Ferguz invadiu o quarto, olhou pra Kassia em duvida por um único segundo e com decisão aproximou-se e puxou Ailin para dentro dos seus braços grandes e encostou a sua bocarra na dela... A parte mais humana dele aprendeu bem depressa como agir e em questão de poucos segundos Kassia podia jurar que a amiga já tinha esquecido até o próprio nome.
Kassia saiu discreta e pela tangente, mas plantou uma ameaça bem franca na mente de Ferguz que o fez encolher-se sutilmente, mas ele não perdeu o ritmo do primeiro beijo e ela elogia o desempenho dele também em pensamento. Claro que não consegue suprimir um sorriso sacana em julgar o gênero pelo que eles eram e riu de novo em constar que não eram nada diferentes dos humanos nesse quesito; ele se encolheu na mesma reação instintiva que um macho tem em ver outro sendo chutado bem entre às preciosas bolas!
Ela se inflou de leve pelo seu poder de persuasão e Ores a fitou com certa admiração e um quê de curiosidade.
Que ela satisfez, claro.
— Avisei que deve ir devagar com andor, ou eu mesma arrancaria as suas bolas e as comeria no Podrão que o faria comprar, já sem elas.
Ores também teve a mesma reação instintiva, mas logo se recompôs e até tentou ensaiar um sorriso meio condescendente, só que se traiu ao engolir em seco.
Homens, machos, e suas preciosas joias...
☼
Os dias que se seguiram passaram amenos, ela já conhecia mais o extenso espaço do condomínio e Ailin, aos poucos começava a sentir mais segurança em si e a experiência chamada 'namoro' já não a assustava tanto. Mas também, Ferguz era uma gracinha com ela! Ele sempre trazia flores e frutas do campo quando voltava das caçadas, roubava beijinhos inocentes de tempos em tempos e nunca avançava o sinal...
Está certo, que volta e meia, ele entrava na sua mente em busca dos conselhos mais bobos, tipo; Se estava fazendo direito e se ele a machucasse sem querer —, presas —, ele se referia às presas na hora do beijo e Kassia já estava se sentindo meio maluca de ficar sempre fiscalizando ou interagindo, mas a felicidade estampada no rosto da amiga fazia todo seu constrangimento valer a pena. Além do mais, Ailin e Ores eram as criaturas mais doces atualmente em sua vida e ela vinha fazendo outras amizades também.
— Não é, gatinho?
Ela acariciava o pelo do filhote de pintado que tinha cativado quando um lampejo de visão a arrepiou toda. O filhote reagiu ao cheiro do seu medo rasgando seu braço com uma patada instintiva, silvou defensivo e fugiu assustado de volta para a mata.
Kassia sentiu em seguida uma forte vergastada nas pernas e do nada, seus pulsos e canelas começaram a sangrar.
Outras vergastadas varavam invisíveis pelo seu corpo e ao mesmo tempo ela sentiu-se sufocar caindo pra trás e até teria suportado tudo que estava acontecendo com a intensão de entender que droga era aquilo, mas a visão que se agigantou por sobre o seu corpo que a deixou realmente desesperada e ela forçou a garganta apertada.
— Xstrauss, nããão!...
☼
Merda, merda, merda! — ela levantou-se de súbito e muito braba, sabendo exatamente onde estava dessa vez.
— Vocês não fizeram nada com ele dessa vez! Por Deus, me digam que não!
O Seu pedido soou mais como uma ordem, mas que se dane! Ela ESTAVA DESESPERADA! Não que ele merecesse, mas não se manda nesse tipo de coisa! Só que quando ela viu Zarcon e Dërhon no quarto, e não Xstrauss...
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Vale dos Aehmons
Paranormal®Todos os direitos reservados. Liberado por período indeterminado. (design de capa Debby Scar). Kassia é uma jovem comum, que sempre batalhou para ter seu espaço e sua liberdade no mundo. Não sabia ela que sua vida tomaria rumos sem volta quando...