Capítulo 73 - Bule

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Trivio e as outras treze aeronaves estavam sendo reabastecidas simultaneamente. Ele achou que os havas trabalhadores estavam mais eficientes que o normal, especialmente dadas as circunstâncias. " Talvez seja o medo", pensou Trivio.

Ele e os outros Rivas achavam os havas trabalhadores preguiçosos e desleixados. Eles deixavam ferramentas e materiais espalhados. E principalmente demoravam a atender ordens. Muitas vezes os Rivas os ameaçavam para que acelerassem a execuções de serviços. Mas hoje estavam excepcionalmente eficientes.

Beltlo estava voltando com um grupo de cerca de oitenta havas guerreiros. Trivio havia determinado que ele encontrasse todos os guerreiros possíveis. Que ele informasse que todos os desertores seriam perseguidos e mortos. Que falasse que eles tinham que resistir ao inimigo, pois os batalhoídes logo estariam de volta.

Trivio estava frustrado com a pequena quantidade de guerreiros que Beltlo havia conseguido.

Os guerreiros se posicionaram em frente as aeronaves esperando a reunião começar. Beltlo pediu para esperar mais um minuto, havia mias quinze guerreiros chegando. Trivio concordou.

Havas trabalhadores iam de um lado para outro, carregando caixas com suprimentos, munições e cilindros de combustíveis.

Os guerreiros aparentavam estar tão assustados e amedrontados, que a maioria nem reparou  que os trabalhadores estavam deixando algumas das caixas que carregavam perto deles.

Alguns outros repararam, porém não se importaram com isso. Normalmente eles não tinham nenhum interesse no que os havas trabalhadores faziam, uma vez que os desprezavam.

Três guerreiros até mesmo usaram as caixas para se sentar.
Trivio, no entanto, notou a conduta estranha dos trabalhadores.

Então chamou o chefe dos trabalhadores que estava próximo do local. Ele usou seus alto falantes do cockpit.

- Bule, venha aqui imediatamente!

Trivio viu Bule se aproximar, ele estava andando normalmente em sua direção, porém ele parou por um segundo e fez um estranho gesto com a mão. Então aconteceu. Os computadores do cockpit informaram que as ligações com os motores, com as armas, com os auto falantes e com o rádio haviam sido interrompidas.

Trivio demorou um segundo para constatar que o hava trabalhador que supostamente estava reabastecendo sua aeronave havia cortado os cabos que ligavam seu cockpit aos demais componentes da aeronave.

Deveriam estar fazendo o mesmo com as demais aeronaves. O desespero o dominou. Ele não podia fazer mais nada. Estava isolado e impotente.
Ainda deixaram as câmeras e microfones ligados. Eles provavelmente queriam que ele visse alguma coisa.

Os quinze guerreiros chegaram e se juntaram ao grupo. Trivio percebeu que os trabalhadores haviam se retirado para trás dos batalhoídes mortos.

Então as peças se juntaram na mente de Trivio, e agora ele sabia o que ia ocorrer. Depois da epifania ele tentou desesperadamente pensar em uma forma de avisar os guerreiros havas, mas não havia nenhuma. As caixas deixadas próximas dos guerreiros explodiram violentamente, todas ao mesmo tempo.

O cockpit de trivio foi atingido por estilhaços das bombas, e por pedaços de corpos dos havas.

Então os trabalhadores voltaram, eles estavam armados com rifles e disparadoras de assalto. Os poucos guerreiros sobreviventes foram executados com tiros nos dois corações.

Então Bule se aproximou. Todos os trabalhadores foram ficar entre as aeronaves, os cinco crows estavam com eles.

Bule então falou:

- Preste atenção seu aquário de merda. Você vai mandar as quatro aeronaves que estão sobrevoando se afastarem, ou vamos matar vocês. Você é nosso prisioneiro e sua vida está em nossas mãos.

- Vá a merda, não vou colaborar. – respondeu Trivio.

Então Bule mandou desligar o oxigênio de Trivio. Depois de alguns minutos ele o ligou novamente, esperou um pouco para o Riva se recuperar e disse.

- Posso fazer isso muitas e muitas vezes. Obedeça AGORA.

- Está bem, ligue o rádio. – disse Trivio.

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