Capítulo 37 final

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*hora da verdade...



    Ela respira profundamente e hesita. Pensa em um palavrão suculento e enruga de leve o cenho. Va lá.

— Zarc...

    Zarcon sente arrepiar os cabelos da nuca e milhões de suposições passam como faíscas elétricas descontroladas pela sua mente, mas de todas as suposições, de fato que não estava preparado para ouvir o que ela disse, uma eternidade de segundos depois.

    Que ela estava grávida era óbvio e ele sabia, então quando ela disse estou grávida ele assentiu e ela ficou ainda mais vermelha, mas o 'Também de você' que ela demorou outra eternidade pra dizer que foi difícil de processar e ele precisou sacodir a cabeça, acabou sorrindo e certamente não foi uma boa ideia.

    Kassia sente as presas se pronunciarem e por consequência de estar mordendo o lábio inferior, os tinge de rubro do seu próprio sangue.

— Aqui, em cima dessa mesma maca, se é que a original também não foi arruinada com a acidental explosão de Danikas, mas, é isso Zarc. Eu gestava três antes e ao que tudo indica eu estava ovulando quando nós...

    Zarcon já estava duro feito rocha dentro das calças e Kassia abaixa a cabeça em fitar o chão apesar da fome evidente.

    Não podemos fazer isso com ele, Ale. É injusto.

    Não é justo escolher por ele.

    Zarcon abre o decote da camisa e faz uma prece silenciosa à Guardiã. Ele se aproxima de Kassia e fica entre as suas pernas, gentilmente põe o polegar em seu queixo e a faz olhar para cima e quando os seus olhares se encontram, várias duvidas perpassam como foguetes na mente dela.

    E quanto às fêmeas que nos ascenderam? Algumas não se alimentavam dos pais dos seus filhos, algumas nem mesmo se alimentavam.

    Já sabemos que a natureza das que descendem da outra como você é diferente, veja a isso como um experimento, K.

— Posso sentir a sua fome. Bebe de mim, Kassia.

    Kassia geme e silva baixinho ao mesmo tempo e pergunta num fiapo de voz;

— Tem certeza Zarc?

— Nada me faria mais feliz nesse momento.

    Kassia observou o pescoço exposto e salivou ao ver a veia grossa e pulsante. Suas presas se pronunciaram ainda mais e ela envolveu o pescoço másculo com os braços, beijou-o carinhosamente e ouviu os batimentos cardíacos dele acelerarem ainda mais.

    Zarcon chiou baixinho perto do seu ouvido quando sentiu as presas delicadas perfurando a sua carne e se permitiu espalmar as mãos nas costas macias e esguias enquanto ela se alimentava dele. Seus olhos turvaram com as emoções reprimidas. Ele não queria, mas a amava de uma maneira que poderia afastá-la ainda mais e acabou deixando que as lágrimas escorressem mansamente pelo seu rosto sem soltar sequer um suspiro que o denunciasse.

    Suas mãos deslizavam espalmadas para cima e para baixo pelas costas macias e absorviam o calor que emanava do seu corpo esguio. O desejo de estar todo e completamente dentro dela, era grande, mas era suplantado pela necessidade ainda maior de tê-la por perto. Do jeito que fosse, pelo tempo que ela permitisse, e lá no fundo ele sentia que Kassia ficaria assustada e se afastaria ainda mais se ele se permitisse extravasar o que estava sentindo, e por isso se continha, estar afastado era tudo que ele não queria.

    Os bebês reagiram.

    Kassia fecha os olhos devagar e sem deixar de abraçá-lo lambe seu pescoço e encosta seus lábios demoradamente no ponto que havia perfurado em um beijo quente e carinhoso.

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