~A manhã (quase) perfeita

41 11 11
                                    

Liguei o carro e saí. Ela olhava tudo em volta e cantava alto as músicas que tocavam no rádio. Ela tem bom gosto pra música. A voz não é afinada, mas é melhor que a da Lola, com certeza!
Pra quebrar o silêncio, perguntei:
- À propósito: pq vc não veio pelo portão de desembarque como todo mundo?
- Pq eu tive que passar pela imigração. É minha primeira vez em solo americano.
- Ah! Esqueci desse detalhe!
- Vc estava tão bonitinho andando pra lá e pra cá. Parecia um leãozinho.
- Eu estava ansioso para te encontrar. Eu realmente não sabia oq esperar.
- Sua namorada, ora!
Eu a olhei por alguns segundos e me senti um cara de sorte. A garota é linda, cheirosa e bem humorada mesmo depois de horas de voo. Senti o sorriso involuntário crescer nos meus lábios. Sair em tour com ela ao meu lado seria muito fácil.
*Dawn! I love her. I really do.*
- Chegamos. - anunciei qnd chegamos no Chimera.
- Oq é aqui? - ela olhou pela vitrine enquanto eu empurrei a porta para sentarmos.
- Chimera. Está com fome?
- Um pouco...
- Eu estou morrendo de fome.
- Oi Zac! - A garçonete trouxe o cardápio.
- Oi Chris. - Sorri de volta.
Esther olhou pra mim e pra garçonete. Inconscientemente esperei um pqno show de ciúme ou ao menos algum traço de irritação, mas ela sorriu junto:
- Já é freguês! Vc gosta daqui?
- Bastante.
- Então oq recomenda? - ela olhou o cardápio.
- Qualquer coisa. Aqui não tem erro. Eu gosto bastante dos sanduíches. - falei apontando no cardápio.
- Ah não. Pesado demais pra mim. Tem bolo ou pão? Simples, sabe?
- Tem. Sempre tem o bolo do dia.
- Então quero o bolo do dia e um leite com café.
Fiz contato visual com a Chris e ela veio. Fiz os pedidos e esperei. Esther continuou olhando o cardápio.
- Vai pedir mais alguma coisa?
- Não. Na verdade estou apenas conhecendo o cardápio. - ela deu de ombros. - Acho que nunca vi um lugar assim no Brasil. Serve pão e também caldos... é interessante.
- Aqui é bem comum.
- Vcs comem bacon no café da manhã.
- Eu adoro bacon.
- Eu tb, mas no lanche e não no café.
- Não tem hora ruim pra ovos e bacon.
- Vcs comem demais. - ela riu.
- Fitness? - pensei nas dietas loucas da Kate.
- De forma alguma! - ela riu ainda mais - adoro comer.
- Thank u, Gosh! Não ia suportar sermão sobre minha alimentação ruim.
- Vc come mal? - ela debruçou na mesa e me olhou.
- Na verdade como muito. Não importa se é um balde de salada ou se é um balde de frango frito.
- Entendi.
Nosso café da manhã chegou e nós comemos felizes. Ela vai ser minha companhia de garfo! Dá  pra ver ela feliz por estar comendo. Já falei que ela é perfeita?
- Bom... e agora? Onde vamos? - ela me olhou.
- Atravessar a rua.
- Atravessar a rua? - ela olhou pela janela.
- Bem ali. - falei apontando a 3CG.
- Ok...
Paguei a conta e ela sorriu e acenou para as funcionárias q nos olhavam do outro lado do balcão.
- Hey, Zac.
- Sim?
- Não tem problema essas pessoas nos verem assim, sozinhos?
- Talvez. Aqui no Chimera costuma ser tranquilo. As vezes alguma fã e tals, mas normalmente é tranquilo. Vc tem medo?
- Eu? Eu sou uma ninguém. Quem precisa ter medo é vc.
- Devo ter medo? - perguntei antes de abrir a porta da gravadora.
- Eu é que sei? Eu não pretendo fazer nada, mas nunca se sabe. Lembra do que falaram da Lola?
