PLANETA UH 9536

Capítulo 78 - Batrio

Flávio e sua equipe conseguiram levar a NCO a 900 metros do grupo de oito POCs rebeldes. Aquela missão havia sido solicitada por Estela.

Ele achava desnecessário eliminar aquelas pequenas naves. Elas não ousariam fazer um ataque sozinhas. Destrui-las era apenas uma demonstração de força.

Ele acabou sendo convencido por Estela. Ela argumentou que precisavam manter as  mentiras para os Rivas. 

Haviam muitos batalhoídes e havas no planeta. Eles não podiam se envolver em batalhas que podiam ser evitadas, os recursos deles estavam muito limitados.

Os reforços do Planeta Atlas deviam estar chegando, e se as navezinhas não estivessem sob controle seria um problema, levaria semanas para eliminar todas elas, e com risco de perder a NCO.

Havia chegado a hora. E Flávio disse para Gabriel, operador dos canhões de plasma:

- Não pode haver erro, oito alvos, quatro canhões, dois disparos de cada. Se uma daquelas navezinhas virar e atirar na gente lascou. Estamos sozinhos aqui em cima, ninguém virá nos ajudar.

- Certo chefe,  senti a pressão. As simulações do computador tático são favoráveis. Felizmente eles não aprenderam a lição e continuam a ficar muito próximos um do outro, cerca 67 metros em média. Claro que isso levando em conta os dados que coletamos quando eles atacaram os Stall. Se uma dessas navezinhas for de um modelo com capacidade de manobra um pouco mais rápida, aí pode dar merda. – respondeu Gabriel.

Flávio balançou a cabeça afirmativamente e deu a ordem para prosseguir.
As quatro portas, duas na frente e duas atrás se abriram, as torretas saíram e apontaram os canhões.

A navezinhas perceberam a presença da nave humana, e começaram a fazer o giro de cento e oitenta graus. Quando estavam na metade da manobra quatro delas foram atingidas pelos disparos de plasma.

Destroços foram espalhados e atingiram uma das outras pequenas naves. Avariando seus sensores dianteiros e a impedindo de ver o que estava a sua frente.

A NCO usou seus motores de manobra laterais e rapidamente foi para um dos lados. O motor principal foi acionado e ela foi violentamente empurrada para frente.

As três pequenas naves que ainda estavam operacionais estavam manobrando para mirar na nave humana que se esquivava, quando foram atingidas pela segunda salva de disparos de plasma.

Flávio e seus comandados respiraram aliviados. Gabriel apertou o botão para guardar os canhões e a nave voltou a ficar camuflada.

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Batrio estava com seus batalhoídes e com os havas parados em um vale.

Ele estava sendo consumido pelo ódio. Só pensava em matar Atria, gostaria de passar por cima dos órgãos delas com as rodas de seu batalhoide.

Ele achava que Tron era o comandante, somente ele podia decidir o que seria feito.

O fato dela ter atirado em Tron era algo inadmissível para Batrio. Isso era contra qualquer noção de hierarquia. Não havia mais nada a fazer, se não agissem como um grupo.

As lamentações de Barrio foram interrompidas por uma transmissão de rádio, e a mesma pedia para falar especificamente com ele.

O interlocutor se identificou como líder dos aliados. A voz era produzida por um software de tradução. Inicialmente fizeram ele assistir um vídeo, que mostrava oito POCs que não aceitaram o golpe de Atria. Então eles foram eliminados pela nave camuflada inimiga.

O vídeo terminou e o líder dos "aliados" disse:

- Você tem um hora e seis minutos para dizer que aceitar entrar na nossa aliança, e se dirigir para as coordenadas que enviaremos. Vocês seguirão nossas ordens e mandaremos os havas trabalhadores reabastecerem seus veículos. Se não obedecerem uma bomba de pulso cairá sobre vocês, e realizaremos um bombardeio para matar os havas. Já estamos deixando a região inicial com o crows e levando componentes de tecnologia de teletransporte. Nós vencemos, aproveitem a nossa misericórdia, ou morram. Fim da transmissão.

Batrio estava indeciso. Parte dele  achava melhor morrer de uma vez. Se tornar escravo dos alienígenas era tão deprimente, isso se eles não os traíssem e os executassem.

Depois vários minutos se lamentando, uma outra linha de pensamento se formou em sua mente. Eles eram escravos dos Kleo, não seria tão diferente assim.