*Essa parte de capítulo em especial eu vou dedicar para uma pessoa que é muito especial na minha vida (basicamente minha gêmea nascida de outro útero), e quem curte meus trabalhos, pode agradecer a ela por ter sido a primeira pessoa neste meio a me dizer que meus escritos eram bons e que valia a pena investir. Meu sincero carinho e meu amor eterno.
Danikas nunca imaginou que pudesse ser tão difícil trabalhar a favor da missão que devia cumprir ali se chegasse a ser requisitada e se senta na poltrona... Se senta não, se joga! Assim ó! E Trevon a imita com pouco mais de exagero, chegando a empinar de leve o sofá para trás na sua sentada!
Maldita hora em que foi contar a ele que havia um motivo maior para estar ali.
— Bem vinda ao paraíso, gatinha!
E ela odiava quando ele a tratava por coisas com 'inhas' no final!
— Na verdade só tem uma coisa em mim que você não odeia.
Danikas move os ombros com displicência e ele PIRA;
— Só que eu não sou uma máquina de fazer sexo, caralho!
E agora ela ri.
— Oh diabo de fêmea insuportável!... Dessa vez não vai rolar.
— Tá todo putinho só porque me viu a caminho da academia interna, e de DIA, nem tinha ninguém lá para me ver treinar.
— Justamente por isso merda! E se você se se machucasse?
— Tenho alguns recordes em tempo de cicatrização e você testemunhou alguns deles.
— Isso foi golpe baixo. E se tivesse se materializado no lugar errado? Podiam ser duas ao invés de uma agora? E você ri? Ah não fode!
Danikas fica séria de repente e os pelinhos da sua nuca arrepiam;
— Gatinha, Florzinha, oh Delicinha vem cá, não quis dizer...
Danikas passa por Zarcon feito um tufão bravio e ele cola a bunda na parede e levanta os braços num gesto exagerado, porém cansado, Trevon para há dois passos de distância e grita alguma coisa com 'inha' no final e ela para e lança o dedo do meio para ele voltando o olhar a Zarcon logo depois a pedir desculpas sem som. Zarcon assente e Trevon faz uma careta do tipo desculpe-me também, ou me socorre pelo amor dos deuses e sai correndo atrás dela gritando:
— Fica brava comigo, mas não faz nenhuma besteira Gatinha, não desmaterializa, olha as nossas meninas, não, não, eu vou mais devagar, merda, diabo de vida!...
Zarcon move a boca sem fazer som imitando as discussões que já viraram rotina e Dërhon pigarreia chamando a atenção para si, quando ele olha seu irmão aponta ao fim do corredor com o queixo e ele move os ombros a cada dia mais largos;
— Estão entediados. — explica simplesmente — E Alegra, como está? Há dias que não a vejo.
— Fez amizade com Ailin, passa a maior parte do tempo que não está comigo por lá. E nem vem que não tem, ok? Eu não vou cair na besteira de passar pelo mesmo mico que praticamente todos os habitantes desse mundo ficaram por semanas comentando do Ferguz, e também sei o gosto nojento e enjoativo que têm algumas das comidas que elas não só gostam como passam boa parte do tempo que devia estar na cama DE DIA, NA CAMA, DORMINDO de preferência... Tá! O casalzinho sensual briga para não fazer e fazem assim mesmo, em qualquer lugar a qualquer hora... Chega a ser ridículo! Posso até apostar que não têm um cômodo íntegro nessa mansão ou que já estão se comunicando do jeito que sabem melhor em algum lugar! Eu disse, e nem é inveja, não... Não é! Mas se fosse, estaria no meu direito, certo? Caralho... Pra quê que eu fui me meter nessa, cara? Cara... Tá me escutando?
Zarcon assente ainda inexpressivo e fala com a voz xoxa;
— Cada palavra, Dërhon. Posso até repetir, se não acredita.
— Não, tá de boa eu, desculpa aí o papelão. Você passou milênios sem, você sabe, e eu, em poucos meses, já estou fazendo papel de idiota.
— Eu te entendo, Dërhon, é sério. Não liga para esse meu tom cansado não, é que estou mesmo cansado... Hoje foi um daqueles dias.
