PLANETA UH 9536

Capítulo 18 - Extração

Dia 31, 11:10 hs.

Fardo havia terminado de separar as peças que seriam embarcadas nas naves de desembarque. Ele havia sido posto no comando daquela expedição por Quelem, a mensagem havia sido recebida há pouco e ela também dizia que as naves de desembarque estavam a minutos de distância. Porém também dizia que os satélites haviam captado sinais térmicos convergindo para a área deles.

Infelizmente uma nave de batalha havia sido destruída pela nave humana e eles não podiam dar apoio com os canhões magnéticos no momento.

O operador da torreta de um dos veículos de combate havia visto um inimigo se aproximar. Fardo apertou o botão do comunicador, o qual ficava preso em seu pescoço, e ordenou no canal de comando do grupo de terra:

- Atirem em qualquer coisa que se mexa, eles estão vindo em grande número. Tulo nos ama e nos protege! Façam ele se orgulhar de nós!

O inimigo estava vindo de forma desorganizada e Fardo pensou que eles deviam estar desorientados pelo pesado bombardeio que haviam sofrido há pouco.

Fardo confirmou sua opinião, quando pouco tempo depois viu um soldado inimigo se aproximando, ele estava mancando e havia sangue seco em sua face. Fardo mirou seu rifle e atingiu o inimigo há centenas de metros de distância.

Muitos inimigos apareceram, porém eles não estavam conseguindo se aproximar, ou eram explodidos pelos canhões dos veículos, ou derrubados por tiros de rifles.

Algumas granadas foram atiradas pelo inimigo, porém não chegavam a atingir o perímetro. Os alienígenas não conseguiam se aproximar o suficiente para lançar os artefatos explosivos de modo efetivo.

O local escolhido era aberto e a posição era ideal para os canhões de plasma, seu alcance fazia a diferença, e os seus operadores foram orientados por Fardo a priorizar os inimigos com granadas.

Os Stall estavam tão envolvidos na batalha que não perceberam as naves de desembarque tático se aproximarem. As quatro naves aerodinâmicas sobrevoaram o perímetro, e pequenas portas se abriram em suas barrigas.

Cada nave estava equipada com uma arma automatizada, as quais saíram para o exterior sustentadas por braços mecânicos, e imediatamente passaram a atirar rajadas de plasma devastadoras.

Uma das naves passou a descer enquanto seus trens de pouso se abriam. A nave tocou o solo na área separada e sinalizada pelos soldados Stall em terra.

As demais naves continuaram o sobrevoo enquanto atiravam nos soldados inimigos, os quais passaram a ficar escassos, depois que tantos deles foram eliminados.

A porta traseira da nave que pousou se abriu e os soldados de elite Stall desembarcaram e se engajaram no combate, expandindo ainda mais a vantagem que os Stall estavam tendo.

Itens separados foram rapidamente carregados e a nave decolou, sendo que outra rapidamente pousou em seu lugar.

A operação se repetiu com eficiência, com o desembarque dos reforços e o embarque de itens, e pouco tempo depois eles estavam carregando a última nave.

Os soldados extras e o apoio aéreo haviam conseguido fazer o inimigo desistir, pelo menos por enquanto. Fardo foi chamado no comunicador, a ordem era para ele embarcar na última nave, eles queriam que ele relatasse pessoalmente os fatos para comando, uma das naves de batalha iria imediatamente voltar para a base Stall, onde havia recursos científicos para examinar os itens da tecnologia alienígena.

A última nave decolou com Fardo abordo e juntamente com as outras passou a subir acelerando cada vez mais, e, pouco tempo depois já estavam em grande altitude.

Os pilotos foram surpreendidos por poderosos flashes de luz pipocando bem acima deles. As viseiras escurecidas de seus capacetes baixaram automaticamente, e os painéis dos radares se iluminaram e sinais de emergência tocaram de forma desesperadora, indicando que havia objetos sólidos na trajetória das naves.

Os pilotos realizaram manobras de emergência e as naves viraram para baixo iniciando a descida desesperada. Mais uma onda de flashes ocorreu bem à frente das naves e cápsulas se materializaram a poucos metros à frente delas. Os pilotos fizeram viradas de quase 90 graus, com as naves quase batendo umas nas outras.

Uma das naves desviou de mais uma cápsula, porém uma segunda se materializou a poucos metros a frente dela, sem dar tempo ao piloto de desviar.

O impacto foi mortal, tanto para a nave como para a cápsula, destroços se espalharam pelo céu e começaram a cair deixando rastros de fumaça.

As demais naves saíram da área em que os flashes ocorriam e voltaram a subir, Fardo estava tonto pelas manobras bruscas, seu peito havia sido ferido pelo cinto de segurança, porém agradeceu por estar amarrado ao seu acento, caso contrário poderia ter se ferido com gravidade.

Fardo já havia se recuperado da tontura quando, depois alguns minutos, começou a sentir a ausência de peso, eles já estavam entrando em órbita, e ele estava no espaço novamente. Ele ficou preocupado com seus comandados no perímetro, com todas aquelas cápsulas chegando, não ia ser fácil.

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Beltlo finalmente conseguiu achar um comunicador que funcionasse, assim que começou a se comunicar com os outros percebeu que havia ocorrido uma ausência de comando, todos os outros líderes deveriam ter morrido e o caos havia se instalado.

Ele foi informado que ocorria uma tentativa de tomar a posição inimiga em um dos campos de descida de cápsulas. Ele olhava para o céu e viu as novas ondas de teletransportes, era um alívio ter reforços, porém ele sabia que naquele ponto as cápsulas continham mais suprimentos e colonos do que guerreiros.

Ele ordenou que a tentativa de tomar a posição inimiga parasse, e que os guerreiros não ficassem em grupos grandes para não atrair mais bombardeios. Determinou também que procurassem se esconder o máximo possível.

A possibilidade de outros bombardeios era uma ameaça real e imediata. A missão estava por um fio.

Ele esperava que as outras cinco invasões que estavam ocorrendo simultaneamente em outros planetas naquele setor da galáxia estivessem com mais sorte. Afinal a expansão de sua raça não podia parar, a reprodução dos Hava era muito rápida, cada fêmea reprodutora botava dezenas de ovos em cada ciclo reprodutivo, e depois de alguns anos a próxima geração já estava se reproduzindo.

No passado havia controle da população, eles não deixavam todas as fêmeas terem acesso aos machos reprodutores. Porém depois da chegada dos Crows passou-se a estimular de todas as formas a reprodução, e toda fêmea disponível era logo engravidada assim que atingia a maturidade sexual.