~ Tenho fome

47 12 4
                                    

Esther acabou e se sentou meu lado:
- Ufa! Espero que vcs gostem.
- Nós vamos.
- Estou com fome.
- Eu também. Vamos ver se o Tay quer comer alguma coisa antes que eu coma a comida da festa do Ike.
- Ok. - ela falou se levantando. - mas se a gente for sair, saiba que estou cheirando pepino...
- Deixa eu ver.
Ela me estendeu a mão e eu mordi o dedo dela.
- Garoto! Que isso?! - ela puxou o dedo e riu.
- Eu gosto de pepino. - dei de ombros.
- Hey! Vamos?! - Taylor chegou com um copo de cerveja na mão.
- Blz. Pra onde? - falei entrelaçando minha mão na mão da Esther.
- Casa?
- Po, Tay! To com fome.
- E minha mulher e minha filha estão em casa.
- Oh saco!
- Que foi? Nasceu colado em mim? Vai comer com a Esther. O Double tá aqui atrás.
- Verdade! Bora, Esther.
- Me ajuda a fechar o galpão. - ele pediu.
- Claro.
Galpão fechado, nos despedimos e fui para o DoubleShot Coffee.
- Hmmm que cheiro maravilhoso de café! - Esther falou quando abri a porta e ela entrou.
- Lola adora aqui.
- Eu entendo o pq! - ela falou olhando em volta.
- Hey Zac!
- Hey Brian! - acenei para meu amigo atrás do balcão.
O lugar não está cheio. Apenas algumas mesas ocupadas, mas Brian está ocupado. Hoje é  dia da torra do café.
Fui até minha mesa favorita e Esther me acompanhou.
- Aqui não dá pra almoçar, mas dá pra fazer um brunch.
- Eu não me importo. - ela falou sorrindo por cima do menu.
- Acho que vou pedir um sanduíche de ovos e um copo duplo de latte com muito gelo.
- Mas vc nem olhou o cardápio. - ela falou me olhando.
- Eu posso citar esse cardápio em ordem alfabética inversa se vc quiser.
- Ah, é? Então o que o sr me recomenda, sr cliente sócio proprietário?
- A srta pode começar com o mesmo que eu e, se apreciar doces, eu aconselharia firmemente que não saia sem antes experimentar os melhores cookies do universo, que são os da DoubleShot, claro. - falei fazendo um ar sério, mesmo querendo rir.
- Eu aceito sua sugestão.
- Então vamos pedir.
- Ah! Só troco o latte por um suco.
- Anotado.
- No seu bloco imaginário?
- Na minha mente brilhante.
- Ah, me poupe, Zac! - ela riu e me bateu com o cardápio.
- E aí, Zac! Quanto tempo! - a voz do Brian estava ao nosso lado.
- E ae carinha! Estou de volta!
- Estou vendo! Estou vendo! Está ótimo!
- Agradeça à Esther. - falei apontando pra ela.
- Olá, Esther! Eu sou o Brian, dono do café. Seja bem vinda ao DoubleShot e obrigada por trazer meu camarada de volta das trevas.
- Prazer. - ela sorriu.
- Já sabem o que vão pedir?
- Dois lanches de ovos com bacon, um copo duplo de latte com gelo e um de suco. - falei.
- E pra Esther? - Brian me olhou. *sacana!*
Ela gargalhou, mesmo tentando inutilmente segurar o riso com as mãos.
- Qual é, Brian! Assim vc me queima! - falei rindo, mas ciente de que meu rosto estava ficando vermelho.
- Ah, era segredo que você come feito um buraco negro? Me perdoe por ter sido indiscreto. - ele riu enfiando o bloco de anotações no avental - Já volto com os pedidos. - ele falou saindo.
- Ele é um cara legal. - Esther falou analisando Brian pelas costas.
- Ele é.
- Impressão minha ou você não aparecia faz tempo em vários lugares conhecidos de Tulsa?
- É verdade. Infelizmente meu antigo relacionamento me sugou para o limbo e levou minha vida social junto por um tempo. - dei de ombros e não doeu.
- Entendi. Que pena. Todos parecem estar com saudades de você.
- Bons amigos. - falei analisando.
- Excelentes. Amigos que te sacaneiam na sua frente são sempre os melhores.
- É, eu sei.
Brian voltou com nossos pedidos:
- Se precisarem de alguma coisa, estarei lá no balcão.
- Ok. Valeu.
Foi gostoso comer um sanduíche com a Esther. Cara! Como-eu-amo-essa-garota! Nada de contar calorias, nada de reclamar dos meus amigos, nada de questionar as brincadeiras... quase posso dizer que eu a amo por tudo que ela NÃO faz!
Acabei pedindo outro sanduíche e ela finalizou com os cookies. Nos despedimos do Brian. É hora de ir pra casa e nos arrumarmos para as respectivas despedidas de solteiro.
- Pronta?
- Pronta!
Dirigi até o nosso prédio e Esther olhava pela janela e tinha um leve sorriso no rosto. Eu poderia ficar olhando para aquele sorriso, mas isso causaria um acidente. Sim... o sorriso da minha namorada poderia fazer qualquer um sair dos trilhos e perder o rumo de casa.
Voltei a focar no trânsito, mas não resisti e perguntei:
- Posso saber o motivo desse sorriso?
- Tudo!
- Tudo?
- Sim... tudo! Essa viagem está bem melhor do que eu imaginei.
- Nem tivemos tempo pra aproveitar muito.
- Mas tudo que fizemos juntos foi perfeito. - pude sentir ela me olhar - Eu esperei muito por esses dias, Zac. Eu sonhei com eles. Dias em que tomariamos café numa esquina qualquer, passearíamos de carro... essas coisas, sabe?
- Coisas simples.
- Coisas com significado.
- Sei... eu tb estava sonhando com esses dias. - falei sorrindo.
- Quando vocês forem montar as agendas de tour, não se esqueçam de incluir o Brasil.
- Com certeza não vamos pular o Brasil.
- Sei que minha cidade não é muito popular, mas pelo menos dá pra ir te ver na capital.
- Ou eu posso visitar vc na sua casa e vc me mostra seu mundo.
- Meu mundo vc conhece bem.
- Não conheço não.
- Zac, vc pode me achar precipitada, mas não vejo outra forma de viver desde que vc entrou na minha vida. Eu sonho em ficar com você. Vc é meu mundo agora.
- Mas vc sabe que eu não vou estar sempre assim, disponível. Quando os tours começam, eu quase não tenho tempo... eu... - comecei a me justificar com medo da realidade assustar ela.
- Hey! Para! Eu sei! Converso com a Lola sobre isso. Já sei como vc trabalha duro, Zac. Sei que não é fácil e que nem sempre eu vou poder estar com você. Mas esse é o seu trabalho. É oq vc ama.
- Eu amo você.
- Mas eu não trago esse tipo de recompensa pra casa. A música traz prazer intelectual e outra, vc ama isso. Eu nunca pensaria em pedir para vc escolher entre sua carreira e eu.
- Obrigado.
- Relaxa, ok? - ela falou quando desabotoou o cinto e desceu na garagem. Ela deu a volta no carro e abriu a porta do meu lado. - Vem. - ela abriu os braços e eu desci e a abracei.
- Obrigado. Vc não sabe como isso é importante para mim.
Demos as mãos e subimos de elevador.
Me despedi dela com um beijo delicioso, pq eu provavelmente só a verei amanhã, no casamento.

Save Me From Myself (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora