Capítulo 30

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    Dërhon retira com delicadeza o capuz que encobria o cabelo da mãe das suas filhas. Ela não contesta, mas continua fugindo do seu olhar, o cheiro agridoce denuncia as lágrimas que banham seu rosto tão belo, e Dërhon deduz que era pelas suas irmãs de raça estar no estado que se encontravam, pelo menos assim ele julgava. Sentia que de alguma forma haviam se perdido um do outro, que ela estava mais distante a cada dia, desde que se conheceram, mas ainda não tinha certeza de como, ou se realmente queria se aproximar tanto emocionalmente.

    Ele a aperta em seus braços com carinho e desliza a mão em suas costas esguias e aveludadas pela textura do manto que a encobria e ela esconde o rosto no seu peito umedecendo sua camisa com lágrimas silenciosas.

    Ele e somente ele que por muito pouco não matou Ailin com seu ato feroz e impensado e sabia que tinham que conversar sobre isso entre outras coisas, mas ela escolhe esse exato momento para levantar a cabeça e encará-lo com seus olhos prateados e úmidos e sorri com tristeza;

— É um macho de muito valor, senhor meu. O que fez e continuará fazendo por todas nós não tem preço.

— Alegra, eu, eu...

    Alegra desliza a mão no seu rosto e o brinda com seu melhor e mais iluminado sorriso e ele deita o rosto na mão que o acaricia chegando a fechar os olhos em deleite, ela fica na ponta dos pés e lambe sua boca com delicadeza.

    Dërhon meio que sorri sem querer e ela cora total e estupidamente envergonhada, mas era impossível de resistir, seu gosto era muito bom e seu cheiro então...

    Desculp...

    Ele não a deixa concluir, cola a sua boca na dela em um beijo sedento e cheio de volúpia e se desmaterializa com ela na direção do seu quarto. A hora de conversar veio e se foi. Pelo seu comando mental ele prepara algumas surpresas ainda enquanto a está beijando e ela amolece toda em seus braços, ele não dá tempo para ela pensar. A urgência da sua necessidade o obriga e em pouco tempo ele a despe e despe a si mesmo deitando-a na sua cama sobrepondo-se sobre o corpo dela, a admirar as feições afogueadas.

    Era mesmo linda a mãe das suas filhas e o seu rosto corado de desejo era mesmo o paraíso diante dos seus olhos e ao alcance das suas mãos.

    Um pensamento fugaz tenta emergir a assombrá-lo, mas ele logo o espanta para o fundo da sua mente e se concentra na beldade feminina sob seu corpo.

    Sua mão livre desliza pelo pescoço macio e seios volumosos, mas quando alcança a sua barriga e desliza pela leve protuberância que começa a se formar ali, o pensamento volta a assombrar com força e ele congela deitando ao seu lado de costas na cama com o braço por cima dos olhos fechados.

    Alegra engole em seco por um instante, indecisa, e uma declaração da sua mair Danikas lhe vem à mente:

... É sexo Ale. Só sexo é o que podemos dar e esperar deles. Esperar por mais que isso, só nos fará sofrer, e a eles também.

    Danikas estava triste e no íntimo também queria mais, mas o que disse não era mentira, essa era sua realidade e a da sua irmã. Alegra sente o cheiro do desejo no ar e decide acabar com o conflito de Dërhon sobrepondo-se sobre o seu corpo e subjugando-o à sua vontade.

    Dërhon treme por inteiro e grunhe de prazer com os beijos úmidos que estão sendo espalhados pelo seu peito em sentido descendente e sente a cortina sedosa dos cabelos dela deslizando pelos seus flancos como uma doce e aveludada carícia, mas ele a segura pelos ombros e a afasta de si de súbito em entender que estava chorando e ele se afasta ainda mais, deixando-a ajoelhada e sozinha em cima da sua cama.

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