Capítulo 47 - À espera deles

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Notas Iniciais

Como avisei meus leitores de outros sites, resolvi falar com vocês também: se preparem para uma supresinha em novembro, é bom não serem leitores fantasmas, hein? u.u

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Acordei bem cedo pela manhã no dia seguinte. Com isso, senti uma grande diferença. Me sentia renovada. Foi só dormir que eu percebi o quanto estava cansada. A fogueira já tinha se apagado quando eu me levantei do chão e fui pegar alguma coisa para comermos. Dei sorte de achar um coelho perdido por aí.

Reacendi a fogueira e o pus pra assar, enquanto observava sentada, Nerea dormir. Ela estava abraçada ao presente que sua mãe lhe dera na noite anterior e antes de irmos dormir, ela não conseguia parar de falar sobre.

As horas que se passaram com ela dormindo só me deixaram mais ansiosa pra descobrir onde é que aquelas marcas nas árvores poderiam dar. Tinha pelo menos esperança de que eu estivesse certa. Aquelas marcas tinham que ser do Utae. Tinham que ser de alguém da equipe.

Nerea acordou bem depois da carne estar assada. Ela acabou comendo a mesma fria, mas nem chegou a reclamar. Imagino que em alto mar com Olivia, algo quente fosse bem difícil de conseguir.

Enquanto Nerea fazia sua refeição, eu ficava distraída com a paisagem, pensando um pouco sobre as coisas que Quione havia me dito. A história dos Guardiões Primários e Secundários ainda dava certos nós na minha cabeça. Embora curiosamente aquela história não me fosse estranha aos ouvidos. Sabe aquela sensação de dejà-vu?

— E então? — disse Nerea ao terminar de comer. — Para onde vamos?

Nós levantamos juntas e eu meneei a cabeça para as marcas nas árvores.

— Vamos seguir as marcas.

A garota arqueou uma sobrancelha.

— Tem certeza que é seguro?

— Se eu não estiver enganada, foram feitas pelos meus amigos. Se dermos sorte, chegaremos na cabana deles.

— Vou orar muito pros deuses então.

— Por favor. — Dei um pequeno sorriso.

Tomei a iniciativa de dar os primeiros passos em direção às marcas. Nerea começou a me seguir, mesmo que parecesse pensativa. Começamos os caminhos por entre as árvores e enquanto caminhávamos, ela aproveitou pra pegar um pedaço de cipó, onde o amarrou na cintura, pendurando sua mais nova arma.

— Você bem que podia tocar uma música.

— Não sei tocar.

— Sua mãe sabe.

— Tem razão. Ela sabe. Não tenho a facilidade dela de aprender.

— Se tentasse, acho que conseguiria.

A discussão acabou aqui porque Nerea meio que se recusou a continuar falando depois disso. Não sei se foi porque ela ficou com raiva ou porque só queria evitar confusão ou algo do tipo.

Suspirei e dei de ombros, tentando me concentrar mais no caminho que me levaria até meus amigos.

Quando parei em frente a cabana, eu juro que não conseguia acreditar no que meus olhos estavam vendo — eles até chegaram a marejar de tanta emoção! Tinha muito tempo que não a via e agora mal achava coragem para bater. Nem acreditava que apenas uma porta me separava dos meus amigos.

Ergui a mão, comprimindo os lábios. Tudo o que eu precisava fazer era bater. E eu o fiz segundos depois. Só que em meio toda aquela emoção, algo aconteceu: a porta se abriu sozinha ao toque, me fazendo arquear uma sobrancelha sem entender. Algo estava errado, só podia ser isso.

A Guardiã do Gelo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora