Acordei com meu celular tocando. Esfreguei os olhos e olhei: TAY.
- Bom dia. - falei sem me levantar.
- Te acordei, ne?
- Uhum.
- Queria te convidar pra tomar o café da manhã com a gente.
- Uhum.
- Vc vem?
- Uhum.
- Vamos te esperar. Não demore.
E desligou.
Eu estou um misto de cansaço, orgulho e solidão. Ike tinha se casado com a mulher da vida dele ontem. Tay já estava com uma família formada e eu agora vou me despedir da minha namorada. Eu queria ir pro Brasil com ela, mas não posso. Sem o Ike aqui, Tay e eu temos que ficar e revezar as coisas na 3CG e sei que Tay tem mais coisas para pensar do que eu. Não seria justo deixar ele sozinho numa hora dessas.
Tomei um banho, escovei os dentes e me arrumei. Entre um suspiro e outro, decidi fazer esse dia fantástico. Ensaiei um sorriso no espelho e saí.
Entrei no apto do Tay sem bater, pq ele sempre deixa a porta aberta qnd me convida. Lola estava no sofá, dando um mingau de aveia para a Penny. *Ao menos essas duas vão ficar por aqui.*
- Oi gorducha! - falei cutucando o queixo da minha sobrinha, que sorriu.
- Bom dia, tio Zac. - Lola respondeu por ela e sorriu.
Sorrisos diferentes, mas os olhos grandes sorriam iguais.
- Bom dia, tampinha. - falei dando um tapinha na cabeça dela.
- Fazia tempo que vc não me chamava assim.
- Hoje acho que estou nostálgico demais.
- E isso é bom?
- Talvez.
- Qualquer coisa estou aqui, você sabe.
- Eu sei.
- Zac? Oq vc quer comer? - Tay me chamou na cozinha e eu fui até ele.
- Qualquer coisa. Você sempre foi bom na cozinha. - falei me sentando em cima da bancada.
- Desce daí.
- Chato. - falei obedecendo e procurando uma banqueta. - quer ajuda?
- Não. Fiz torradas com ovos e bacon que vc gosta e fiz Panqueca para a Lola e Esther. Tem leite, suco e café. Acha que precisa de mais alguma coisa?
- Tem queijo?
- Tenho. Pode pegar na geladeira.
- Ok.
A mesa já estava arrumada, então só levei os pratos para lá.
Enquanto eu me arrumava de volta na minha banqueta, ergui os olhos e vi quanto Esther saiu do quarto, já arrumada e se espreguiçando; ela abriu um sorriso lindo ao me ver. Essa é a visão que eu gostaria de ter todas as manhãs: eu arrumando a mesa do café para ela fazer a primeira refeição do dia ao meu lado. Mas eu espero que ela use menos roupa pelas manhãs.
- Bom dia, Zac! Espero que seu mal humor matinal já tenha passado. - ela falou encostando na bancada.
- Bom dia, Esther. Felizmente já. - sorri de lado.
- Sorte a nossa, não é, Tay?
- Com certeza. - Tay respondeu tirando o avental. - Bora comer?
- Estamos aqui pra isso. - respondi me levantando e Esther segurou meu braço.
- E meu beijo de bom dia? - ela me olhou e mordeu o lábio.
*garota, essa sua boca vai me meter em encrenca.*
Eu não respondi. Apenas a beijei e o gosto de menta invadiu minha boca junto com a língua dela. Aquele cheiro doce do perfume que se confundia com a geléia das panquecas. Talvez eu passe a gostar mais de panquecas do que de bacon...
- Wow! Não vai engravidar a Esther na minha cozinha! - Lola falou quando passou por mim e colocou o pote do mingau vazio na pia.
Eu encostei minha testa na da Esther e sorri. Eu estou duro. Ambas sabem e eu senti meu rosto em chamas.
Esther riu e limpou a boca antes de me deixar sozinho e acompanhar minha cunhada até a mesa.
- Zac? Vc não vem? Eu vou fazer a prece. - Tay estava virado pra trás na cadeira, me olhando.
*Quão pecaminosa seria uma prece enquanto eu tenho uma ereção? Me perdoe, Deus.*
Me remexi atrás da bancada, pensei em Kate e pasmem, funcionou! Meu soldado se recolheu rapidamente e eu pude voltar em segurança para a mesa e ouvir a prece sem me sentir um profano.
Esther conversava feliz e eu me pergunto se ela sempre acorda assim animada e se ela está feliz, mesmo sabendo que eu não a veria por sabe-se lá quanto tempo. Não deixei isso me abalar. Ela provavelmente sente falta dos pais e do próprio espaço. Eu não a culpo por estar feliz com a volta pra casa.
O café da manhã foi divertido e durou um bom tempo, já que conversamos e rimos bastante. Me senti em casa e não mais solitário, especialmente quando Penny meteu a mão no meu parto e levou parte dos meus ovos à boca.
- Hey, sua pestinha! - falei rindo da desenvoltura que ela já tem.
- Meu Deus! Penélope Hanson! Não pode pegar comida do prato dos outros! - Lola passava o guardanapo nas mãos dela.
Ela mastigava feliz.
- Ela é mais parecida com o Zac do que comigo... - Tay resmungou pra ninguém, fingindo afetação.
- Vai começar... - Lola revirou os olhos.
- Você tem mesmo ciumes do Zac? - Esther o encarou.
- Só não quero minha filha parecida com esse animal.
- Vá à merda, Taylor. Eu sou o Hanson favorito. É natural que ela queira se parecer comigo.
- Geez... parem com isso vocês dois! - Lola nos olhava tentando nos repreender, mas ela ria.
- E a culpa é sua! Fica dando mingau pra garota! Ela precisa de algo que sustente, não é, gorducha?! - falei e Penny bateu os braços e riu.
- Ela sabe das coisas, cunhada. - falei apontando pra Penny.
- Deus... - foi tudo que Lola respondeu.
Terminamos de tomar o café e Tay me entregou a Penny para que ele pudesse ajudar a Lola com a louça. Esses dois parecem sincronizados em tudo!
Apoiei minha sobrinha na bancada e Esther estava brincando com ela.
- Zac, se quiser, pode almoçar com a gente hoje. - Lola me olhou.
Eu não sei se o convite era para que eu não me sentisse abandonado sem o Ike ou se era pra eu não ficar sozinho com a Esther.
- Não sei... Não quero atrapalhar...
- Não é incomodo. Estamos pensando em ir no Taco Bueno. - Tay falou.
- Mas Lola odeia comida mexicana!
- Eu sei... mas Esther quer ir lá. depois de vc ter comprado as coisas da despedida de solteiro do Ike, ela ficou com vontade e confesso que eu também. - Lola falou.
- Pq não me disse? Eu teria separado algumas coisas pra vcs! Se bem que eram só nachos e guacamole....
- Eu não ia te incomodar com isso. Vc estava lá pra fazer as coisas do Ike. - Lola falou.
- Mas eu ia dar um jeito.
- Não importa. A gente vai hoje. - Esther deu de ombros.
- Ok. Eu topo! Mas Lola, vc vai mesmo?
- Vou. Eu pego uma salada e roubo um pedaço do que o Taylor pedir.
- Fechado!
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Save Me From Myself (COMPLETA)
Fiksi PenggemarKate, meu amor, era um buraco negro drenando nossa paz e eu estava tão cego... Acho importante dizer que essa não é uma história de amor. Eu sou Zac Hanson e essa é a história de como eu fui salvo de mim mesmo.