Capítulo 9

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*Ficando boazinha e adiantando parte de capítulo, Carol? - Sim, siiim, e essa parte eu dedico a mais uma pessoa que vem a cada dia se tornando mais e mais especial pra mim, então, sem mais delongas, bjokas a todos e bom entretenimento.



   Nenhum deles teve coragem de encarar a fêmea ou um ao outro no restante daquela noite. E no dia inteiro seguinte também. E nesse ínterim, a fêmea em questão recebeu uma visita estritamente pessoal à 'portas trancadas' e quando os três pararam no umbral do quarto e ela fitou o rosto de cada um com indiferença dissimulada que cheirava claramente a rancor.

    A partir de então ela voltou a deitar a cabeça no travesseiro e manteve o olhar fixo e sério em algum ponto invisível da parede à sua frente e de uma forma, ou outra, todos sentiram que estavam no que Dërhon cognominaria como lista negra dela, Xstrauss de certo diria, enrascados e Zarcon diria, perdidos...?

    Seus irmãos o fitaram com sobrancelhas levantadas e Zarcon dá de ombros. É o que ele diria. Ou algo que rima com isso.

    Ambos souberam pelo Neimo que a Guardiã havia aparecido na mansão e que passou parte do fim da noite anterior e quase todo dia seguinte dentro do quarto trancado com ela. Enquanto eles estavam sendo usados de forma que, tirando Dërhon, não queriam nem pensar e se fosse possível teriam apagado por completo da memória e chegaram ali, ambos desejando que ela não tenha ficado com uma impressão muito ruim da Guardiã e decidisse descontar neles de alguma forma. Tudo bem que a Guardiã tinha uma dinâmica de controle sobre eles que, à primeira vista, era no mínimo discutível, no mínimo!...

    Mas se conseguissem convencê-la a levar em conta que se tratava de uma representação de Mulher-Anjo-Caído que os defendia, e que a diaba havia aberto mão do seu corpo físico por eles. Ela até que não era tão má assim. Não como alguns outros guardiões poderiam ser e, não como Ela podia ser, se ela quisesse.

    Kassia ainda não sabia o que pensar ou dizer sobre a visita inesperada que recebeu, mas se ainda restava alguma dúvida de que Dërhon pudesse estar brincando, ou equivocado. Agora não tinha mais. Ele não estava brincando!

    Podia não ter conhecimento de que tentar dissuadir a Guardiã da verdade não era nem de longe uma boa ideia, e não foi mesmo. E claro, foi ela que pagou o preço na própria pele, para que ele e seus irmãos sentissem por tabela!

    É. Isso mesmo!

    Agora ela sabia de tudo que Dërhon tentou explicar e até mais um pouco sobre a natureza intempestiva de todos eles e a Guardiã podia ser bem persuasiva quando necessário. Isso, nas palavras dela. Nas suas; Quando queria e porque podia... Encaixavam-se tão bem quanto...

    Ou até melhor!

    Escondido sob o lençol de algodão finíssimo, ela sentia todo o seu corpo arder como se ainda estivesse em chamas, e ainda estava coberto de marcas de açoite e queimaduras terríveis que se curariam logo após a sua primeira alimentação como transformada, como havia sido informada pela Guardiã. Ou com o tempo, como citou depois, deixando claro que podia ouvir seus pensamentos ou ler suas intenções nas suas expressões.

     Uma marca para cada vez que inocentemente confirmou ter aceitado ser transformada e como uma espécie de recompensa pela sua 'fidelidade' aos seus diletos Aehmons, a Guardiã a presenteou com os dons de Aleesha além dos seus, e daquele momento em diante lapsos de lembranças e sentimentos da rainha, também fariam parte do seu cotidiano, até segunda ordem...

    Ela passou pelo que julgou ser a pior parte da transformação na presença da maldita até algumas horas antes e Dor, havia ganhado um significado totalmente diferente em seu conceito. No momento a dor era interna e amiga íntima de cada uma das células alteradas em seu novo corpo e por mais irônico que parecesse, era melhor e mais bem vindo do que não 'sentir' droga nenhuma.

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