~Drummer

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Na manhã seguinte eu acordei cedo. Fiz o café da manhã e estava comendo qnd Ike acordou.
- Meu Deus! Que milagre foi esse? - ele falou com a voz ainda rouca.
- Nenhum. Só resolvi acordar cedo pra aproveitar melhor o dia.
- O dia ou a Esther?
- Meu dia com a Esther.
- Planos pra hoje?
- Não sei... talvez eu a leve ao cinema.
- Legal. Já faz um tempo que não vou ao cinema. Talvez durante a lua de mel dê tempo. - ele falou pensando.
- Ike! Até eu sei que não é isso que vc vai fazer no seu tempo livre! - gargalhei.
- Vá pro inferno, pentelho! - ele gargalhou vermelho feito um tomate maduro - me respeita!
- Só falei o óbvio. - dei de ombros - vem tomar café antes que esfrie.
- Nesse calor? Duvido.
- Está mesmo um tempo limpo. Tá bom pra passar o dia no parque, suando feito um porco.
- Que romântico. - ele falou comendo um pedaço de panqueca. - hmm, isso aqui está ótimo! Tay que te ensinou?
- Não. É massa pronta. Só bati com leite e fritei.
- Bom demais pra ser verdade.
- Qual é! É panqueca do mesmo jeito! Se eu não tivesse falado, vc nem ia ter notado. - Apontei o garfo pra ele em protesto.
- Vc tem razão. Vc fez um ótimo trabalho batendo a massa e o leite.
- E fritando.
- E fritando.
- Obrigado.
- Por nada. - ele respondeu bebendo um longo gole de suco. - o suco tb é ótimo nesse calor.
- Também é de garrafa.
- Esse eu sei. Nunca vou esquecer do suco de laranja do Brasil e nem do suco de manga na Tailândia.
- Hmmm ótimos mesmo. - falei colocando meu prato na lava louças. - E vc? Oq vc vai fazer hoje?
- Na verdade? Não sei. A mulher do casamento vai passar por aqui e vamos acertar e confirmar mais alguns detalhes. Nessa altura, eu só quero acabar logo com isso. É mais cansativo do que um tour!
- E vc não pode errar.
- Só se casa uma vez!
- Amém.
Ele riu e limpou a boca no guardanapo:
- Hmm, vou tomar meu banho pq não sei qnd a Jennifer vai passar aqui ou se ela já está com a Nikki. Qq coisa, se uma delas chamar, avise que eu já estou indo.
- Claro.
Ike saiu e eu recolhi a bagunça de cima da bancada e enfiei na lava louças.
Agora eu tenho que esperar Jennifer, a mulher do casamento. Ou Jenny, a cerimonialista, para os íntimos.
A campainha tocou e eu fui atender achando que era ela, mas qnd abri a porta, dei de cara com a Esther.
- Bom dia! - ela falou com um sorriso largo.
- Meu amor! Bom dia! - respondi igualmente feliz - Não te esperava assim cedo. - dei um selinho.
- Ah é? Te atrapalho?
- Não, claro que não!
- Então eu posso entrar?
- Claro. Meu Deus... acho que ainda estou meio nervoso... - ri coçando a nuca e dando espaço para que ela entrasse.
- Com licença.
- Pq os brasileiros pedem desculpas para entrar?
- Não sei... mas não é bem uma desculpa... é... hmm... uma autorização para invadir seu espaço.
- Entendi. Interessante. Vc tem autorização para invadir meu apartamento e minha vida... - falei me aproximando e encostei meu nariz no dela. Senti meu coração bater no peito mais forte do que eu bato em minha bateria. Esther não desviou o olhar do meu. Estávamos vesgos e os nossos olhos faiscavam.
- Zac? - a voz do Ike ecoou atrás de nós.
- Ike. Oi! - Esther o olhou por cima do meu ombro.
- Oi Esther. Como foi sua primeira noite?
- Ótima! Estava tão cansada que praticamente desmaiei assim que deitei na cama.
- Sei bem. - Ike sorriu.
- Eu posso imaginar. Vc está conseguindo dormir? - ela perguntou interessada.
- Pior que mesmo cansado, não durmo direito com ansiedade. Meu Deus... - Ike coçou o cavanhaque - em menos de uma semana serei um homem casado.
- Oficialmente mais um Hanson fora do mercado.
- Já estou fora há tempos.
- De acordo com os registros, ainda está solteiro. Dá tempo de fugir no altar. - ela fez drama, como se pensassem sobre isso.

