Capítulo 41 - POCs

316 131 6
                                    

Dia 55 do calendário do Planeta UH 9536 - 10 horas

Atria sentia-se muito bem, a falta de gravidade era muito apreciada pela sua espécie. O metabolismo era mais eficiente. Quando estavam em um planeta as vezes havia desconforto, quando os seus órgãos se "ajeitavam" mal no aquário, e o peso de uns faziam pressão nos que estavam embaixo.

Algumas vezes era necessário pedir para um hava trabalhador por as mãos no aquário e "ajeitar" os seus órgãos. Era horrível, eles tinham sensibilidade aos serem tocados, ainda mais por aqueles seres inferiores. No espaço não havia esses problemas.

Agora ela estava com seus órgãos bem acondicionados na esfera de material translúcido, a qual era preenchida de líquido protetor. Os sensores fixados em seu cérebro a ligavam ao sistema computacional da pequena nave que ela pilotava.

Ela se sentia ótima, ela se sentia a própria nave, cruzando o frio do espaço, observando o planeta abaixo e monitorando tudo a sua volta.

A pequena nave era chamada pelos Riva de Patrulhador Orbital Compacto (POC). Ela tinha seu tamanho limitado pelo teletransportador, aquele era o máximo de massa que podia ser enviado a cada vez.

Estavam sendo feitos estudos para aumentar a carga que podia ser teletransportada a cada vez, porém ainda demoraria para conseguir algum resultado prático.

Mesmo com a limitação, as POCs podiam ficar em órbita por semanas sem precisar reabastecer.

Elas eram equipadas com sensores para procurar naves e satélites inimigos, e eram armadas com dois disparadores de partículas iônicas, capazes de destruir alvos a quilômetros de distância.

Atria era a responsável por comandar 150 POCs, e respondia diretamente a Tron, comandante das Forças Orbitais, e esse só estava abaixo de Gatrio, comandante Geral da invasão.

Os POCs haviam se dividido e se espalhado em órbitas de altitudes diferentes, desde as mais baixas, até as geoestacionárias. Nas primeiras horas da invasão quase cem pequenos satélites inimigos haviam sido destruídos. Aqueles dispositivos inimigos não tinham nenhuma arma defensiva, porém sempre era divertido atirar em alguma coisa.

Eles haviam captado sinais de naves de grande porte, os quais apareciam por frações de segundo e desapareciam novamente por longos minutos.

O inimigo certamente tinha conseguido desenvolver sistemas de camuflagem, depois de limpar a órbita dos satélites os POCs iriam atrás das naves de combate do inimigo.

Não ia ser fácil, eles sabiam que as naves inimigas tinham armas poderosas, uma vez que haviam feito bombardeios orbitais devastadores contra os havas.

Ela acreditava que os inimigos deviam ter rido muito dos havas, deviam ter achado muito ridículo uma invasão de uma espécie tão tosca.

Ela, às vezes, não entendia porque os Kleo, a raça superior, ainda continuava a usar os hava, eles eram uma espécie geneticamente modificada, porém eram claramente obsoletos. Os Riva eram o futuro.

---x---

Quelen estava na ponte de comando de sua nave de combate de formato triangular, ele se sentia humilhado e se arrependia por ter sido convencido por seus subordinados a se afastar do planeta.

Ele sabia que era mais lógico não enfrentar aquelas mini naves naquele momento, logo os reforços iriam chegar. Pelo menos por enquanto as forças em terra estavam em segurança.

Os novos teletransportes trouxeram só as pequenas naves orbitais, pelo menos por enquanto. Mas ele, no fundo, preferia ter ficado e lutado contra aquelas coisas miúdas, ele havia orado e pedido perdão para Tulo.

Por segurança ele havia ordenado que os Stall em terra entrassem em silêncio de rádio, e encontrassem abrigos. Que colocassem camuflagem nos veículos, e nas naves de desembarque, as quais estavam no planeta e não podiam voltar agora.

Os humanos teriam que esperar, possivelmente foram eles que derrubaram a nave de Priste, mas agora não seria possível ir caçá-los.

PLANETA UH 9536Onde histórias criam vida. Descubra agora