~No aeroporto~

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Já tínhamos terminado o café e feito o check-in na companhia da Lola quando ouvimos o anúncio do pouso do vôo da Becca e do papai e então nos dirigimos ao portão de desembarque correspondente.
Vi quando Lola e Tay deram as mãos e eu só conseguia pensar se um dia Kate se daria assim tão bem comigo e com o restante da minha família.
Não demorou muito e vimos papai e Becca sorrindo pra nós no meio da multidão:
- Olá, docinhos! - Bex piscou.
- Becca! - Lola soltou do Tay para abraça-la. É incrível como até a Bex, que é bem seletiva, gosta dela!
- Como vai a gravidinha mais pqnqininha do mundo? - ela esfregou a barriga grávida da minha cunhada.
- Tô ótima! E vcs? Como foi a viagem?
- Um pouco de turbulência, mas nada sério.
- Menos mal...
- Lola? Os meninos estão se comportando? - papai com um sorriso largo.
Lola me olhou de soslaio e nesses segundos, com a verdade nos olhos dela, achei que ela fosse me dedurar, mas ela se virou para os meus irmãos e então soltou:
- Uns bestas, como sempre!
Respirei aliviado. Ela não é dessas, afinal.
- Nada de novo no Reino da Dinamarca. - ele riu de volta. - E a Penny?
- Crescendo... ontem ela fez a maior farra com o Tay e eu no banquinho lá do parquinho do hotel.
Eu fiquei imaginando como seria isso, já que ela ainda não era nascida, mas papai pareceu compreender perfeitamente, pq respondeu:
- Essa menina vai ser uma espécie de Zac! Hiperatividade correndo nas veias.
*Hey! Isso é sorte ou azar?*
- Culpa minha! Eu poderia ter escolhido o tio Ike como Hanson favorito, mas não! Tinha que escolher justo o Zac! - Ela piscou pra mim.
- Eu sabia que vc ainda me amava! - apertei ela e fui empurrado e depois levei um soquinho no braço:
- Ainda não terminamos, Zachary. Vc ainda está sob avaliação. - ela me ameaçou.
Fiz bico e não respondi. Não quero dar brechas para meu pai descobrir sobre meu porre e nem pra ela deixar de gostar de mim.
- Aconteceu alguma coisa que eu deva saber? - Papai nos analisava.
- Nada, Walker... Zac só me deve uma. - ela falou me olhando com um sorriso maléfico.
- Justo para quem vc foi dever, meu filho... - papai colocou a mão no meu ombro e fez uma enfática negativa com a cabeça.
- Pois é... - ri sem graça e tatei os bolsos por hábito, pois já devia fazer uma hora desde que acordei e não havia falado com a Kate ainda. Isso vai me dar mais dor de cabeça que a cachaça de ontem. Olhei feio para o Ike, que conversava com Becca e Taylor e nem me notou.
- Bom... vamos ficar aqui em pé ou podemos tomar um café? - Papai perguntou depois de olhar para Lola e receber uma levantada se sobrancelha como resposta. Ele com certeza percebeu que tem coisa errada, mas Lola não ia confirmar nada.
- Já tomamos café, papai. Mas acompanho vcs. - tentei parecer bem.
- Então vamos. - Papai começou a puxar a mala e Lola e eu seguimos logo atrás, nos juntando aos outros, rumo à cafeteria.
Estávamos tomando nosso café e algumas pessoas nos reconheceram e pediram autógrafos. Eu não estava com o melhor dos humores, mas esse é o ônus de um artista: vc tem que estar sempre bem e disposto, não importa o inferno que esteja por dentro.
Ainda bem que tínhamos papéis e Tay tinha caneta, então foi bem rápido. 
Eles pegaram os autógrafos e saíram, deixando a gente acertar mais detalhes sobre os shows que estavam por vir. Não importa o quanto vc se organize previamente, sempre tem mais e mais coisas para decidir.
O restante da minha família chegaria em breve para passar as férias no Brasil e queríamos deixar parte do trabalho pronto para podermos aproveitar a presença deles e os dias de folga.
Já estávamos terminando qnd o vôo da Lola foi anunciado.
Meu pai chegando e ela indo. Ela está no país dela e Taylor planejou um descanso dela com a família, já que ela está com a gestação bem avançada e ainda teremos mais shows à frente.
Ela suspirou ao ouvir o anúncio do vôo e se levantou, nos abraçando. Lola começou a despedida ali mesmo e chorou. Pra mim, além da despedida normal, veio um recado extra:
- Vê se não quebra a promessa, se não... - ela fez um movimento de tesoura com os dedos.
- Ouch! Já falei que não vai precisar! - assegurei, protegendo meu soldado com as mãos.
Taylor e Ike riram, mas Papai e Becca boiaram.
Fomos até o portão da sala de embarque e mais choro. Ela está claramente dividida entre a família dela e a nossa, mas abraçou meu irmão e se despediu. Taylor também estava dividido ao deixar ela ir. Os dois estão sempre juntos, mas é diferente... Não tem cobrança sobre isso. É como se simplesmente Tay não fosse ele mesmo sem a Lola ao lado. Ele beijou minha cunhada e a barriga que carregava minha sobrinha e vi que ele chorou qnd ela finalmente cruzou a porta de embarque, mesmo sabendo que em alguns dias eles estarão juntos. Ele chorou tão triste que meu pai deu uns tapinhas nas costas dele:
- Tudo bem, filho?
- Tudo pai... só é complicado ver ela partir.
- Mas logo vcs vão estar juntos novamente e vamos ter muito trabalho pra vc ocupar a cabeça até lá.
- Eu sei... vão indo. Vou lavar meu rosto e já encontro vocês.
- Vamos voltar para a cafeteria. Te esperamos lá.
- Ok.
Meu irmão seguiu para o banheiro e nós voltamos para a nossa mesa. Pediram mais um café, dessa vez com açúcar, menos o Taylor. Suco pra mim, mas sem açúcar.
Qnd Taylor voltou, já tínhamos resolvido algumas coisas e passamos as informações pra ele. *qnt tempo ele chorou?*.
Rebecca e ele repassaram as anotações e pegamos as malas para o hotel. Eu vou ter que voltar para o quarto que eu dividia com o Ike. Eu amo meu irmão, mas cara, ter que dividir o quarto com ele é tenso, ainda mais qnd tenho certeza que ele sumiu com meu celular. Preciso dar um jeito de falar com a Kate. Mas sabe oq é pior? Com essa história de agenda no celular, eu simplesmente não decorei o número dela! Ironia do destino.

Save Me From Myself (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora