Capítulo 17 - Nos encontramos novamente, Xander

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Depois daquele beijo épico, sim, eu e Kameel meio que começamos a namorar e pela primeira vez em anos, eu me permiti me apaixonar por alguém — até porque, vamos combinar, Kameel é um doce comigo. Eu estava começando a gostar dele mais do que um amigo e... Ah, era bom ter um tratamento especial.

Nesse tempinho, eu meio que fui aprendendo a beijar e céus, como essa coisa é boa.

Quando abri os olhos naquele dia, eu continuava da mesma maneira que havia dormido: abraçada com Kameel — bem isso vinha virando mania tem um tempo. Bocejei e foi só eu me mexer um pouco que ele também acordou.

— Parece que acordamos meio atrasados hoje — comentei, me livrando de seus braços, ainda meio sonolenta.

Ele pareceu rir e eu me levantei. Logo ele fez o mesmo, passando os braços por minha cintura, me abraçando por trás.

— Temos mesmo que sair do quarto? — questionou ele num sussurro ao meu ouvido que fez um arrepio percorrer minha espinha.

— Hã... acho que sim — respondi meio entorpecida.

— Eles nunca precisam da gente.

Eu sabia o que ele queria e acabei cedendo, inclinando a cabeça pro lado pra dar espaço pra ele poder beijar meu pescoço.

— Utae pode brigar com a gente se souber que não estamos dormindo e sim fazendo hora aqui embaixo — argumentei.

— Deixa ele saber então.

Mal tive tempo de contra-argumentar porque foi aí que ele começou a beijar meu pescoço, fazendo meus joelhos bambearem. Eu ainda estava meio receosa em pensar que era um garoto da minha sala que estava fazendo aquilo comigo. Que possivelmente pudesse ser o Henrique... Não. Que seja qualquer garoto da minha sala, menos o Henrique, me vi pensando enquanto seus lábios deslizavam por toda pele exposta do meu pescoço.

Odiava quando meu coração começava a acelerar com todos aqueles beijos. Tinha a sensação de que ele sempre podia escutar toda vez que isso acontecia.

Então alguém bateu na porta e eu senti o calor — pela primeira vez aconchegante — sumir do contato com a minha pele.

— Eu sei que vocês estão acordados — disse Utae do outro lado da porta. — Só espero que não estejam fazendo nada impróprio. Posso entrar?

— Pode — digo e no segundo seguinte ele já está entrando.

Percebo que seus olhos batem nas mãos de Kameel na minha cintura e ele arqueia uma sobrancelha.

De uns dias pra cá, meu relacionamento com Utae também mudou. Ele meio que levou a sério aquela história de "irmão mais velho" e, sério, eu to adorando toda essa atenção e ciúmes de irmão que ele sente.

— Não estava acontecendo nada de mais — digo antes que ele nos repreendesse e coloco minhas mãos sobre as de Kameel na minha cintura.

— Espero mesmo — disse, sério. — Estamos indo caçar agora e eu queria que a Kary fosse. Bem, se você quiser ir também, Kameel... Posso deixar o Malek aqui na cabana.

— Eu fico aqui, não tem problema.

Virei de lado até ficarmos frente a frente.

— Não vai mesmo, amor? — Eu ainda estava tentando me acostumar com aquela última palavra.

— Deixe Malek ir, eu não ligo. — Ele sorriu e me deu um selinho. — Nos vemos daqui a pouco.

— Nos vemos daqui a pouco — concluí com um pequeno sorriso bobo.

A Guardiã do Gelo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora