Save Me From Myself (COMPLETA)

~Caz e Ike

Fui dormir com fome. Mas eu não ia pedir comida e menos ainda fazer qq coisa para comer. Não era assim tão tarde, mas eu estou cansado.
Confesso que senti falta do Ike andando pela casa. Qnd ele se casar e for morar em NY, vou sentir saudades; ele diz que é só até a Nikki terminar a faculdade, mas não sei... Ike gosta muito de lá e se Nikki se formar em moda, que diabos ela viria fazer em Tulsa ao invés de ficar em NY, onde todo canto exala moda e tendências? Ela provavelmente desistiria de exercer a profissão.... mas isso não é problema seu, não é msm, sr Zachary?
Tirei a roupa e me deitei, enrolado nas cobertas. A melodia meio tropical que eu batuquei no carro e o rosto da Penny me fizeram companhia até eu adormecer, oq é bem estranho, já que a música me lembra praia e está um frio do cão lá fora.
Acordei e olhei no relógio. Já são 8:00. Cedo pra mim, confesso, mas não para o restante da família.
Vesti meu roupão por cima da cueca e entrei no elevador. Bati na porta do Tay. Toquei a campainha e nada.
*Droga! Ele já deve ter ido buscar a Lola!*
Voltei frustrado para o meu ap, peguei o suco e fritei os ovos. Não ficaram tão bonitos, mas o cheiro está ótimo.
É solitário demais! Olhei pela janela a movimentação dos carros. Não nevou, mas todos estão bem agasalhados e andando apressados pela ânsia de encontrar um lugar quente, longe do vento frio.
A melodia voltou:
"Deep blue eyes, golden hair
You are so beautiful people will swear"...
Batuquei com o garfo no prato e Lola teria me repreendido, mas eu precisava anotar isso. Está muito bom!
Enfiei uma porção de ovos na boca e fui procurar uma caneta. *Onde está o Tay qnd se precisa dele?!*
Rodei pela sala, abri as gavetas e achei uma caneta e alguns papéis.
Voltei pra bancada e dei mais uma golada no suco.
Pensei um pouco mais sobre a minha sobrinha. A música é dela. Ela é mais do que uma bebê fofa. Ela será radiante e alegre como a mãe. Esse é o começo dela e eu a protegerei de qq um que ouse atrapalhar os sonhos dela.
*anotando*
"Treat everyday as the start
You'll be just fine
Nobody gonna steal your spark
If you should lose your way
I'll be right there if you call out my name".
Batuquei mais um pouco e resolvi largar o café da manhã pra lá. Peguei o violão: Penny gosta de vilão, pq a Lola tocava durante a gravidez e tb, nada a ver um piano nessa música... eu acho... vejamos.
Tentei alguns acordes e anotei. Talvez alguma batida de conga... Tay vai gostar. Apesar de saber tocar bateria, acho que oq ele gosta mais é da conga mesmo... e tem uma pegada mais tropical... Brasil... será que usam conga no Brasil? Não faço idéia! Uma vergonha ter uma cunhada/melhor amiga e uma namorada brasileira e não conhecer nada além de uma ou outra Bossa Nova.
Não consegui fazer uma música inteira, mas fiquei satisfeito com o que eu tinha. Talvez fique pronta para o aniversário de um ano. Tempo demais? Talvez. Mas eu quero uma música especial, que descreva a importância da Penny para o mundo. Não o mundo todo, mas o meu mundo pelo menos. Bem... talvez ela tenha energia para mudar o mundo.
Coloquei a louça do café na lavadora e me sentei no chão da sala para montar um pouco mais da minha bateria. Está quase pronta agora e está ficando bem legal.
Senti meu estômago roncar. É quase hora do almoço e ninguém tinha me ligado para falar sobre a visita.
Fiquei preocupado e liguei pro Ike:
- Ike? E ai?
- Tudo certo.
- E a Lola? Fui ao ap do Tay mais cedo, mas ele já tinha saído...
- Mamãe falou na maternidade. Eles ainda estão lá. Mas está tudo bem. Estão aguardando a alta da Penny para ela e Lola saírem juntas.
- Tem imprensa lá?
- Não. Aparentemente não descobriram a data e nem o hospital. Caso contrário já haveriam pessoas de plantão.
- Menos mal... eu ia odiar ter esses urubus em cima da minha sobrinha.
- Já está com ciúmes?!
- Pra ser sincero? Creio que sim... - respondi pensando na parte da música que escrevi: "I'll be right there if you call out my name".
- Bem típico de vc.
- Ike... acho que escrevi outra música. É bem diferente do que estamos acostumados. É uma pegada mais alegre, tropical.
- Esther de novo?
- Não! É pra Penny dessa vez. Mas só escrevi dois versos.
- Já é um começo.
- Sim... quem sabe depois da visita eu não consigo terminar?
- Tenho certeza que sim.
- Sabe q horas eles saem? Posso dar carona.
- Relaxa, Zac. Tay está de carro.
- Ah... é... não faria sentido.
- Não... mas não esquenta. Assim que tiver notícias te aviso.
- Valeu.
- Não quer vir almoçar com a gente? -
- Não... vou no Caz distrair a cabeça.
- Ok... vê se não vai perturbar o Tay e Lola! Eles devem estar cansados. Entendeu?
- Já sei! Já sei! - falei desligando.
Me troquei e fui em busca do meu almoço. Olhei na garagem e o carro do Tay estava lá. Senti uma vontade enorme de subir para o apto dele, mas a voz do Ike ecoou pela minha cabeça.
Montei na pick-up e saí rumo ao Caz. "Sente, relaxe e aproveite". Quer convite melhor do que esse slogan?
Caz é um cara da idade do meu pai e é um cara bem simpático, que faz vc se sentir em casa.
- Zac! Que bom te ver, garoto! Veio sozinho hoje?
- Oi Caz! Vim sim. Hoje todos tem compromisso, menos eu.
- Oq vamos comer hoje?
Eu já ia pedir quando Ike entrou.
- Parece que seu irmão tem o mesmo faro que você. - Caz falou pra mim, acenando para o Ike, que logo veio até nós.
- Oi Caz!
- Oi garoto! Seu irmão estava chorando por ter que almoçar sozinho. - ele me zuou.
- Qual é, Caz! Não me entregue assim tão facilmente! - eu ri.
- Vou deixar vcs à vontade. Se precisarem, já sabe.
- Falou! - Ike e eu respondemos ao mesmo tempo.
- Oq faz aqui? Não ia almoçar com a mamãe? - perguntei.
- Ia. Mas faz tempo que eu não como aqui. Me deu vontade qnd vc falou que vinha.
Eu sorri pq ele não está aqui pela comida. Ele está aqui por mim.
Escolhemos nossos pratos e conversamos um pouco antes de voltarmos pra casa. Ike me fez subir direto, mesmo sabendo que eu queria ficar no andar do Taylor.