— Ringue com Brianis, saquei. E como anda aquela vaca? Tá, saquei essa também. Vou reiterar a questão, se te satisfaz.
— Não precisa reiterar, só não volte a falar dela assim, por favor.
— Tá rolando algum lance entre vocês dois? Não. Eu nem fico grilado nem nada. Só curiosidade mesmo. Mas ela proibiu a vinda das Miellens e, sei lá...
— Ela não proibiu. Ela informou que elas não viriam até segunda ordem e ninguém aqui têm se ferido ou está realmente passando fome e...
Dërhon explode;
— Blá, blá, blá! Eu estou porra! Tá, não esse tipo de fome, até dispenso! E ela pode não ter nada a ver com isso, MAS TEM TUDO A VER!
Hora errada e lugar errado e essa era a constante do casal, e Alegra sorria e se escondia para chorar por dentro e ele não podia falar nada para alertar o irmão, até tentou, mas chegou à conclusão que Dërhon precisaria desse choque de consciência, seria dolorido, mas no íntimo se solidarizava com Alegra, ele já tinha sentido na pele o que era gostar de alguém sem ser realmente correspondido, mas... Ele suspira devagar. Isso era passado agora.
Também não podia atrapalhar os desígnios das guerreiras, estava ciente de estar entre a cruz e a espada com todas as informações que possuía e tudo que desejava era um banho quente na banheira que aprendeu a respeitar na privacidade do seu quarto e deitar a carcaça de ossos moídos no colchão, ou no caixão. Tanto faz, desde que pudesse fechar os olhos e aguardar, até que o sono o abraçasse em mais dos seus pesadelos...
— Meu rei...
E ele quase geme puto dentro das calças;
— Ah não Ferguz. Ou come ela ou desiste, mas eu não vou servir de terapeuta para você também. — apela cansado — Cai fora daqui! Eu preciso descansar, preciso, ou vou acabar pirando de verdade.
— Mas senhor...
— Sem essa de senhor, de meu rei ou o caralho que for! Eu vou tirar ao menos umas três horas de folga dessa porra toda, ou vou acabar explodindo!
— Mas a porra da Maldita está chegando com tudo, e Alegra já está branca como essa parede aí! Talvez não tanto, mas ela sozinha já alimentou mais de 50 dos machos feridos nas fronteiras só nessa manhã, e Ailin teve que praticamente implorar para que ela viesse descansar algumas horas e eu pudesse entrar com os 38 das últimas horas... Olhe, eu juro pelos deuses que é a fêmea mais forte que já vi ou ouvi falar, ela já alimentou e curou ao todo mais de 100 ou está nesse momento ultrapassando esse número com a leva, que por algum motivo DEVIA, ter passado batido para o largo subterrâneo sem serem vistos, mas ela voltou no mesmo pé que veio... E eu comer ou deixar de comer não é nem de longe a questão aqui! Ela estava chorando! Ailin me disse também em prantos e está lá com ela se sentindo a traidora em relação a Alegra, enquanto nosso rei pretende tirar uma soneca de algumas horas depois de ter se chafurdado com as Miellens no santuário enquanto as duas únicas fêmeas trabalham o dia todo nas câmaras subterrâneas, uma treinando os machos inteiros e a outra alimentando e curando aos feridos!
Zarcon agarra no pescoço do macho e o prensa na parede;
— Eu não estava me chafurdando em Miellen merda nenhuma! Elas não vêm até segunda ordem, porque estão resguardadas até que termine as negociações com os Guardiões Superiores!
Ferguz não se deixa vencer.
— Ou que Alegra morra de inanição e leve Ailin por tabela... E ambas as três, estão prenhes...
Dërhon meio que ri entre aflito e aturdido;
— Alegra, a minha Alegra? A mãe das minhas filhas, Alegra!
☼
(É meninos... as fêmeas estão botando pra quebrar, será? Ansiosa estarei aqui a aguardar cada comentário de vocês, adooorooo hehehe)
Carol Sales.

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Vale dos Aehmons
Paranormal®Todos os direitos reservados. Liberado por período indeterminado. (design de capa Debby Scar). Kassia é uma jovem comum, que sempre batalhou para ter seu espaço e sua liberdade no mundo. Não sabia ela que sua vida tomaria rumos sem volta quando...