Capítulo 35 final

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*Essa parte de capítulo em especial, dedico a uma serumaninha que vem arrancando muito sorrisos de felicidade do meu rosto com sua participação espontânea, em gratidão por ter me dado uma chance, dedicando seu tempo a ler esse romance.



    Olho por olho e dente por dente.

    Kassia de alguma maneira compreende que ter salvado os bebês foi o que condenou as irmãs que nem mesmo chegou a conhecer e a sua garganta se fecha inflamada;

    Haverá algum tempo em que possamos viver em paz e livre dos seus desígnios cruéis?

    Eu trabalho por isso, criança, todo o tempo.

    Kassia assente e encara Ricco;

— Ricco, eu não posso interferir, mas você pode, se você quiser...

    Ricco prontamente aceita e lhe estende a mão que ela segura a perguntar;

— E aceitaria uma fração do meu dom, mesmo que venha considerar que seja na mesma moeda uma maldição para o resto da sua vida?

— Se vai ajudar a encontrar o animal que violentou e me gerou no ventre da minha mãe, eu aceito.

    Ricco sente o seu pulso queimar por um instante e percebe que Kassia o havia espetado de leve com seu dedo anular.

— A mesma capacidade que ele tem para identificar uma fêmea Kade, você agora terá de encontrá-lo.

    Ricco sorri daquele jeito que lhe era tão familiar e esfrega o pulso;

— E desde quando isso é uma maldição?

— Você vai entender melhor quando o encontrar.

— Está, tão parecida com Korine.

— Ela é minha irmã de raça e me recebeu em seu ventre quando aceitou Mahren como sua Guardiã. É justo que sejamos parecidas.

    Ricco assente em concordância, olha brevemente em torno e volta a fixar nela o olhar;

— Essa mansão foi construída para que não se sinta presa e ao mesmo tempo sinta-se protegida. Os satélites não identificam do alto e os olhos dos mortais são confundidos pela mesma ilusão de ótica. As cortinas de aço são esmaltadas de branco por dentro, abaixam automaticamente às vésperas do amanhecer e sobem logo após o por do sol. Vai ficar bem?

— Vou. Sim eu vou ficar bem, Ricco.

    Ele volta a passar a mão em sua nuca e se remexe incomodado;

— A senha para a entrada do quarto no subsolo é o seu primeiro nome completo.

    Kassia balança a cabeça assentindo, Korine já havia mencionado ao telefone.

Orientei o motorista em trazer provisões e deixar o carro para seu uso com cadeirinha de segurança dupla para os bebês e descer a serra no utilitário que...

— Eu não dirijo mais. — ela o interrompe.

— Eu dirijo.

    Todos se voltam para o interlocutor e ele olha em torno a mover o ombro com pouco caso.

— Bonita casa, mas se quer saber, ainda não estou acreditando que a minha 'missão' é servir de motorista aqui. O que aconteceu K? Tem noção de quanto tempo você e Ores estão fora do condomínio?

— Prazer em vê-lo também, Dërhon.

    Ores assente de leve para Dërhon e se volta para Kassia que lhe sorri de leve e assente preocupada. Ores desaparece e Kassia apresenta Ricco ao Dërhon e nem se dá ao trabalho de perguntar como ele a achou ali.

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