Dia 31, 10:00 hs.
Rescla olhava admirado para as grandes bolas de fogo no horizonte, ele sabia que a maior parte das forças Hava naquele planeta estava sendo dizimada naquele momento.
A história ocorria diante dos seus olhos. Finalmente tinham encontrado um inimigo poderoso o bastante para derrotá-los. E agora o comando não respondia, o que fariam? Muitos guerreiros queriam ir ajudar os seus companheiros que sofreram o terrível bombardeio.
Outros queriam antecipar o ataque ao canyon. A racionalidade veio logo a sua mente, eles provavelmente seriam o próximo alvo do bombardeio inimigo. Ele passou a falar no seu comunicador, ele utilizava o canal aberto, podia ser ouvido por todos os outros comunicadores que estavam no alcance.
- Vamos ser os próximos alvos, vamos cavar valetas e nos enfiar nelas, nos proteger da melhor maneira possível, e agora!
A maioria ignorou a mensagem de Rescla, eles queriam revidar de qualquer jeito, e pouco depois uma outra mensagem estava correndo pelos comunicadores dos guerreiros. Havia veículos inimigos atacando e se dirigindo para uma das zonas de pouso das cápsulas.
A maioria dos guerreiros seguiram para a zona de pouso indicada, seu perímetro havia sido rompido, o procedimento previsto era enfrentar os invasores e refazer o perímetro. Rescla, por sua vez, ignorou o regulamento, pegou uma pequena pá em sua mochila e começou a cavar rapidamente.
Os guerreiros estavam correndo para a área onde o inimigo estava, quando alguém gritou no intercomunicador:
- Olhem para cima, droga!
Rescla não olhou para cima, ele sabia que cada fração de segundo contava, seu instinto o fez se jogar na estreita valeta que ele havia conseguido cavar na terra. Ele cobriu a cabeça com a mochila, a valeta era funda o suficiente para o corpo todo dele ficar abaixo do nível do chão.
Poucos segundos depois ele ouviu dezenas de explosões ao seu redor, e depois houve uma grande explosão que feriu seus ouvidos e fez a terra tremer. Ele percebeu a onda de choque passar por cima da valeta. Essa havia sido por pouco.
---x---
Raul novamente pilotava um dos veículos leves, havia dias que ele não o fazia e ele já estava sentindo falta disso.
Assim que o primeiro míssil da NCO caiu sobre as forças inimigas, os veículos saíram a toda velocidade possível. Aquele armamento era formidável, ele entrava na atmosfera, e quando ele atingia certa altitude suas laterais se soltavam liberando suas dezenas de mini ogivas secundárias, as quais iriam se espalhar por uma área extensa.
Cada mini ogiva explodia a algumas centenas de metros de altura lançando pequenas de granadas de fragmentação, e cada uma matava qualquer soldado que estava por perto de onde caiam.
O corpo principal do míssil continuava a cair e diminuiria sua velocidade com um pequeno paraquedas e, pouco antes de chegar ao solo ele detonava sua ogiva principal, de explosivo especial, o qual provocava uma grande devastação na área alvo.
Eles tinham que aproveitar enquanto os inimigos estavam atordoados. No caminho havia diversos inimigos mortos. O tempo tinha que ser exato, eles deviam estar próximos do ponto de impacto do primeiro míssil quando o segundo cair. Se estivessem adiantados seriam atingidos pela explosão, e caso se demorassem mais que o previsto, alguns soldados inimigos sobreviventes poderiam se recuperar do choque, e atacá-los. E assim eles iriam, aproveitando o corredor de destruição formado pelos mísseis que cairiam em intervalos de tempo rigorosamente controlados.
Carlos viu o segundo míssil cair e ficou aliviado por estarem no horário. Ele confiava na capacidade de seu pessoal, mas coisas imprevistas poderiam acontecer, ele temia que um veículo quebrasse ou algo do tipo ocorresse.
O trajeto até o segundo ponto de impacto correu bem, porém havia alguns soldados inimigos que estavam se levantando, os quais foram alvejados com os rifles plasma.
A viagem seguiu e os mísseis foram caindo como o previsto, porém quando eles atravessaram a área do quarto impacto, notaram que os soldados inimigos estavam mais presentes, talvez eles tenham tido mais tempo de se proteger por perceberem o padrão do bombardeio.
Diversos soldados inimigos estavam aparecendo e atirando contra o comboio. Eles responderam a o fogo, atirando com os rifles de plasma em tudo que se mexia.
Em diversos pontos eles tiveram o caminho bloqueado por inimigos e foram obrigados a atropela-los. Pablo já havia atingido dois inimigos que haviam se levantado cambaleando e estavam pegando armas. Ele efetuou mais alguns disparos e sentiu um impacto em seu ombro, o qual o fez cair para dentro do veículo em que estava.
O sangue inundou seu uniforme. Seus colegas logo pegaram os kits médicos e passaram a apertar bandagem contra o ferimento para estancar a hemorragia.
Felizmente os veículos conseguiram passar e foram em direção às montanhas.
Lucas baixou seu rifle ao perceber que já estavam em relativa segurança, e pensou que talvez tivessem que ter recuperado alguma amostra dos armamentos inimigos, ou talvez até um corpo de um alienígena, para que os cientistas humanos estudarem, porém não havia mesmo como enviar esses itens no momento, não tinham como deixar o planeta naquele momento.
A NCO não dispunha de nave de desembarque, apenas de casulos de fuga que podiam descer no planeta de paraquedas, uma viagem só de ida. Mas eles teriam outras chances pensou, quando os reforços chegassem eles poderiam "fritar" o inimigo com bombas nucleares, e coletar tudo que quisessem. Porém os Stall podiam ter a mesma ideia e aquele planeta provavelmente iria se tornar o lugar mais bombardeado da galáxia.
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PLANETA UH 9536
Science FictionTensão desde o início. Uma história a partir da ótica de soldados rasos emboscados, uma situação desesperadora em uma guerra normal. Imagine num planeta desconhecido, enfrentando forças desconhecidas. Esse é o pontapé inicial dessa obra!