Capítulo 19

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*Feliz dia dos pais, boa leitura!



    Ele já estava em pele e osso, talvez mais osso que pele, mas não se importava. Daria tudo de si, e do que estivesse ao seu alcance para defender a fêmea deitada em sua cama e se morresse no processo, ela precisaria estar forte para se defender sozinha...

    Kassia já estava bem além do seu limite, as faces das fêmeas que ele matou, por culpa sua, a atormentava, Aleesha continuava sendo um eco dos seus pensamentos e sentimentos, com a única diferença. Era ela quem vinha à tona quando a necessidade de alimentar-se sobrepujava a de se punir.

    No início imaginou que era um resquício inconsciente de instinto de preservação, mas depois começou a juntar um pensamento aqui e outro ali, um sentimento ou um aspirar mais profundo e...

    Isso é absurdo!

    Lá vem ela!

    Por quê? Pode me explicar virgem de 40 milênios?

    Eu não sou tão antiga assim, ademais, não vou distrair você com mais uma discussão.

    Tudo bem senhora Vaidade, vai embora mesmo! Se enfia aí no canto mais escuro! Oh se vai! Vai idade vaaai... Um elefante incomoda muita gente. Dois elefantes incomodam, incomooodaaam...

... Que filme é esse agora?

    Ghost. Do outro lado da vida.

    Kassia se lembrou da cena em que o fantasma lindo canta a musica do elefante para atormentar a médium a ajudá-lo e Aleesha acaba rindo sem querer.

    Você está ficando louca...

    Você também..., se apaixonar por um assassino...

    Aleesha se cala por uns dois ou três segundos e rebate;

    Eu me apaixonei por você? Porque no meu ponto de vista, ele é tão assassino quanto...

    Kassia demora um segundo menos e bem mais a sério rebate;

    Você está certa. O nosso caso de amor não deu certo. Você não se apaixonou por ele, nem por mim, e eu só vejo uma saída viável para tudo isso.

    E Kassia já estava se encaminhando para esse desfecho, só que levaria ele junto, ou antes. O que viesse primeiro...

    Dërhon se espreguiça todo e geme baixinho, aos poucos os seus pensamentos vão retornando e pumba tuc... O tuc, foi o som oco da sua cabeça batendo no assoalho de madeira nobre que só no seu quarto tinha, e o pumba, foi o do ossinho da bunda que chegou à frente nesse mesmo assoalho e agora reclamava ardida. Ele estava no 'seu' quarto. Fato.

    E se não foi um sonho muito doido, tinha algo a mais no seu quarto que não era nem de longe pesadelo, e ao mesmo tempo, era um pesadelo sem igual... Ah caralho... O sonho e o pesadelo em mesma medida eram reais, e foi o aroma que pairava no ar que o alertou ao fato, e ao Falo, e ele não se referia ao verbo!

    Água caindo era igual à fêmea no banheiro. Ele esfrega os olhos e sente o estômago reclamar meio que colado com supercola às suas costas na sua espinha dorsal, e se seus sentidos não estavam com fuso horário trocado, o dia tinha acabado de nascer lá fora e... A não ser que ele tenha dormido por dois dias inteiros ou Zarcon o tenha enganado, a fêmea em questão ainda estava no cio e... Que bosta estava acontecendo então?

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