (design de capa Debby Scar). Kassia é uma jovem comum, que sempre batalhou para ter seu espaço e sua liberdade no mundo. Não sabia ela que sua vida tomaria rumos sem volta quando...