Capítulo 45 - Ataque Aéreo

282 129 5
                                    

Dia 56 do calendário do Planeta UH 9536 - 14:45 horas.

O comboio atravessou um vale e depois entrou em terreno aberto, então se dividiram em pequenos grupos de veículos, que mantinham algumas centenas de metros de distância uns dos outros.

O Quatro Braços foi convencido a entrar um um veículo PK 26, ele havia hesitado um pouco, provavelmente achando que aquela viagem era muito perigosa.

O prisioneiro cinza claro foi jogado em um VAC junto com outras cargas, ele estava envolto em cabos de aço os quais eram travados por poderosos cadeados.

Sarah estava sobre um VAC segurando um lançador de mísseis portátil, ao lado dela estava John com seu fuzil de plasma. A maioria dos soldados viajava em VICDs, levavam mochilas e armas.

Cada VAC havia sido programado para seguir uma VICD específica que iria a sua frente, desta forma poderia ser direcionado de forma prática. Em um deles estava um radar potente que iria monitorar a aproximação de aeronaves inimigas.

Eles não sabiam que tipo de armamento aquelas aeronaves possuíam, por isso o plano era se espalhar ainda mais se fossem atacados, para terem mais chances se o inimigo lançasse uma bomba de grande poder destrutivo.

Carlos estava em um veículo com um terminal portátil em seu colo. Ele analisava os mapas e imagens de satélite decidindo a rota mais segura. E viu um afloramento rochoso próximo, se fossem atacados seria um bom lugar para encontrar alguma proteção. Os movimentos tectônicos haviam elevado aquelas camadas geológicas acima das camadas de terra, e a erosão havia arredondado as grandes rochas que formavam recantos onde os veículos do comboio poderiam se esconder.

O terminal no colo de Carlos tocou um alarme e a tela mostrou sinais captados pelo radar.

Os inimigos estavam se aproximando rápido e Carlos deu a ordem para ir para o afloramento rochoso. Ele pensou que felizmente o inimigo não havia desenvolvido suas aeronaves para serem furtivas, se elas chegassem de surpresa eles teriam menos chances de se proteger.

Os veículos foram se posicionando próximo as rochas. Os snipers e soldados com lançadores de mísseis procuraram locais protegidos onde pudessem atirar.

Os VACs com armas automatizadas foram deixados em locais mais abertos, elas foram programados para atirar em tudo que voasse e foram deixadas sozinhas. O plano também era utilizá-las como iscas, quando as aeronaves fossem atacá-las entrariam na mira dos soldados nas rochas.

As aeronaves ficaram visíveis, inicialmente estavam voando em formação e foram se separando para o ataque. Elas vinham em uma linha reta para o afloramento e assumiram altitudes ligeiramente diferentes.

As armas automatizadas possuíam o maior alcance, cerca de 7,5 Km, e elas estavam conectadas ao radar. Quando as aeronaves entraram na zona de tiro as armas nos VACs abriram fogo, e o céu se iluminou com as grandes rajadas plasma disparadas de forma quase ininterrupta.

Menos de dois segundos depois e as armas das aeronaves dispararam seus feixes avermelhados. Quase que simultaneamente três aeronaves explodiram em chamas, porém duas armas automatizadas foram totalmente destruídas juntamente com os VACs em que elas estavam.

Outros disparos das aeronaves atingiram as rochas. O barulho dos impactos contra as pedras foi ensurdecedor, e afiadas lascas de pedra voaram para todo lado. Uma delas acertou Paulo no pescoço, atravessando o mesmo, e quase o decapitando, nada pode ser feito para salvá-lo.

As duas armas automatizadas que restaram continuaram a atirar e derrubaram outras duas aeronaves, porém depois disso também foram atingidas e destruídas. Mais pedras foram atingidas e dois outros soldados foram feridos com gravidade.

Os snipers conseguiram atirar, um deles acertou o cockpit da aeronave matando o Riva em seu interior, e a aeronave caiu no solo, levantando uma nuvem de terra.

John atirou e acertou o computador de disparo de outra aeronave, e ela não conseguiria mais atirar.

John pensou como era estranho esses pilotos voarem reto por tanto tempo, se tornando alvos tão fáceis. Os snipers atiraram diversas vezes derrubando cinco aeronaves e danificando outras.

As aeronaves disparam novamente e um dos snipers foi atingido, seu corpo foi quase que vaporizado, sobrando apenas um restos enegrecidos.

John continuou atirando e acertou uma aeronave na barriga, e poucos segundo depois os motores dela pararam de funcionar.

As aeronaves entraram no alcance dos lançadores de mísseis portáteis. Sarah e os outros soldados atiraram. Os seis mísseis decolaram e atingiram seus alvos, alguns deles explodiram bem acima do afloramento, e destroços cairam sobre as rochas.

Felizmente nenhum soldado foi atingido, porém um grande fragmento, caiu sobre um VAC destruindo o totalmente, sendo que era nesse veículo que o cinza claro estava. A morte dele foi quase instantânea.

O Quatro braços estava bem escondido entre as rochas e achou que os criadores dos Havas tinham muito em que melhorar seus armamentos. Ele sinceramente esperava mais deles. Agora achava que era plenamente possível concretizar a sua vingança.

Soldados ainda atiraram nas quatro aeronaves sobreviventes que haviam passado pelo afloramento rochoso e estavam se afastando. Elas sofreram ainda mais alguns danos porém conseguiram se afastar. Três delas subiram, foram para a direita e não voltaram.

A última aeronave era aquela que havia sido atingida por John, ela havia perdido os motores e desde então tentava planar. O Riva em seu interior não sabia o que fazer, a não ser tentar pousar. Ele perdia a altura a cada segundo e sua barriga tocou o chão.

Com o contato com o solo a aeronave perdeu as asas a caudas e foi quase totalmente destruída, porém o cockpit ficou relativamente intacto.

---x---

Dia 56 do calendário do Planeta UH 9536 - 14:15 horas.

Trivio voava em formação com seu esquadrão. Ele e seus outros 19 companheiros haviam subido e estavam acima das nuvens, havia parado de chover. Eles esperaram as ordens de Troi, líder das aeronaves.

Troi precisou consultar o líder das POCs, o Riva chamado Tron, por enquanto ele tinha o controle da invasão. O líder geral ainda não havia chegado. Minutos preciosos passavam enquanto eles decidiam o que fazer.

Era claro que eles gostariam de atacar o comboio com tudo, porém em poucos minutos os batalhoídes iriam chegar, eles tinham que protegê-los.

Além disso as informações diziam que o comboio estava deixando a área que os Rivas pretendiam dominar. Provavelmente o inimigo estava fugindo por ver que iam ficar em desvantagem. Então não havia necessidade de urgência em eliminá-los, e depois que os batalhoídes chegassem seria mais fácil enfrentar o inimigo.

Troi queria atacar, porém Tron era mais cauteloso, ele não podia arriscar a perder o poder aéreo, tudo mais poderia dar errado depois disso. Como não queria passar por covarde ele autorizou que apenas um esquadrão fosse utilizado em um ataque, e mesmo assim com cautela.

PLANETA UH 9536Onde histórias criam vida. Descubra agora