Capítulo 12

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    Cale a boca, e volte de onde saiu...

    Xstrauss chegou a abrir a boca quando a viu, mas nenhuma palavra saiu. A fêmea estava nua de frente pra ele e bloqueou suas cordas vocais ao mesmo tempo em que acionou as telas de aço entre as portas e janelas do quarto com um comando mental. Eles estavam presos ali dentro, ela o estava prendendo no lugar, e isso não era nada bom, estava pressentindo que não.

    Ela balançou a cabeça levemente em negação e os seus olhos, agora tomados pelo mais claro tom de azul cintilavam de uma forma estranha e até mesmo sombria no rosto desprovido de qualquer tipo de emoção enquanto o examinava e ele permanecia totalmente impotente sob o seu comando. Ele trinca os dentes.

- Não quero que me fira dessa forma, - ela se referia às suas palavras e ele assente abrindo a boca, mas ela torna a balançar a cabeça em negar;

- Tarde demais Xstrauss, eu não tive tempo de pensar, é justo que você também não tenha.

    Xstrauss tremeu por dentro entre ódio e medo e ela lançou o forte e inegável comando que o surpreendeu e tirou em definitivo dos eixos.

- Eu sinto a sua raiva pelo que eu sou e represento e quero que você a desconte em mim, sem piedade... Quero que me tome com toda a sua força e fúria, e, Xstrauss eu o quero, agora.

    Ela liberou sua musculatura e ele partiu pra cima dela como a besta fera que era cravando os dentes na garganta macia.

    O seu gosto era doce como o mel e cálido como o vinho e ele rosnou, ela era só aceitação e isso deixou em carne viva por dentro, mas movido pela compulsão dela sobre seu corpo ele soltou os dentes e mordeu de novo com brutalidade enquanto a arrastava pra cama e se forçava entre as suas pernas.

    Imagens daquela Valquíria se misturavam e mesclavam às da fêmea embaixo do seu corpo e ele ganiu alto entre a dor e o desejo. Era puro terror e total desespero quando sentiu que rompia a tênue barreira em seu centro úmido e ela não gritou, não emitiu um único ruído sequer!

    O seu corpo maldito continuava se movendo feroz, implacável. Só o coração disparado e a rigidez na sua musculatura denunciavam a dor que ela estava sentindo. E isso o estava matando...

    Ele queria parar, mas ela o impelia mais e mais a ser agressivo e seu corpo obedecia ao comando com a ferocidade e a compulsão incontestável, ele a mordeu do outro lado da garganta mortalmente ferida e queria rugir, queria gritar, ele queria implorar para que parasse enquanto o seu sangue escorria e sua garganta absorvia o néctar precioso, mas ela não o ouvia.

    O seu corpo se movia independente da sua vontade e ele nunca sentiu tanta raiva de si e da sua sina maldita quanto estava sentindo agora e o inevitável aconteceu acompanhado de um ganido sofrido e as lágrimas turvavam a sua visão.

    Os jatos de gozo do seu corpo imundo invadiram o corpo da fêmea enquanto ela o acariciava na nuca como se o consolasse e ele espasmou de novo e de novo... Não!

    O seu corpo maldito e tomado pela compulsão 'gozou' dentro dela...

    Logo que se entendeu livre, ele a esbofeteou com toda força da sua raiva, deixando a marca da sua mão no rosto da fêmea, possesso de verdade com o que ela o obrigou a fazer!

    Ela não se mexeu.

    Nem mesmo se encolheu.

    Só ficou lá, olhando de lado para ele como se não o visse de verdade e pouco antes de alcançar a porta, conseguir abrir com dedos trêmulos e disfuncionais e fugir dali. Xstrauss vislumbrou de relance uma única e grossa lágrima rolar no rosto pálido desprovido de qualquer tipo de emoção. Que ele tinha deliberadamente esbofeteado. Na fêmea que por muito pouco não havia matado.

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