O Stall chamado Chelmo atravessa um corredor da nave de transporte. Mais alguns minutos e ele chega a plataforma de lançamento dos módulos de manutenção. No local havia seis câmaras de descompressão.
Cada câmara funciona com um hangar para um pequeno módulo de manutenção. Eles são pequenos veículos espaciais, de formato quase esférico, com propulsores direcionais e dois braços mecânicos com diversas articulações. Se eles fossem totalmente estendidos chegariam a seis metros de comprimento.
Os propulsores dos módulos não conseguem levar os pequenos veículos a altas velocidades, o foco deles é na precisão. A missão deles é fazer reparos na parte externa da nave de transporte, ou em locais próximos, para tanto o seu posicionamento exato e grande manobrabilidade são fundamentais.
Chelmo adentrou na câmara e entrou no módulo por uma estreita escotilha redonda. Havia mais um módulo na plataforma, os outros quatro já estavam no asteróide trabalhando no sistema de coletagem de gelo.
O sistema de reciclagem de água da nave de transporte havia apresentado defeito. Aquilo podia comprometer toda a missão. Se o plano de coletar gelo do asteróide falhasse não se sabia o que iria ocorrer. Não havia água suficiente para voltar a base.
Ele não sabia os detalhes da situação militar, mas aparentemente não era viável começar a invasão ao planeta agora.
Ele ligou todos os sistemas do módulo e travou a escotilha. A porta interna da câmara foi lavrada, e a maior parte do ar foi retirado no ambiente. A porta externa foi aberta para o espaço e os restos do ar saíram gerando uma pequena descompressão.
O módulo se soltou de seus suportes em uma das paredes da câmara. Chelmo ativou os propulsores e manobrou o módulo para fora da nave transporte.
Chelmo não era um soldado. Ele era parte da tripulação de noventa e oito tripulantes da nave de transporte.
Os tripulantes de cada nave de transporte era uma pequena comunidade. Era totalmente diferente de uma nave combate, onde os tripulantes cumpriam missões e tinham suas famílias nas bases da frota, as quais eram situadas em planetas.
Os tripulantes das naves de transporte viviam com suas famílias na própria nave. Eles não nunca paravam muito tempo em uma base, era só descarregar, carregar, abastecer e sair novamente.
Na nave havia criancas, filhos da tripulação. Elas eram cuidadas em um mini centro educacional, instalado em algumas salas no centro da nave.
Chelmo estava quase chegando ao asteróide. A nave de transporte havia sido manobrada para ficar a menos de dois mil metros do asteróide, caso contrário o projeto de coletar gelo seria inviável.
A água conseguida com o gelo do asteróide não serviria somente para beber. Ele seria utilizado para produzir oxigênio. O processo era simples, era só descarregar eletricidade em um pouco de água e a molécula de dois átomos de oxigênio e um átomo de hidrogênio era quebrada, então era só recolher os gases.
Eles estavam levando dois mil soldados, e eles utilizavam muito oxigênio. Normalmente as viagem não duravam mais de um mês. Em viagem maiores era preciso parar uma base para reabastecer.
Ele estava atento a velocidade de aproximação, porém não parava de pensar em sua filha Trix, uma das dezenove crianças da nave.
Para contar o tempo os Stall sempre utilizavam o calendário de seu planeta natal, de nome Tallus. Eles possuíam muitos eventos religiosos em datas específicas. É um dos mais importantes aconteceria em alguns dias.
Chelmo estava especialmente ansioso pelo ritual libertação que aconteceria em breve. Ele estava nervoso porque sua filha Trix iria ter uma participação muito importante no ritual.
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PLANETA UH 9536
Science FictionTensão desde o início. Uma história a partir da ótica de soldados rasos emboscados, uma situação desesperadora em uma guerra normal. Imagine num planeta desconhecido, enfrentando forças desconhecidas. Esse é o pontapé inicial dessa obra!