Capítulo 48 - Batalha em Órbita.

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Atria havia estava em uma conferência via rádio com Tron e os outros subcomandantes, na qual foram discutidos e acertados os detalhes do plano que seria executado em alguns minutos.

Eles não podiam permitir que as naves inimigas ficassem próximas ao planeta. Em menos de meia hora os batalhoídes iriam chegar e não se podia correr o risco do inimigo fazer um bombardeio orbital contra eles.

Cerca de quinhentos POCs divididos em dez grupos iriam sair de suas órbitas para tentar cercar as naves inimigas.

Os Riva desconheciam a velocidade máxima das naves inimigas, assim como sua capacidade de manobra, e principalmente a capacidade de seu armamento.

Os sistemas de camuflagem delas também representava outro desafio.

Se plano desse certo as naves inimigas seriam cercadas e destruídas, porém se elas conseguissem escapar e se afastassem do planeta também seria um resultado favorável.

Tron não deixou de mencionar que ele se preocupava com a possibilidade da operação ter um resultado negativo e disse:

- O péssimo resultado do ataque das aeronaves foi um alerta para nós. Estamos em nossa primeira invasão e ainda temos muito o que apreender. Os inimigos se esconderam em uma formação geológica, e agora eu percebo que o comandante do esquadrão devia ter abortado o ataque, ainda mais que a capacidade dos armamentos antiaéreos do inimigo era desconhecida.

Outro subcomandante de nome Trilha comentou:

- As aeronaves necessitavam estar equipadas com bombas de antimatéria compactas, se as aeronaves pudessem fazer um bombardeio a alta altitude o resultado teria sido favorável.

- Concordo, vamos passar essa informação para os kleo assim que conseguirmos mandar uma cápsula de volta. Agora não podemos cometer o mesmo erro. A operação que faremos agora será suspensa se as perdas começarem a ficar elevadas. Não podemos perder centenas de POCs. Desejo boa sorte a todos.

---x---

Quelem estava na ponte de comando e lia relatórios secretos sobre os humanos, quando um dos tripulantes falou:

- Senhor, centenas das pequenas naves estão mudando suas trajetórias. É uma operação coordenada.

O tripulante conhecido como Palo, especialista em tática de combates espaciais não precisou olhar para a tela por muito tempo para dizer:

- Vão tentar nos cercar, e aquelas navezinhas aceleram muito rápido, não conseguiremos escapar apenas com os motores de empuxo, precisamos fazer um salto de hiperespaço. A nossa camuflagem não vai ser suficiente para a gente escapar, eles vão espalhar aquelas pequenas coisas e uma delas vai conseguir ver uma falha nos hologramas.

Quelem estava desconsolado, os reforços estavam para chegar, no máximo alguns poucos dias, ele devia ter levado a nave para mais longe, mas não adiantava ficar se torturando e ele deu as ordens.

- Preparar para salto de hiperespaço, enquanto isso acionar motores de empuxo, vamos ganhar tempo.

As duas naves Stall estavam se afastando no planeta, os tripulantes sentiam a força da aceleração os empurrar contra as poltronas.

Palo fazia simulações em seu computador, uma interceptação pelo inimigo parecia inevitável, a única chance era conseguir fazer um salto antes disso.

Os geradores de hiperespaço estavam carregando, em cerca de vinte minutos eles estariam prontos, porém depois de carregados eles ainda necessitavam encontrar uma passagem entre as dimensões para fazer o salto.

Palo disse depois de vários minutos:

- Vamos reverter o curso, eles provavelmente pensam que vamos tentar continuar sempre em frente.

Quelem assentiu e deu a ordem. Os motores de empuxo são instalados em torres rotacionáveis, as quais podem apontá-los para frente, fazendo a nave desacelerar e inverter o curso para trás sem precisar fazer uma virada completa.

Quando os motores foram acionados os tripulantes sentiram a aceleração pressionando seus corpos contra os cintos de segurança.

Por alguns minutos as pequenas naves continuaram no curso antigo. Mas era inevitável que alguma delas percebesse uma falha de camuflagem, e então elas também reverteram o curso.

Palo sugeria pequenas mudanças de curso e ia conseguindo ganhar algum tempo. Depois de mais alguns minutos um grupo de cinquenta naves inimigas conseguiu chegar a poucos quilômetros das naves Stall.

As naves inimigas estavam vindo em formação, muito próximas umas das outras, formando um padrão oval. Palo achava que elas iriam se espalhar mais, porém isso não ocorreu, os grupos eram compactos e agiam de forma totalmente coordenada.

As naves Stall apontaram os canhões magnéticos e os disparadores de plasma auxiliares para o grupo inimigo, estavam prontos para reagir se fossem atacados.

O geradores de hiperespaço haviam terminado de carregar e o salto poderia ocorrer a qualquer instante

Palo conseguiu se esquivar do grupo que os perseguia por algumas vezes, porém eles sempre voltavam a persegui-los quando observavam uma falha de camuflagem. Cada vez diminuindo a distância.

E quanto menor a distância mais ineficiente era a camuflagem, uma vez que de perto, além das falhas normais, se podiam ver microfalhas, que não são perceptíveis de longe.

Uma nave inimiga estava próxima o bastante e quando uma falha ocorreu ela conseguiu mirar as armas rapidamente e atirou dois feixes avermelhados.

Os disparos cruzaram o vácuo do espaço e atingiram uma das naves Stall no compartimento de carga. Os danos não foram grandes, porém a camuflagem foi totalmente comprometida, havia um grande buraco nos painéis holográficos.

A outra nave, na qual estava Quelem, fez manobras evasivas e conseguiu se afastar um pouco.

Quelem estava se sentindo um covarde por abandonar a outra nave, porém Palo mostrou na tela que outros grupos de inimigos estavam se aproximando, não havia esperança para a nave atingida.

A nave danificada respondeu o fogo inimigo e disparou os canhões magnéticos. Devido a formação compacta em que os inimigos voavam um disparo atingiu quatro naves que se alinhavam em sua trajetória, elas eram transpassadas e explodiam espalhando detritos. O outro disparo atravessou três naves pulverizando-as da mesma forma.

A energia cinética dos disparos dos canhões magnéticos era tão grande, que os detritos das naves destruídas foram espalhados a grande velocidade e atingiram outras dezoito naves do grupo, de tão próximas que estavam em sua formação.

Das naves inimigas atingidas pelos destroços, nove ficaram totalmente inutilizadas. As pequenas naves que sobreviveram se espalharam rapidamente e dispararam contra a nave Stall avariada.

A nave Stall foi atingida por diversos disparos e perdeu um dos canhões e o os motores de empuxo. Ela conseguiu fazer mais alguns disparos com o canhão magnético que havia sobrevivido e com os disparadores de plasma auxiliares.

Outras nove naves inimigas foram destruídas porém a nave Stall estava cada vez mais danificada.

Um tripulante da nave de Quelem disse:

- O geradores de hiperespaço se alinharam, vamos saltar, ago...

A nave de Quelem realizou o salto provocando um brilho muito forte, o qual chamou a atenção das pequenas naves inimigas.

A nave Stall danificada continuou a atirar e destruir o inimigo, que havia ficado por alguns segundos desnorteados com o forte brilho inesperado.

Outros dois grupos de pequenas naves se aproximaram e passaram a atirar. O casco da nave Stall cedeu e ela virou um monte de destroços.

O inimigo continuou a atirar nos restos da nave Stall até ter certeza que nada poderia ter sobrevivido.

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