Capítulo 27

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*AVISO IMPORTANTE: em pouco mais de 17 dias a partir de hoje (22/08) estará COMPLETO aqui no wattpad e só ficará após completo exatas 24 horas.



    Arthorm demorou um pouco mais do que esperava para emergir do solo que os abraçava e quando enfim conseguiu, o cenário que se apresentava em sua volta estava estranhamente diferente. O clima que pairava no ar também, e se os seus sentidos mais primitivos não estivessem embotados pela falta de uso, eles estavam em meados de uma estação e o que sentia calculado ao que sabia, o fez chegar ao espaço de no mínimo três meses de sono profundo como resultado da equação, e isso se tiveram sorte.

    Poderiam ser anos, mais esses possíveis três meses!

    Era sempre assim quando se entregavam ao sono sob o solo rico e restaurador. Eles saiam novinhos em folha, com uma fome e uma sede miserável! Ao menos no seu caso era assim, mas como os outros não falavam nada sobre seus sintomas após a terra os recarregar, ele não seria o primeiro a dar esse mole e se delatar. Vai que ele era o único a sair com o estômago roncando feito um trator desregulado e garganta seca sedenta de água, gelada de preferência, das que fazem doer à mandíbula quando entram na boca e se fosse com gás então, o paraíso eram àquelas bolinhas estourando bem perto do nariz!

    Obrigado.

    Arthorm degusta sua água gelada com gás e chegaria a fechar os olhos em deleite.

    Mas os manteve bem abertos, e iam e vinha entre o copo e o Neimo e o ambiente à sua volta, tétrico, escuro e úmido.

    O ambiente que não batia e ele demorou ainda alguns segundos para se sitiar com a realidade, mas é sucinto em perguntar;

— Quanto tempo?

— Duas luas e cinco noites e dias completos, senhor.

— Errei feio...

— Senhor?

    Arthorm balança a cabeça em negação, cai em si e encara o Neimo;

— Você também saiu do condomínio? O que está fazendo aqui? Onde? A fêmea que... Ores! — impacienta — Vai ficar parado aí me olhando como se eu fosse maluco?

    Ores, arqueia as gastas sobrancelhas em suspense e meio que sorri entre aqueles olhinhos apertados de jabuticaba! Filho da puta de diabo encapetado!

— Eu tenho autorização para estar aqui, senhor e, é justo que vos diga...

— Que se sente vingado, imagino, mas a K...

— Justificado é o termo mais atualizado, senhor, e quanto à menina, eu fui autorizado a retirá-la da terra duas noites atrás. K ainda dorme no leito que humildemente preparei mais ao seu agrado, mas pelo que fui informado, é o senhor que a alimentará...

    A pausa sugeria que ele confirmasse, e até pensou em revidar o suspense deliberado, mas a vontade de vê-la e certificar-se de que ela estaria bem era maior, e Ores o fitou com aprovação genuína em seu olhar cansado;

— Por aqui, senhor.

    Ores estendeu a mão para amparar o copo e Arthorm o segurou;

— Obrigado, Ores.

— O senhor já agradeceu.

— É mesmo. Então, me desculpe. Por mim e pelos outros que te sacanearam por tanto tempo lá na república.

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