Capítulo 13

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    Dërhon e Zarcon entram no quarto praticamente ao mesmo tempo e ambos ficam impactados com a mesma visão. Os lençóis estavam emaranhados e espalhados na cama e no chão e o cheiro de sexo invadiu as suas narinas como um soco bem dado em seus estômagos ou chutes bem no meio das suas bolas.

    Zarcon grunhiu primeiro, mas logo foi seguido por um grunhido de Dërhon e ambos sabiam exatamente o que tinha acontecido ali, mesmo que Dërhon não estivesse monitorando o quarto e toda a cena indigna e cruel não tivesse gravada, o cheiro que pairava no ar era incontestável.

    Xstrauss tinha tomado a K, e de forma que todos eles aprenderam tanto a temer quanto a abominar.

    Dërhon levantou de súbito da poltrona onde devaneava quando os sensores de segurança apitaram alertando-o de que o quarto da fêmea estava sendo trancado pela tela de aço, tinha saído por respeito da frente do monitor quando ela saiu do banheiro, com aquele cabelo negro fantástico cobrindo suas costas nuas até quase a altura do traseiro, que... Zarcon pigarreia, e não é nada sutil.

    Dërhon trinca os dentes e a mancha de sangue entre os lençóis chama a sua atenção, ele engole em seco e se volta para Zarcon.

Ela era...

    Ele não conseguiu terminar a questão e Zarcon arranca da cama com violência o lençol que encobria em parte, o sinal de sangue dela.

Virgem.

    Zarcon concluiu com um rosnado de desgosto.

Mas ela, eles não... Como?

    Zarcon passa a mão no rosto e bufa, sem coragem de verbalizar ele pensa;

    Os humanos a torturaram com sexo anal, mas não tiveram tempo de violar, nós, Xstrauss...

    Dërhon soca o ar e seu rugido faz tremer às paredes do quarto;

— Como ele foi capaz de fazer isso?... E de novo! Caralho! Como é que o cara pode ser tão imbecil? Ele estava lá! Viu em primeira mão tudo o que ela passou! Caralho, caraalho!...

    Dërhon se viu obrigado a assistir impotente ao seu próprio irmão por cima da fêmea no quarto trancado e saber agora que ainda era virgem e nem mesmo tentou se defender só fez aumentar o seu ódio por ele!

    Zarcon o socou com toda fúria que estava sentindo por dentro e Dërhon foi arremessado no chão com o golpe surpresa.

— Se não tivesse dedicando tanto tempo ao que carrega entre essas malditas pernas em vez de fazer o que se comprometeu a fazer...

    Dërhon se levantou de um salto e silvou furioso para o irmão apontando-o;

E você? Seu covarde de bosta! Se, se, se! — ele gritou e voltou a socar o ar;

—Eu estava respeitando a privacidade dela! E o que faço com o 'meu' corpo não lhe diz respeito, agora você! O que foi que me aconselhou quando me decidi em pedir a ela que me escolhesse, hein? Será que vou precisar refrescar sua memória, seu bosta? E daí, que ela nunca chegasse a me amar? Eu a amaria por nós dois, ok? Não sou um merda de um fraco como você, e ela nunca estaria sujeita a passar por situação assim comigo! Eu nunca a machucaria de propósito!

    Dërhon caminha em direção à porta do banheiro e bate com força no portal reposicionando o ombro deslocado pelo soco e grunhe baixo, encostando a cabeça no portal ele começa a tremer e chora sem pudor algum.

    Havia caído na idiotice de tratá-la como Xstrauss a vinha tratando na esperança idiota de que ela começasse a se interessar por ele, e deu na merda que deu.

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