Capítulo 60 - Trix

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No asteróide não catalogado.

A menina sagrada entra pela escotilha da sala de reuniões. As câmeras de alta definição estão prontas. O pessoal de apoio está preparado.

O comandante Tax sorri para ela. Os outros militares com conhecimentos religiosos elevados também demonstram alegria com a sua chegada. Há alguns minutos ela se sentia extremamente ansiosa, e temendo não corresponder às expectativas que todos tinham, sobre o desempenho dela. Porém agora que o seu momento se aproxima, ela sente a calma tomando conta de seu espírito.

Trix havia passado por volta de por volta de 14 horas orando, para que Virtex a guiasse no momento de sua participação.

Para todos os outros Stall o ritual era uma celebração e um tributo de reverência as suas importantes divindades. Para ela, no entanto, a cerimônia era um rito de passagem, depois dela o tratamento que todos tinham com ela iria mudar. Ela não seria mais tratada como uma criança, teria vários deveres de uma sacerdotisa.

Como não havia nenhuma outra sacerdotisa naquela frota, caberia a  ela realizar os ritos funerários para os soldados mortos, e dar conselhos a quem a procurasse com problemas espirituais.

A hora havia chegado, todos se posicionaram em um dos lados da sala, ficando de frente para as câmeras. Tax deu o sinal para a transmissão começar, e iniciou o discurso de abertura. Ele falou da honra de estar comandando a frota, a qual tinha uma missão tão importante, que era enfrentar o novo inimigo e conseguir informações sobre ele.

Tax então passou a palavra para Silque, um soldado especialista em ações táticas, e religioso fervoroso. Ele iniciou as orações protocolares para Tulo, e enquanto ele dizia os versos tradicionais, todos os Stall fecharam os olhos e também oraram silenciosamente:

- Oh! Grande Tulo, nós o glorificamos por ter libertado nossa raça inferior, e nos ter conduzido para a vitória contra nossos inimigos. Por ter nos inspirado e nos orientado. Nós não somos nada sem você. Nossos inimigos eram mais fortes, porém com você do nosso lado eles foram esmagados. Você é a base de nossa força, você põe a sua mão sobre nossas cabeças e nos dá a força que necessitamos. Nosso amor por você é sem limites e acima de tudo que possa existir. Nós iremos te oferecer o sangue de nossos inimigos, o qual em breve derramaremos com alegria para sua glória. Nós somos os escolhidos dos deuses, aqueles que vão livrar a galáxia de seres infiéis.

Então Elvo, um tripulante de uma nave de combate, especialista em operação de geradores de hiperespaço, assumiu o comando da cerimônia e início as orações dedicadas a Virtex:

- Oh! Grande e maravilhosa Virtex, estamos aqui para expressar toda a nossa alegria e felicidade, por a temos como a guardiã de nossas almas por toda a eternidade. Sabemos que você é tão cheia de amor por nós, e que vai nos esperar de braços abertos quando chegarmos a dimensão do descanso eterno. Nós que somos tão insignificantes diante de você. Nós que temos essa vida tão rápida e miserável. Nós que somos apenas poeira nesse universo tão grande. Mas você nos faz mais fortes, nos inspira a fazer mais do que se poderia esperar de criaturas tão pequenas e frágeis. Você nos impele a fazer feitos extraordinários para uma espécie como a nossa. Nós faz derrotar e destruir inimigos muito poderosos. Nos faz ter a tranquilidade de não temer a morte em batalha, porque se cairmos lutando com coragem, você nós abraçará e nos dará boas vindas ao lar definitivo, e lá ficaremos para sempre contemplando as belezas construídas pelas demais divindades.

Outro militar semi-sacerdote iniciou a narração de toda a lenda da libertação dos Stall da escravidão imposta pelo Vlous. Narrou as maravilhas feitas por Tulo e Virtex e todos os acontecimentos registrados no livro sagrado. A história era muito cheia de detalhes e levou quase duas horas para ser concluída.

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