Capítulo 20 - O Crow de Crista Rajada

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Dia 32, 16:25 hs

O Crow de crista rajada acomodou-se com certa dificuldade na cápsula e ficou aguardando pelo teletransporte. Seu auxiliar, um hava trabalhador, também embarcou e se acomodou no espaço restante.

Eles apertaram os cintos de segurança, e se seguraram nas alças de apoio.

A cápsula balançou ao ser levada ao teletransportador pela esteira rolante. Algum tempo depois o Crow sentiu o teletransporte ocorrer. A espécie dele podia sentir o breve instante quando eles estavam em dois lugares ao mesmo tempo.

Ele sabia que os Hava não tinha aquela sensibilidade. Mais uma fração de segundo e ele sentiu a mudança na gravidade, o planeta para o qualquer ele foi era apenas um pouco maior, e tinha a gravidade apenas um pouco mais forte, do que a do planeta de onde saiu, mas ele conseguiu perceber a diferença.

Então a cápsula iniciou a queda livre, ele odiava aquela parte, bastava um paraquedas mal dobrado e pronto, o coitado do passageiro ia ter uma morte horrível.

Os Crows eram criaturas de mais de dois metros de altura, sua cor geralmente ia do branco e até o vermelho escuro, sendo que havia indivíduos que tinham manchas e padrões dessas cores espalhados pelo corpo. A cabeça era oval e com uma crista pontuda no alto, a qual geralmente era branca e com mais de 20 centímetros de comprimento. Os olhos eram grandes e negros, pareciam com os olhos dos peixes da terra.

Eles tinham quatro braços, sendo o par deles que ficava mais próximo da cintura era destinado a manipular objetos pesados e fazer atividades que requerem força. O par mais próximo da cabeça, eram bem menores e especializados em funções delicadas, como manipular os componentes das placas com cristais, que são a base da tecnologia de teletransporte.

Os Crows não recebiam nomes individuais por parte dos havas, eles eram catalogados por códigos, e inventariados como um recurso técnico valioso. A comunicação verbal direta com os Crows era impossível, eles se comunicavam entre eles com assobios quase inaudíveis para os Hava e para a maioria das outras espécies inteligentes da galáxia.

A comunicação entre os Crows e os Hava trabalhadores era feita na forma de texto, eles haviam desenvolvido uma linguagem própria para esse fim, a qual só existia na forma escrita. Os havas guerreiros não sabiam usar essa língua.

Normalmente eles usavam painéis eletrônicos portáteis sensíveis ao toque. Eles tinham que digitar o texto das mensagens apertando as teclas virtuais, e depois as enviavam para o painel do indivíduo com quem queriam se comunicar.

A comunicação entre os painéis era sem fio, e nos centros de trabalho dos crow os painéis formavam uma gigantesca rede, a qual não possuía uma central. Todos os painéis usavam um protocolo de transferência de dados, o qual permitia a troca de mensagens entre eles de maneira automática e prática. Esse sistema todo era tecnologia crow.

Os Hava usavam documentos de papel para se comunicar no dia a dia, e rádio analógico para casos de emergência e para fins militares, sendo que havia centrais de comunicação para repassar mensagens tanto de rádio como de documentos de papel. Elas eram operadas por havas operários que ficavam o dia todo escrevendo e falando ao rádio, enquanto outros havas operários ficaram levando e trazendo papéis de um lado para o outro nas cidades e bases militares.

Depois que o paraquedas se abriu o operário hava ligou o rádio comunicador. Ele passou a ouvir a transmissão que normalmente o pessoal que já estava em terra fazia. Ela servia para que os recém chegados, soubessem a direção que deviam ir depois do pouso, para chegar aos pontos de encontros.

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