Capítulo 16 - Depois do Apocalipse

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Dia 31 da chegada ao planeta, 09:35 hs horário do planeta UH-9536

Beltlo se levantou com muita dificuldade do meio das pedras. Seu pé direito estava fraturado, porém ele sabia que em poucos dias seus ossos estariam regenerados, esse era um dos motivos do sucesso dos soldados Hava.

Se os ferimentos não fossem extensos o suficiente para matar o guerreiro na hora, ele acabava por se recuperar mais cedo ou mais tarde. Seus kits médicos continham apenas torniquetes e bandagens para parar sangramentos muito intensos.

Eles também tinham órgãos redundantes, como por exemplo dois corações, sendo que podiam ficar com um só funcionando enquanto o outro se recuperava. Agora se dois fossem atingidos ao mesmo tempo, aí era morte certa.

O cérebro também se reparava bem, a não ser que fosse totalmente esmagado, agora se só parte dele fosse danificado, o guerreiro podia ficar inconsciente por dias.

Quando acordava do coma o guerreiro havia perdido algumas memórias e habilidades, sendo que as últimas podiam ser recuperadas mais tarde.

Essa característica não foi encontrada nas outras raças que os Hava haviam encontrado, elas geralmente eram sempre muito frágeis.

Os guerreiros hava também eram muito resistentes a radiação e produtos tóxicos, claro sempre tinham um limite, alguns planetas eram inabitáveis até para eles.

Ele caminhava em direção a alguns corpos de guerreiros que havia avistado a algumas centenas de metros. Tinha que encontrar um comunicador que funcionasse.

Ele temia um dia como aquele, era urgente reorganizar as tropas, mais algumas ondas de tele transportes e os crows e as peças dos tele transportadores chegariam.

Se eles não conseguissem mandar uma cápsula de volta a sua base ia entender que a missão estava comprometida, e eles ficariam isolados naquele planeta.

O comandante Hava andou mancando por mais alguns metros e sua mente passou por pensamentos confusos. Ele percebeu que ainda estava sob o efeito do trauma físico, sua mente aos poucos iria voltar ao normal.

Aos poucos ele passava a entender a gravidade da situação em que estavam. Uma nova onda ataques aéreos poderia cair sobre eles a qualquer momento. Eles já haviam enfrentado raças que possuíam aeronaves com capacidade de bombardear a posição deles, porém nada comparado com o poder de destruição que enfrentaram agora.

Beltlo passou a considerar se seria mais prudente ordenar que seus guerreiros matassem os crows assim que eles chegassem, e que destruíssem as peças dos tele transportadores.

Por redundância eram enviados três kits de peças e quatro crows em cada invasão, eram necessários apenas um Crow e um kit para mandar uma cápsula de volta. Nunca antes outra espécie havia conseguido se apossar da tecnologia que eles roubaram dos crows, e Beltlo começou a pensar se não era melhor ter morrido naquela explosão.

Ele chegou ao local onde haviam três guerreiros caídos, dois deles mortos, um com cabeça totalmente esmagada contra uma rocha, o outro com uma pedra pontuda perfurando o tórax, de forma que todos os órgãos internos haviam sido dilacerados.

O terceiro guerreiro estava inconsciente e com muitos ferimentos, mas provavelmente conseguiria se recuperar.

Infelizmente nenhum comunicador estava funcionando, Beltlo pensou em como aqueles aparelhos eram frágeis e mal feitos, quando ele era apenas um guerreiro básico, vários deles haviam quebrado e o deixado em situações difíceis. E pensou, afinal, aquela era mais uma situação ruim, talvez a pior de todas, e sem comunicação.

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