Dia 48, 07:00 hs
Já havia amanhecido há alguns minutos e Juliana ainda se encontra em sua pequena barraca, a qual havia sido montada entre duas grandes rochas no pé de uma montanha. O pequeno abrigo era feito com tecido impermeável cor de areia, para se misturar com o ambiente.
No interior da barraca ela dorme com uma das mãos segurando o seu rifle de plasma, modelo TK 800, o qual está sobre seu abdômen. A arma é toda preta e, naquele momento ela encontrava-se com a coronha dobrada, com o cano retraído, e com a tela de mira recolhida.
Nessa configuração a arma ficava com um pouco menos de 30 centímetros de comprimento, muito mais fácil de manejar em lugares apertados.
Em uma emergência sair de uma barraca com um arma longa era uma péssima idéia, provavelmente o soldado iria se enroscar na barraca, um possível desastre.
Pelos fones de ouvido ela escuta o alarme tocar, e acorda com a adrenalina tomando conta de seu organismo. Os sensores de movimento que ela havia instalado nas proximidades haviam detectado alguma coisa.
Aqueles aparelhinhos eram muito úteis, tinham a forma e o tamanho aproximado de um ovo de galinha. Era só deixar uma meia dúzia deles espalhados em volta da barraca, montados em pequenos tripés, e eles se comunicavam sem fio com a central de informação no pulso do soldado.
Ela pensou que poderia ser um dos pequenos animais do planeta. Porém ela se lembrou que os sensores foram calibrados para ignorar coisas pequenas, então não era só um bichinho inofensivo.
Ao ver a tela de sua central de informação em seu pulso, ela constatou que os sensores mostraram que o alvo, seja lá o que ele for, estava a cerca de 150 metros da barraca.
Juliana ligou a mira laser de sua arma e ficou na dúvida se saia ou não, talvez ele não visse a barraca. Porém o sinal começou a se aproximar. Ela saiu com a arma em posição de tiro e de imediato viu seu alvo.
Enquanto seu cérebro ainda interpretava o que ela via, a mira laser já estava no alvo e dedo de Juliana estava preparado para apertar o gatilho.
O ser que Juliana via era uma grande criatura com duas pernas, quatro braços e uma crista rajada na cabeça. Ele ficou totalmente parado, aparentemente sabendo que a arma apontada para ele era mortal.
Juliana conseguiu perceber que a criatura não tinha nenhuma arma em suas mãos, nas quatro, mas ela poderia facilmente matar qualquer humano usando apenas a força física.
O barulho de pedras rolando da encosta da montanha chamam a atenção de Juliana, a qual se vira. Diversos tiros são disparados contra ela, por três havas que estão a cerca de 400 metros, descendo a montanha e atirando com seus rifles de quatro canos. Um dos disparos atingiu Juliana de raspão na coxa direita.
Ela consegue se proteger atrás de uma das rochas entre as quais havia montado a barraca. Ela vê o alienígena de quatro braços correr para longe.
Ela aperta um botão na lateral de sua arma e, em uma fração de segundo, e a ao mesmo tempo, a coronha se desdobra, o cano da arma se estende e a tela de mira se eleva do corpo do rifle, a aste da mesma se vira para deixar o pequeno monitor de três polegadas de frente para o olho do atirador.
Os três havas estão se aproximando rapidamente. Mesmo com muita dor Juliana coloca parte do corpo para fora da proteção da Rocha e com muita eficiência aponta o rifle de plasma para os inimigos. A tela de mira trava no primeiro alvo e ela atira. O peito do guerreiro Hava explode com sangue voando para todos os lados.
Ela parte para a segunda ameaça e também o elimina. Ela iria atirar no terceiro inimigo, porém este já havia mirado e apertado o gatilho.
O tiro dele atinge, também de raspão, o antebraço esquerdo de Juliana. Ela rapidamente volta para a proteção da rocha. O hava acelera o passo enquanto solta o rifle e pega a outra arma dele que estava presa em suas costas por uma alça.
O guerreiro aponta a arma, que é bem mais curta, e com diversos canos fixados em um cilindro giratório.
Juliana tenta sair de traz da rocha para atirar no inimigo, porém uma rajada de balas a faz recuar.
Ela sente o medo, muito medo, mas sua mente ainda consegue funcionar de maneira prática. Ela analisa a distância e a velocidade do inimigo, calcula o tempo e pega a granada de fragmentação no pequeno compartimento em sua jaqueta.
Quando o hava estava a quinze metros de distância Juliana joga a granada por cima da rocha. O artefato explosivo cai a dois metros dos pés do guerreiro e detona.
A explosão jogou o corpo do hava para trás, e fragmentos de metal da granada o atingiram, porém nenhum em um ponto fatal.
Juliana sofre uma crise choro, ela pega o kit de primeiros socorros, porém ela lembrou de uma coisa. O alienígena de quatro braços. Ela pega sua arma, se levanta toda suja de sangue, olha ao redor apontando a arma, porém não vê nada, ele havia sumido.
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PLANETA UH 9536
Science FictionTensão desde o início. Uma história a partir da ótica de soldados rasos emboscados, uma situação desesperadora em uma guerra normal. Imagine num planeta desconhecido, enfrentando forças desconhecidas. Esse é o pontapé inicial dessa obra!