- Lembro. Foi horrível...
- Então. - ela deu de ombros - decidi ser eu mesma. E não se preocupe. Sei que não é pra ficar beijando e nem zoando loucamente em público. Eu não sou idiota. Se estiver bom pra vc... é isso que tenho.
- Está ótimo.
- Então é isso.
Sorri e entramos na 3CG.
- Bem vinda à 3CG. Nossa gravadora.
- Wow. - ela falou olhando em volta - Então é aqui que a magia acontece.
- Isso ae.
- Zac? Quem está... - Bex colocou a cabeça para fora do escritório - Oh Deus! Esther!
- Oi Bex! - ela acenou.
- Venha aqui! Vem conhecer o restante da equipe.
Bex fez as apresentações e Esther continuou com a espontaneidade de sempre, acenando e sorrindo.
Mostrei a mesa de som e fui para o aquário. Me exibi na bateria e depois toquei Broken Angel. Tudo como planejado.
Ela bateu palmas e tocou algumas notas desafinadas no piano, ao meu lado. A manhã tinha sido exatamente como eu planejei, mas agora é hora de levar ela de volta. Vamos almoçar em família e então, de lá, cada um de nós vai seguir as ordens da cerimonialista.
Quando anunciei que era hora de irmos para nossos compromissos, ela não pareceu feliz e depois de nos despedimos do pessoal e assim que entramos no carro, antes mesmo de abotoar os cintos, ela me surpreendeu com a frase:
- Achei que a gente ia comemorar minha chegada de uma forma mais.... íntima. - ela disse sem graça.
- Oq vc quer dizer? - fingi não entender.
- Zac... a gente já está junto há algum tempo... vc não me acha bonita?
- Claro que acho! Damn, vc é muito mais que bonita.
- Então... - ela queria uma explicação.
- Antes os casais demoravam anos para ter esse tipo de intimidade... - uma limpada na garganta * meu Deus, estou suando* - e bem... alguns só tinham depois de casados...
- Antes, Zac. Antes!
- Mas...
- Tá! Esquece! Vamos casar virgens! É isso que vc quer?
*Eu vou morrer!*
- Vc está me dizendo que quer casar comigo? - tentei ser engraçado e desviar o assunto.
- Calma lá! Casamento é algo muito importante pra eu decidir assim.
- E... armm... sexo?
- Sexo são meus hormônios, Zac. Eles gritam! Os seus não gritam? Pq isso seria preocupante... - ela me encarava.
- Vc não está ajudando...
- Esquece. Já broxei. - ela cruzou os braços e encostou no vidro da pick-up.
- Mas Esther...
- Se vc me falar q agora vc quer, eu te arrebento.
- Não... eu só quero que vc saiba que eu quero que tudo fique bem e que as coisas sejam ótimas pra mim e pra vc. No tempo certo. Não quero apressar as coisas.
- Ok... entendi. Não vou me precipitar, Zac. To vendo que vc precisa de mais tempo.
- Eu oq?!
- É... vc ainda não está pronto... eu entendo. - ela suspirou.
- Tá falando sério?!
- Claro. Eu espero o tempo que vc precisar.
- Não to ouvindo isso... - a vontade de rir crescia dentro de mim.
- Eu sei... a maioria das meninas tentariam arrancar a sua roupa e ter um filho seu, mas eu não sou como elas... eu te respeito e vou esperar.
Eu gargalhei:
- Esther, vc me mata!
Ela me olhou sem entender e eu a beijei profundamente.
Essa garota fantástica me quer literalmente de corpo e alma, esperou, atravessou um oceano e agora está disposta a esperar de novo.
Arranquei com o carro e um sorriso enorme estava estampado no meu rosto.
Eu não acredito que ela é MINHA!

Save Me From Myself (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora