Capítulo 64 - Ei, dá pra dar uma ajudinha aqui?

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NOTAS INICIAIS

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Outro capítulo quentinho e... Céus, meus olhos tão pesando x.x ainda bem que pedi uma amiga pra ficar comigo enquanto faço a maratona kk tomara que ela seja o suficiente para me manter acordada e.e

No capítulo de hoje - grilhões... x.x

Tenham uma boa leitura o/

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A primeira sensação que me permiti sentir foi a do vento brincando com meus cabelos. Enquanto a consciência retornava, ondas ao longe foram se tornando mais próximas no quesito do som. Meus olhos teimaram um pouco, entretanto, fui abrindo-os com cuidado e quando tentei enxugar o rosto da água que o atingia, os grilhões presos em meus pulsos me impediram.

Olhei para os lados, tentando entender onde diabos havia ido parar — afinal, por que eu sempre era a vítima do sequestro? Algumas lembranças ainda iam e voltavam na memória. As últimas palavras que me lembro de ter ouvido foi algo relacionado a Andrômeda. Esse nome não me é estranho..., a onda atingindo violentamente a minha pedra de apoio me fez interromper os pensamentos.

Bem, eu estava presa aos grilhões, rodeada de rochas, cuja a única plana era a que eu permanecia de pé. Até os meus tornozelos estavam acorrentados. A pedra embaixo dos meus pés era a todo momento receptora de ondas fortes que batiam tão intensamente que pingos de água salgada me encharcavam por completo.

Tá bom, Kary, pense! Você precisa escapar daqui, pensei, desejando que os deuses me abençoassem para que eu pudesse ter um bom plano de fuga, afinal, não era fácil pensar num jeito de escapar estando acorrentada.

Outra onda me molhou. Cuspi a água e balancei a cabeça, querendo secar um pouco meu rosto. O tempo todo eu me perguntava onde estava os outros. Utae, Malek, Imma... Mais uma vez havia me perdido deles.

Meu coração bateu forte no peito ao perceber a onda enorme que estava vindo em minha direção. Engoli em seco e fechei os olhos para recebe-la. Era o máximo que eu poderia fazer naquele momento. A onda violentamente atingiu minha cabeça, me obrigando a soltar um gemido baixinho. Não lembrava que a água podia ser tão pesada.

— Ainda se acha a mulher mais bonita do que as Nereidas?

Olhei para o lado, querendo achar a dona da melodiosa voz e dei de cara com uma mulher linda. Seus cabelos eram negros, porém, tinham um tom azulado único. Para enfeitá-los, uma coroa de conchas e pérolas invejável. Apenas uma tira de tecido branco envolvia seus seios e a parte íntima, deixando todo o resto à mostra. Suas bochechas eram rosadas e seus lábios carnudos avermelhados. Para completar, seus olhos eram azuis cintilantes.

— Príncipe Odd nos contou tudo, mortal.

Tive que virar o rosto mais uma vez pois a voz melodiosa era diferente. Duas Nereidas estavam do meu lado, sentadas na rocha plana e olhando para o mar a frente, numa expressão descontraída.

A dona da outra voz era idêntica a primeira, só que a maior diferença entre as duas era a coroa de conchas. As conchas da segunda eram mais amareladas, chegando a se assemelharem ao ouro.

— Agradeça pelas outras não estarem aqui — disse a primeira. — Ou devoraríamos você antes do monstro marinho.

— Não vai agradecer? — a segunda me lançou um olha agressivo. Arqueei uma sobrancelha sem entender direito o que ela queria. — Toe, ela não quer agradecer!

— Melite, minha irmã, acalme-se. Qualquer afronta que essa mortal já nos causou, será resolvida com o monstro. Ele logo, logo virá acertar as contas.

A Guardiã do Gelo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora