Capítulo 9 - O primeiro contato

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Dia 29 da chegada ao planeta, 04:00 hs horário do planeta UH-9536

Na madrugada que se seguiu ocorreram diversas outras séries de flashes, e as cápsulas aterrissaram em locais próximos, de todos os lados do canyon.

Fugir passou a ser algo temerário, certamente iriam cruzar com alguma coisa saída das cápsulas.

Carlos decidiu que não iriam quebrar ainda o silêncio de rádio, porém não informar o comando sobre o estranho fenômeno o deixava com uma sensação de culpa.

Depois de mais algumas horas estava amanhecendo outra vez, e Lucas vigiava a entrada do canyon quando percebeu movimentos rápidos junto ao córrego.

Alguma coisa correu de uma rocha para outra. Depois outro movimento para a mesma rocha, e pouco depois outro para a rocha seguinte.

- Eles estão vindo – gritou Lucas no comunicador de curta distância.

Poucos segundos depois os soldados estavam totalmente mobilizados, e com armas apontadas para a direção indicada por Lucas.

A maioria rezava para ser um alarme falso, porém essa esperança desvaneceu, depois que eles próprios viram alguns movimentos rápidos.

Carlos fixou seus binóculos em uma rocha para onde um dos vultos havia ido pouco antes, ele esperou, o "infeliz" não ficaria ali por muito tempo.

E Carlos estava certo, depois de algum tempo o "infeliz", como apelidou o indivíduo, seja lá o que ele for, se moveu para a próxima pedra, e houve oportunidade de dar uma boa olhada nele por um segundo.

- O que eu vi não é um soldado Stall padrão, é bem mais baixo, mais forte, pele mais clara, alguns pêlos pelo corpo, parece meio tosco – disse Carlos.

A estratégia de defesa foi rapidamente posta em prática, os soldados assumiram posições que ofereciam a proteção das rochas, e em trincheiras cavadas antecipadamente. Logo os estranhos adversários estariam no alcance dos rifles de plasma.

Eles até pensaram em usar um dos mísseis de ogiva múltipla para tentar dissuadir o inimigo, porém decidiram poupar aquele recurso escasso, afinal o inimigo estava espaçado e se protegendo nas rochas, seria um grande desperdício do potencial destrutivo daquela munição.

Todos os soldados sabiam que tudo aquilo seria inútil, se os Stall tivessem uma nave armada em uma órbita sobre eles. Logo que os inimigos soubessem de sua posição no Canyon eles iriam bombardear com os canhões magnéticos, eles seriam pulverizados. Se houvesse contato com o inimigo eles iriam tentar contato por rádio, porém não antes disso.

A hora havia chegado, os inimigos continuaram avançando e já estavam dentro do alcance das armas.

Carlos se perguntava se era melhor esperar mais um pouco para os tiros serem mais efetivos, ou começar a atirar agora e impedi-los de avançar mais. A segunda alternativa foi a escolhida e Carlos deu a ordem:

- Fogo.

Nina já estava com o alvo na mira e apertou o gatilho. O disparo que saiu da arma dela cruzou a ar produzindo um som agudo. O soldado inimigo foi atingido na lateral do corpo, na altura das costelas, seus órgãos parcialmente queimados se espalharam pelo chão.

O disparo de outro soldado atingiu o inimigo no ombro e o derrubou nas pedras. Outros três soldados erraram o alvos e seus disparos atingiram as rochas.

Nenhum dos outros inimigos se mexeu depois dos primeiros disparos, nem avançavam, nem fugiam, nada acontecia, pelo o que eles sabiam os Stall eram mais impetuosos em combate. E agora? Tentar usar o rádio para uma possível comunicação com a NCO em órbita ou com o acampamento?

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