Peregrina

Viagem de volta

Olá pessoal, espero que estejam gostando!

Beijão EJ!

Não se esqueçam de me seguir no Instagram elenajohnson1_ e compartilhar a Peregrina com os amigos. 

10.Viagem de volta

— Apenas respire. — Falo com o celular grudado em meu ouvido, não sei se é para ela ou para mim, mas sei que não vai ser de nenhuma ajuda. Minha mente está em frangalhos e despedaçada, foi preciso apenas um simples segundo e eu sei que é verdade. A minha mãe...

Eu sabia que esse dia chegaria, sabia que um dia todos eles me deixariam de um modo ou de outro, mas não pensei que seria tão cedo. Só se passaram 40 anos, não é nem remotamente perto do tempo que eu preciso com ela, nunca vai ter tempo o bastante.

Eu sabia que devia ter transformado todos eles assim que me tornei vampira, mas meu criador não deixou, ele falou que eu não deveria tomar essa decisão por eles. Que eles mereciam ter uma vida. Na época eu aceitei, minha irmã era muito nova e imaginei que ela queria ter filhos e estava certa, ela se casou aos 21 anos e agora tem duas lindas filhas, embora seu marido tenha morrido há dois anos, ela ainda é cheia de luz e tenho certeza que ama as filhas e não as trocaria pela imortalidade. E minha mãe estava finalmente feliz como o novo namorado, eu não podia estragar tudo com o fato de não estar mais viva e pedir para se juntarem a mim.

Além disso ele nunca me deixou faze-lo, sempre falou de consequências, de como eu não conseguiria controlar a sede e as mataria, eu acreditei nele e mesmo depois que ele se foi eu segui a sua ordem, eu segui o seu comando cegamente assim como quase tudo que me ensinou, nunca me senti forte o bastante para parar com ninguém e eu nunca colocaria a vida delas em perigo, então quando eu estava jovem demais para a minha idade criei outra sede da minha empresa e fui embora, não as vejo a quase 25 anos. E agora é tarde demais. Não posso....

— Jezelia, a mamãe, e-la não tem mu-u-ito mais tempo, você preci-sa vir. Eu sei que já faz anos, e que você está muito ocupada, mas... — Ela continuou a falar, mas eu não ouvi. Eu sabia que teria que manter distância, mas isso nunca me impediu de ligar e afinal eu precisava estar em contado direto com a Jo já que a deixei no comando da minha sede em Shreveport. E agora eu não posso ir.

Não posso. Como poderia? Eu pareço ter 19 quando deveria aparentar 60 para minha família. Não posso aparece lá? Não poderia nem entrar se quisesse, eles não iriam acreditar que sou eu e tem os Volturi.

Estremeço ao lembrar o nome que me aterroriza há anos, eu nunca me encontrei com eles, mas já ouvi vários relatos sobre o que fazem. Nunca vou me esquecer das últimas palavras do meu criador: Nunca chame atenção para se mesma, eles viram até você e lhe levaram pelos seus dons.

Demorei mais de 10 anos depois de sua partida para saber que "Eles" eram os Volturi. No mesmo dia soube o porquê de ele ter ido embora. Homem tolo.

— Jo... apenas respire. — Repeti as palavras mais uma vez. Não há nada que eu possa fazer agora, mas posso estar lá, talvez vá de madrugada, não vai ser difícil entrar no hospital, posso me despedir enquanto ela está dormindo. Talvez falar com ela? — Estarei aí o mais rápido que puder. Estou em Washington, mas não posso pegar um avião. Por favor, Jo se eu não chegar a tempo....

— Ela sabe, Lia. Sabemos que você nos ama. Você sempre tomou conta de tudo mesmo à distância. Ela sabe, mas se apresse sim?... ela deseja ver você há tantos anos.

— Você tem certeza de que é a hora? Ela estava bem, eu sei que caiu há alguns meses, mas não foi tão grave. — Ela me disse que não era nada grave.