Capítulo 28 final

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*Dedico a você, mãe e menina, com esse riso gostoso e áudios que tem o poder de me animar a estar aqui (kkk) à 01 e pouca madrugada, postando mais essa parte de capítulo. Minha mais nova Fiotinha, recebe meu beijo e meu abraço apertado, e abaixo, mais algumas respostas para questões que não querem calar (mais risos). Adoro vocês!



    Ferguz ainda não entende porque que entre todos os demais fora ele o escolhido por Alegra a ultrapassar os limites impostos a todos eles, mas desconfiava ao adentrar na larga câmara subterrânea que estava sendo punido por tê-la delatado ao príncipe e ao rei e as perdas que acabou desencadeando no largo subterrâneo para onde os guerreiros e seus outros irmãos iam, quando se reuniam ou estavam feridos.

    Vários corpos dilacerados estavam espalhados ao longo do caminho que ele deveria seguir dentro daquelas cavernas escuras e úmidas, o cheiro do sangue fresco, de várias espécies de seres mágicos e mortais, impregnavam o ambiente e fazia suas narinas arderem ao aspirar. Seu instinto lhe dizia que o ser responsável por essa carnificina estava à espreita, e possivelmente ele seria mais um, se não tomasse o devido cuidado.

    Estava certo de que Alegra o havia mandado para a morte e a julgar pelas partes de corpos que encontrava no caminho. Entendia que tanto podia ser rápido e indolor, ou demorado e extremamente doloroso, mas ele continuava seguindo em frente no caminho que ela o mostrou em sua mente. Aguardando conformado que a qualquer instante deparasse com o que seria o seu fim, Ferguz continuou o percurso sombrio e até preferia que fosse assim, em guerra, sim, e ele lutaria até o último suspiro.

    Pelos seus cálculos, ele já caminhava a uns seis quilômetros para além dos limites impostos a eles pela Guardiã e ele estava à própria sorte. Ailin não queria que fosse, podia sentir em sua comunicação muda com Alegra, mas ele devia isso a ambas e se interpôs ante o interlúdio oferecendo-se de antemão, e a cada passo ou partes de corpos dilacerados que encontrava, estava mais convicto de que Alegra o havia mandado para o precipício.

    Lembranças do seu vínculo com Ailin vieram à superfície de seus pensamentos sombrios e isso doeu, ele a havia provocado e acabou colocando-a na situação que se encontrava agora. Ailin, a sua preciosa Ailin tinha seus dias contados e estava se odiando por se deixar levar a fazer o que fez com ela. Ela era tão pura quanto uma criança em corpo de mulher e ainda era virgem, não havia perdão para o que ele fez. Ele nunca se perdoaria.

    Ele a induziu, ele a provocou e deu no que deu. Irritada ela o silenciou com um beijo e do beijo... E foi com essa linha de raciocínio que ele engoliu uma exclamação e silvou assombrado com o que via mais à frente no largo iluminado por tochas feitas de mais partes dos corpos de seres que deveriam ser imortais e ele instintivamente contou.

    Eram doze às fêmeas ferozes presas pelas cinturas e tornozelos no centro do largo e elas silvavam sedentas para ele com suas unhas em forma de garras e os corpos nus extraordinariamente esquálidos.

    Ainda assombrado, ele avista o vulto de uma besta colossal na penumbra do largo e ela tomava a forma humana conforme seguia em sua direção.

    Ferguz filho de Zerberuz, eis aí o tributo pelos que se perderam em definitivo no largo de lá. Nada do que vistes foi aleatório. Todos os que se perderam naquele momento, não estavam preparados para a nova era dos Aehmons.

    Ferguz engole em seco e fita as fêmeas de soslaio. Todas trazem às máscaras de aço em seus rostos e silvam ferozes e famintas em sua direção com os olhos apertados.

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