*Preparem-se, pois nem tudo são flores neste meu romance e mistérios começam a aparecer...
Quando a dor física já não era mais o suficiente, a entidade que ele não conseguia olhar no rosto manipulava a sua mente e trazia a tona recordações que há muito tempo esteve guardado no fundo do seu subconsciente. Ele agradeceu com um grunhido extasiado pela sensação que essas lembranças evocavam a essa mesma entidade que o salvou e acolheu em um dos piores momentos da sua existência, e o educava em como sobreviver em sua nova realidade de vida.
Ele 'precisava' da dor, fosse física ou psicológica, para manter-se são, e ao que lhe parecia, a entidade sabia exatamente do que ele precisava. Dessa vez ela o fez voltar à época em que estava com três anos e meio de idade e passou por quase uma semana ao lado do corpo da mãe biológica, morta por uma overdose de cocaína.
A lembrança da fome e da sede que sentiu naquela época era intensa ao ponto de senti-la novamente e era melhor e mais agradável do que não sentir nada, como vinha acontecendo com frequência, então ele se agarrou a sequência mais que bem vinda de acontecimentos que se seguiram...
Seu querido papai era um figurão no interior do Espírito Santo que foi ameaçado pelos vizinhos da sua mãe e se viu obrigado em assumi-lo, e ele o impôs à esposa, que na intimidade também era sua submissa.
Andreia, esse era o seu nome, deliciosa Andreia, e ela o torturava sempre que tinha oportunidade. Seu pai também não ficava atrás, mas era Andreia que ele amava e odiava com a mesma intensidade, e as dores físicas e emocionais que seu pai infligia, batendo em seu rosto e chamando a sua mãe de piranha vagabunda ou a ele de filho da puta, não tinham a intensidade de alcançá-lo como ela tinha quando batia ou o enforcava, dizendo que o amava. E ela amava mesmo!
Ele podia sentir em cada gesto seu. Ela odiava amá-lo, mas amava, e também amava torturá-lo da mesma forma que seu pai fazia com ela...
Seu pai morreu com um ataque súbito do coração pouco antes que ele completasse nove anos, e quando completou 16 que ele virou a mesa do jogo com sua carrasca Andreia, entorpecendo-a com os mesmos remédios que ela usava com ele, em uma quantidade maior no vinho dela.
Ele a levou para o quarto de jogos e a suspendeu nos grilhões do teto dando-lhe uma surra de bastão que por pouco não a levou em como ao hospital. E depois a comeu por trás, meteu fundo e gostoso nela naquela tarde chuvosa de abril e foi fazendo dela a sua amante que ele descobriu a sua sexualidade latente.
Ele, tal como seu pai, gostava de torturar além do físico e Andreia fora só a primeira dentre às muitas que ele quebrou e doutrinou, levando-as ao limite da sanidade.
As lembranças aqueceram o peito agora mais largo e bem mais forte, mas ele olhou ao próprio pau com expressão de pesar, esse que já não funcionava nem mesmo com isso. Seu pau continuava flácido entre as poderosas pernas do seu novo corpo. Maior. Bem maior que antes!
Com poderes sensoriais que o assombraram e empolgaram ao mesmo tempo!
Seus caninos se pronunciavam sedentos, e ele podia ouvir e atrair os animais das florestas em torno do seu novo e melhorado lar, com um simples comando mental. A sua força e agilidade eram sobre-humanas e há pouco descobriu que era capaz de se desmaterializar e se transformar no que bem quisesse, e era somente à entidade com sua voz suave e hipnótica que o dominava e delimitava, mas até então, sua única restrição era se tentasse sair dos domínios dela, e isso ele não faria.
Ela o tinha resgatado da floresta enquanto ele agonizava com dores terríveis e clamava por uma morte que não vinha. Ela o transportou com o poder do pensamento para dentro de uma caverna no subsolo e o acomodou no que lhe pareceu uma réplica perfeita do apartamento que foi levado a morar com o pai quando criança e que ele manteve até pouco mais de um ano atrás. Ela proveu os recursos para que ele saciasse a sua sede e a sua fome e a lista não terminava...
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Vale dos Aehmons
Paranormal®Todos os direitos reservados. Liberado por período indeterminado. (design de capa Debby Scar). Kassia é uma jovem comum, que sempre batalhou para ter seu espaço e sua liberdade no mundo. Não sabia ela que sua vida tomaria rumos sem volta quando...