- Meu Deus, garota! Se um de nós fugir desde casamento, juro que me interno num hospício

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- Meu Deus, garota! Se um de nós fugir desde casamento, juro que me interno num hospício. - Ike deu um giro de 360º.
- Não leve isso à sério. Só estou brincando. Tá na cara que vc e Nikki são um perfect match.
- Vc acha? - Ike perguntou com um sorriso bobo na cara.
- Ike, para que tá feio - falei.
- Falou o babão que passava a manhã toda esperando o horário para ficar no telefone e depois ficava com um risinho besta na cara.
- Ooooown, sério, Zac?! - ela me olhou com as sobrancelhas fransidas e um biquinho.
- Ah para! Isso faz eu parecer um marica!
- Nada! É bonitinho! - ela falou agarrando meu braço.
- Exatamente. Eu não gosto de ser o cara "bonitinho" - fiz as aspas com os dedos.
- Acho que não é vc q decide isso. - Ike deu de ombros e se jogou no sofá.
- Mudando de assunto, já tomou café? - perguntei pra Esther.
- Na verdade não. Só tomei um café preto na Lola. Taylor estava fazendo o café, mas recusou minha ajuda, então eu resolvi vir até aqui. Seu apartamento é bem diferente do dele. - ela olhou em volta.
- O meu é mais legal.
- Tem cara de apartamento de cara solteiro.
Ike gargalhou com a afirmação.
- Vou encarar isso como um elogio.
- Foi apenas uma observação. O que pra mim é uma ótima coisa.
- Pq?
- Pq significa que a ridícula da sua ex não ficava por aqui.
- Ah, não... eu quase não trazia Kate aqui. - falei com um pouco mais de dor do que eu gostaria e eu sei pq: as poucas vezes que eu trouxe Kate aqui foram pra transar e antes eu consideraria isso um ponto positivo, mas agora me parece algo vazio e que me envergonha.
- Nada de encontros íntimos na família Hanson - Ike advertiu.
- Fala isso pra Penny. - ela falou.
Tentamos segurar o riso, mas não deu.
- Vc, Esther, tem um senso de humor maléfico. - Apontei o dedo pra ela.
- E vc, Zac, adora.
- Deixa Lola ouvir isso! Ela te manda pra fora de casa. - Ike falou.
- Ela não precisa saber disso, não é msm? Zac, me mostra a bateria de lego! - ela falou pegando minha mão e mudando de assunto.
- Ok... mas ela está no meu quarto... - falei parando.
- E oq tem isso?
- Nada... - relutei.
- Espera. Não vou encontrar cuecas sujas em cima da cama, vou? - ela me encarou.
- Não!
- Ufa! Isso é nojento.
- E pq achou que meu quarto estaria assim?
- Sei lá! Vc meio que entrou em pânico qnd falou sobre seu quarto...
- É q por aqui não é normal levar a namorada para o quarto.
- Que mente pervertida a sua! Ike está bem ali, no sofá! - ela apontou na direção dele, sem tirar os olhos de mim - E outra: Eu só estou interessada na bateria. - ela apontou pro nada.
- Uuuuuuh - Ike respondeu ao fundo.
- Cala a boca, Ike! - falei sentindo meu rosto queimar.
*Drummers have the biggest instruments and like to bang*.
- E é melhor vcs se apressarem pq Jenny deve chegar em minutos.
- Então? - Esther olhou de mim para Ike e depois de volta.
- Gezz! Vamos!
Arrastei ela pra dentro do quarto tentando me livrar de qq pensamento pervertido que insistia em brotar na minha cabeça (e na minha cueca).
Olhar para o rosto dela me dá vontade de mandar todos os meus medos pro inferno e me entregar de novo, com o melhor de mim, corpo e alma nus.

Save Me From Myself (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora