Capítulo 27 - Fugitivos

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No Planeta Femir - uma das bases do exército Hava.

Dia 42.

Beltlo abriu a portinhola da cápsula que descia de paraquedas, ele ficou muito feliz ao ver o céu do planeta base Femir, ele era mais azul que o céu do planeta UH9536. Ele olhou para o horizonte e viu os prédios altos do quartel general. Agora era só a cápsula descer e caminhar até a base.

Ele estava preocupado sobre o que aconteceria com ele agora, seu futuro era incerto, a invasão havia falhado, e ele nem havia dito no relatório que um dos Crow havia desaparecido. Esperava que o comando necessitasse dele para descrever as táticas do inimigo, não tinha mais a esperança ser nomeado o comandante de uma outra invasão.

O crow estava na cápsula com ele. Beltlo não sabia a lingua utilizada para se comunicar com a outra raça. As vezes eles olhavam um para o outro, e Beltlo não conseguia perceber nenhuma expressão facial na criatura.

Ele usou o rádio para avisar sobre sua chegada a central de comunicações. A resposta veio logo, ele foi orientado a ativar o aparelho sinalizador da cápsula, e esperar no local do pouso, que um veículo terrestre iria buscá-lo.

O veículo pegou Beltlo e o Crow e foi diretamente para o prédio do alto comando. Beltlo foi deixado e o crow continuou no veículo e foi levado para outro local.

O interrogatório de Beltlo foi incessante durante dias. O comando não estava muito feliz, ele achou que até podia perder todos os privilégios de posto. Quando chegou na parte da história sobre o crow desaparecido, ele disse que depois haviam encontrado o corpo dele, que ele havia provavelmente sido morto pelos inimigos. Ele preferiu arriscar uma mentira, afinal, os outros hava naquele planeta não iam sobreviver tempo suficiente para desmenti-lo.

Ele imaginou o inimigo bombardeando de modo incansável a superfície do pobre planeta.

Ele pensou nos coitados dos hava deixados naquele planeta, sem nenhum líder, sem nenhuma chance contra as armas avançadas do inimigo.

O comando havia questionado sua conduta de ter deixado o planeta abandonando os guerreiros, sendo ele o único líder que sobreviveu.

Ele argumentou que o ataque aéreo iria soterrar todo o canyon e que não havia como fugir do local, que ficar era morte certa. Ele disse que poderiam confirmar a versão dele com o crow que ele havia trazido, e especificou a parte em que ele salvou um dos crow.

Ele foi orientado a descansar, e se recuperar por alguns meses, e manter toda informação sobre aquela invasão no mais estrito segredo. Porém, apenas uma semanas após sua chegada, ele estava em um agradável alojamento no campo, quando recebeu ordens para pegar uma cápsula para o planeta Fester, e lá chegando se apresentar para as Forças Armadas Avançadas.

Ele nunca havia ouvido falar da tal força armada, ou coisa semelhante, e se lembrou de que seu nível de acesso a informações no Império Hava era muito limitado, e naquele momento, ele se sentia um pedaço de estrume.

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No Planeta UH 9536

Dia 48 da chegada ao planeta, 11:00 hs horário do planeta UH-9536

O alarme tocou no pequeno acampamento do desfiladeiro. Carlos olhou os monitores, alguns guerreiros hava estavam vindo de modo desorganizado, eram os fugitivos que ele já estava esperando. Na verdade sua maior preocupação era dos Stall viessem perseguir os guerreiros que fugiam.

Felizmente ele viu pelas imagens de satélite que os Stalls tinham parado seu avanço, e estavam estabelecendo um grande perímetro defensivo de vários quilômetros quadrados.

Carlos sabia que tinha que eliminar os havas que vinham em sua direção, porém de modo discreto, para não chamar a atenção dos satélites Stall, porque denunciar sua posição iria colocar eles na mira dos bombardeios orbitais.

O acampamento central havia mandado um time formado pelos melhores snipers daquele planeta, armados com os fuzis de plasma de longo alcance I-26, capazes de acertar um alvo a cinco quilômetros de distância.

As armas automatizadas também podiam ser configuradas para atirar disparos individuais de precisão, ao invés das rajadas que não eram nada discretas

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As armas automatizadas também podiam ser configuradas para atirar disparos individuais de precisão, ao invés das rajadas que não eram nada discretas. Não poderia de modo algum ocorrer explosões.

Em menos de um minuto os snipers estavam posicionados e a armas automatizadas já haviam selecionado alvos. Os primeiros tiros seriam sincronizados, e quando todos confirmaram que tinham situação favorável para atirar Carlos deu a ordem.

Os disparos de plasma cruzaram o ar e dez guerreiros hava foram atingidos praticamente no mesmo segundo. As armas automatizadas passaram a atirar em outros alvos, e os snipers, que não tinham a mesma velocidade, também partiram para alvos secundários. Em poucos minutos havia centenas de corpos espalhadas pela região.

Alguns poucos havas conseguiram voltar e não entrar no alcance das armas, outros poucos conseguiram se esconder atrás de rochas. Carlos que acompanhava tudo pelos monitores se perguntou se teriam que ir até lá eliminar os inimigos que ficaram ilhados atrás da pedras.

Seria extremamente perigoso. Se os Stall não estivessem em órbita ele usaria granadas, mísseis ou morteiros para acabar com aqueles inimigos. Mas nada de explosões hoje.

Ele pensou, e se aqueles guerreiros tiverem algum tipo de granada? ele não podia arriscar e mandar os soldados irem lá trocar tiros com eles a curta distância, eles poderiam acabar jogando uns artefatos explosivos nos soldados e estragando tudo. Também não era razoável deixar o inimigo lá nas pedras, ele já sabia que aquele inimigo podia ficar por dias lá parados, ou por sabe deus quanto tempo.

Ele mandou os snipers buscarem outras posições de tiro nas montanhas próximas, para poder pegar os "infelizes" no fogo cruzado. Ele mandou também que os snipers fossem acompanhados de outros soldados, afinal era uma missão perigosa.

Carlos revia imagens dos inimigos mortos e notou que vários deles não carregavam armas, e pareciam um pouco diferentes. Ele achou que poderiam ser pessoal de apoio, mas na situação em que estavam não podia poupar ninguém.

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